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Temer descarta parceria no primeiro turno

O ingresso do ex-governador tucano José Serra na corrida municipal não vai alterar o projeto peemedebista de eleger o deputado Gabriel Chalita prefeito da capital

Temer: "Eu acho que o Brasil ainda pode comemorar. Temos notícias do que acontece hoje na Europa e até, de maneira preocupante, nos Estados Unidos" (Lailson Santos/Veja)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2012 às 17h43.

Brasília - O vice-presidente da República, Michel Temer , avisa: parceria eleitoral com o PMDB na disputa pela prefeitura de São Paulo, só no segundo turno. O ingresso do ex-governador tucano José Serra na corrida municipal não vai alterar o projeto peemedebista de eleger o deputado Gabriel Chalita prefeito da capital.

Dirigentes do PMDB avaliam que vem aí um "verdadeiro cerco" do PT para desmontar a candidatura do partido em troca da vice do petista Fernando Haddad e já ensaiam a resistência. "Chalita é o candidato a prefeito do partido e nunca cogitou ser vice", adianta Temer, que, nos últimos dias, não foi procurado pelo PT nem por emissários do governo federal com apelos em favor da Haddad.

Na única conversa que teve com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a disputa paulistana, há cerca de três meses, Temer ponderou que, até para o efeito de divisão de votos, o ideal seria lançar dois candidatos da base governista, aproveitando a boa penetração de Chalita na classe média alta. "Aquele que chegar ao segundo turno apoia o outro", sugeriu o vice. Lula não discordou.

A disposição dos peemedebistas de manter a candidatura própria vai além de São Paulo. Dirigentes do partido nas cinco regiões sentem-se ameaçados pela ofensiva eleitoral do PT para ampliar sua presença em municípios de todo o País. Temem perder para o aliado o status de maior partido em número de prefeitos, o que enfraqueceria a legenda que tem sua força eleitoral calcada nas bases municipalistas.

Por isso mesmo, um cardeal do partido que prefere o anonimato afirma que o PMDB não fortalecerá a cúpula do PT em São Paulo e justifica: "Quem mais sofre com a hegemonia petista são os aliados. Se dermos mais poder ao PT, seremos massacrados por eles em Brasília e nos Estados".

O que move a cúpula peemedebista nas disputas municipais em todo o País é a constatação de que o desempenho eleitoral em 2012 se refletirá no tamanho das bancadas federais e nos governos estaduais. Neste cenário, projetos como o de Chalita em São Paulo e o da reeleição do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, encabeçam a lista das prioridades porque são considerados fundamentais para o crescimento do PMDB. Afinal, sem bancadas grandes de deputado e senador, o partido perderá para o PT o comando do Congresso.

A briga entre petistas e peemedebistas fica ainda mais acirrada diante do entendimento geral de que está em jogo, desde já, o comando de cidades estratégicas para os projetos futuros de poder das duas legendas, mirando os governos estaduais, o Palácio do Planalto e o comando do Congresso.

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Brasília - O vice-presidente da República, Michel Temer , avisa: parceria eleitoral com o PMDB na disputa pela prefeitura de São Paulo, só no segundo turno. O ingresso do ex-governador tucano José Serra na corrida municipal não vai alterar o projeto peemedebista de eleger o deputado Gabriel Chalita prefeito da capital.

Dirigentes do PMDB avaliam que vem aí um "verdadeiro cerco" do PT para desmontar a candidatura do partido em troca da vice do petista Fernando Haddad e já ensaiam a resistência. "Chalita é o candidato a prefeito do partido e nunca cogitou ser vice", adianta Temer, que, nos últimos dias, não foi procurado pelo PT nem por emissários do governo federal com apelos em favor da Haddad.

Na única conversa que teve com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a disputa paulistana, há cerca de três meses, Temer ponderou que, até para o efeito de divisão de votos, o ideal seria lançar dois candidatos da base governista, aproveitando a boa penetração de Chalita na classe média alta. "Aquele que chegar ao segundo turno apoia o outro", sugeriu o vice. Lula não discordou.

A disposição dos peemedebistas de manter a candidatura própria vai além de São Paulo. Dirigentes do partido nas cinco regiões sentem-se ameaçados pela ofensiva eleitoral do PT para ampliar sua presença em municípios de todo o País. Temem perder para o aliado o status de maior partido em número de prefeitos, o que enfraqueceria a legenda que tem sua força eleitoral calcada nas bases municipalistas.

Por isso mesmo, um cardeal do partido que prefere o anonimato afirma que o PMDB não fortalecerá a cúpula do PT em São Paulo e justifica: "Quem mais sofre com a hegemonia petista são os aliados. Se dermos mais poder ao PT, seremos massacrados por eles em Brasília e nos Estados".

O que move a cúpula peemedebista nas disputas municipais em todo o País é a constatação de que o desempenho eleitoral em 2012 se refletirá no tamanho das bancadas federais e nos governos estaduais. Neste cenário, projetos como o de Chalita em São Paulo e o da reeleição do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, encabeçam a lista das prioridades porque são considerados fundamentais para o crescimento do PMDB. Afinal, sem bancadas grandes de deputado e senador, o partido perderá para o PT o comando do Congresso.

A briga entre petistas e peemedebistas fica ainda mais acirrada diante do entendimento geral de que está em jogo, desde já, o comando de cidades estratégicas para os projetos futuros de poder das duas legendas, mirando os governos estaduais, o Palácio do Planalto e o comando do Congresso.

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