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Super-ricos escolhem Singapura como lugar mais seguro do mundo

A cidade-estado há muito tempo atrai chineses, indonésios e malaios ricos que faziam pequenas viagens para fazer compras, jogar nos cassinos ou fazer check-ups médicos em clínicas de classe mundial

A pandemia levou muitos magnatas e suas famílias a ficarem em Singapura por meses, em alguns casos buscando residência para enfrentar a tempestade (Wei Leng Tay/Bloomberg)
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Bloomberg

Publicado em 28 de maio de 2021 às 15h02.

Última atualização em 28 de maio de 2021 às 22h31.

Quando o revendedor de automóveis Keith Oh, de Singapura, leu pela primeira vez a mensagem do Facebook, não tinha certeza se era real. Um cliente chinês pediu um Bentley de 1,1 milhão dólares singapurianos (US$ 830 mil) por meio da rede social.

“Apenas perguntou o preço e quando poderíamos fazer a entrega”, disse. “Equivale a um milhão de dólares para nós, mas provavelmente não é nada para ele.”

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A venda rápida foi mais um sinal de uma tendência mais ampla: o dinheiro circula por Singapura como nunca. Enquanto a pandemia de coronavírus atinge o sudeste da Ásia e a turbulência política ameaça Hong Kong, a cidade-estado se tornou um porto seguro para alguns dos magnatas mais ricos da região e suas famílias.

Para os ricos “que podem decidir onde querem morar e se estabelecer, Singapura é o lugar agora”, disse Stephan Repkow, que fundou a Wealth Management Alliance em 2015, após quatro anos na Union Bancaire Privee. Ele disse que dois de seus clientes estrangeiros se tornaram residentes nos últimos 12 meses e mais estão a caminho.

Singapura há muito tempo atrai chineses, indonésios e malaios ricos que faziam pequenas viagens para fazer compras, jogar nos cassinos ou fazer check-ups médicos em clínicas de classe mundial. O Mount Elizabeth Hospital Orchard está a poucos passos de lojas da Gucci e Rolex.

A pandemia mudou tudo isso, levando muitos magnatas e suas famílias a ficarem na cidade-estado por meses, em alguns casos buscando residência para enfrentar a tempestade. Em uma base per capita, as taxas de mortalidade na Malásia e na Indonésia são mais de 10 a 30 vezes maiores do que em Singapura, de acordo com dados coletados pela Universidade Johns Hopkins.

O número de family offices únicos na cidade-estado dobrou desde o final de 2019, para cerca de 400, incluindo empresas recentemente criadas pelo cofundador do Google, Sergey Brin, e Shu Ping, o bilionário por trás do império chinês Haidilao International. A demanda por clubes de golfe privados está crescendo, os preços dos imóveis foram os que mais subiram desde 2018 e, até as recentes restrições, restaurantes com estrelas Michelin estavam lotados. Enquanto isso, bancos globais como UBS se expandem na cidade para administrar o fluxo de ativos.

O aumento de casos de coronavírus, que levou o governo a adotar medidas de fronteira mais rígidas e a cancelar eventos, como a reunião do Fórum Econômico Mundial, pode interromper parte da migração de ricos para Singapura, mas é provável que isso tenha vida curta.

Embora os casos tenham aumentado para algumas dezenas por dia, estão muito longe das várias centenas de infecções diárias apenas na cidade de Nova York. Singapura também avança a vacinação, com a cobertura de 30% da população, quase o dobro da taxa na China e à frente das vizinhas Malásia e Indonésia.

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