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Superar desigualdade na AL não é utopia, diz Cepal

Representante da entidade citou esforços feitos no Brasil e no México para combante à pobreza

Segundo o Cepal, a criação de empregos e o investimento em educação são as melhores formas de combate à desigualdade (Getty Images/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2010 às 10h28.

Madri - A secretária executiva da Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (Cepal), Alicia Bárcena, disse hoje que a região deve aproveitar seu "bom momento para reconstruir sua malha produtiva" e seguir crescendo, além de ter negado que a superação da desigualdade seja uma utopia.

Alicia participou hoje do I Encontro "Ágora, América Latina. 100 vozes diferentes, um compromisso comum", organizado pela Fundação Internacional e para a região Ibero-Americana de Administração e Políticas Públicas (Fiiapp) e que acontece até amanhã no Jardim Botânico de Madri.

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"A região deve aproveitar esta boa época para investir em ações produtivas, em política industrial, em inovação, em tecnologia, em infraestruturas e em um projeto a longo prazo, como a educação", destacou em declarações à Agência Efe, antes de dizer que a região deve "reconstruir sua malha produtiva para poder articular os produtores com as pequenas e médias empresas".

Alicia falou ainda da desigualdade na América Latina e assinalou que o Estado é o único que pode distribuir a renda.

"A redistribuição desta renda deve se feita a partir de programas sociais eficazes", disse, usando como exemplos alguns programas realizados no México e no Brasil, que segundo ela foram capazes de "chegar à pobreza mais dura" da região.

Trata-se, apontou a secretária, de gerar outro tipo de "transferências mais universais", como a previdência a mulheres que trabalharam durante toda a vida em casa sem remuneração, apontando que a mulher hoje em dia "está mais bem preparada" que o homem na América Latina e no Caribe.

Também solicitou investimentos em programas sociais de apoio à infância e em creches, aproveitando para negar que a desigualdade atualmente seja hoje em dia uma "utopia".

Durante o encontro, Alicia participou do debate "Estado e mercado frente à desigualdade", no qual assegurou que a América Latina deve resolver "quatro brechas": a desigualdade social, a tecnológica, a fiscal e o investimento.

"Não é possível que as pequenas e médias empresas, que geram 80% do emprego, não tenham acesso à inovação e ao financiamento", acrescentou.

Para Alicia, "a chave-mestra da igualdade é o emprego decente, e para isso é muito importante a educação".

"Igualdade e democracia são as duas caras de uma mesma moeda", disse a secretária executiva da Cepal.

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