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Suicídios de veteranos do Afeganistão comove Canadá

Segundo dados, desde que Canadá iniciou missão no Afeganistão em 2002 apoiando a invasão americana do país, cerca de 40 mil soldados serviram no país asiático

Policiais no Afeganistão: o país perdeu 158 soldados no Afeganistão, mais que nenhum outro país, exceto Estados Unidos e Reino Unido (Massoud Hossaini/AFP)
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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2013 às 16h27.

Toronto - O aparente suicídio de um soldado canadense veterano do Afeganistão , o quarto em uma semana, evidenciou no Canadá a herança do conflito do país asiático e pôs em xeque o tratamento que Ottawa dá aos militares com problemas psicológicos.

A sucessão de mortes causou consternação no Canadá, um país orgulhoso do grande papel representado por seus militares em conflitos passados, proporcionalmente muito superior a sua população, e o tratamento que os veteranos do Afeganistão recebem do governo do primeiro-ministro, Stephen Harper.

As autoridades militares canadenses investigam a morte de cabo maior Sylvain Lelièvre, de 46 anos, que apareceu morto na segunda-feira em sua casa na base militar de Valcartier, na província de Québec.

A morte de Lelièvre se soma às do suboficial Michael Mcneil, o cabo maior William Elliott e o cabo de artilharia Travis Halmrast, todos veteranos do Afeganistão que se suicidaram na última semana em diferentes pontos do país e que sofriam transtornos de estresse pós-traumático (TEPT).

Segundo dados do Ministério da Defesa, desde que o Canadá iniciou sua missão no Afeganistão em 2002 apoiando a invasão americana do país, cerca de 40 mil soldados serviram no país asiático.

No total, o país perdeu 158 soldados no Afeganistão, mais que nenhum outro país, exceto Estados Unidos e Reino Unido.

Além disso, 635 foram feridos em ação e outros 1.436 tiveram lesões não relacionadas com combates.

Em sua primeira declaração pública sobre a série de suicídios, Harper disse nesta quarta-feira no Parlamento que todo o mundo 'tem a responsabilidade' de encorajar os militares canadenses que sofrem transtornos por estresse traumático a buscar tratamento oferecido pelo Ministério da Defesa canadense.


O ministro da Defesa do Canadá, Rob Nicholson, destacou que o governo de Harper investiu 'milhões de dólares' para ajudar os veteranos do Afeganistão, e que há um aplicativo para celulares e uma linha telefônica de ajuda para militares e familiares.

O Chefe do Estado-Maior canadense, o general Tom Lawson, disse em comunicado que 'todo suicídio é uma tragédia e a perda de qualquer soldado é dolorosa e desanimadora para nossos homens, mulheres e famílias'.

Mas tanto partidos da oposição como ex-militares, psiquiatras e o anterior defensor dos veteranos, Pat Stogran, criticaram hoje as políticas do governo canadense e a atitude do exército canadense por considerá-las uma das causas pelas quais os militares com problemas mentais não buscam ajuda.

Os críticos apontam para casos como os do cabo maior Kristian Wolowidnyk, de 28 anos, veterano do Afeganistão que sofre de TEPT.

Wolowidnyk tentou se suicidar recentemente dois dias depois de o Ministério da Defesa notificá-lo de que receberia baixa porque sofre de transtornos de estresse pós-traumático, consequência exatamente de suas duas excursões no Afeganistão pelo exército.

Há mais casos como o de Wolowidnyk, por isso muitos acreditam que o Ministério da Defesa canadense está tentando se livrar dos militares que sofrem problemas mentais.

Os números de suicídios entre soldados em ativo estão diminuindo. Segundo dados do Ministério da Defesa, 22 se suicidaram em 2011. Em 2012, o número caiu para 13. Os críticos questionam a exatidão dos números, que não incluem reservistas.

Ao mesmo tempo, o Exército canadense prevê que nos próximos anos aumente o número de soldados que sofrem transtornos de estresse pós-traumático.

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Toronto - O aparente suicídio de um soldado canadense veterano do Afeganistão , o quarto em uma semana, evidenciou no Canadá a herança do conflito do país asiático e pôs em xeque o tratamento que Ottawa dá aos militares com problemas psicológicos.

A sucessão de mortes causou consternação no Canadá, um país orgulhoso do grande papel representado por seus militares em conflitos passados, proporcionalmente muito superior a sua população, e o tratamento que os veteranos do Afeganistão recebem do governo do primeiro-ministro, Stephen Harper.

As autoridades militares canadenses investigam a morte de cabo maior Sylvain Lelièvre, de 46 anos, que apareceu morto na segunda-feira em sua casa na base militar de Valcartier, na província de Québec.

A morte de Lelièvre se soma às do suboficial Michael Mcneil, o cabo maior William Elliott e o cabo de artilharia Travis Halmrast, todos veteranos do Afeganistão que se suicidaram na última semana em diferentes pontos do país e que sofriam transtornos de estresse pós-traumático (TEPT).

Segundo dados do Ministério da Defesa, desde que o Canadá iniciou sua missão no Afeganistão em 2002 apoiando a invasão americana do país, cerca de 40 mil soldados serviram no país asiático.

No total, o país perdeu 158 soldados no Afeganistão, mais que nenhum outro país, exceto Estados Unidos e Reino Unido.

Além disso, 635 foram feridos em ação e outros 1.436 tiveram lesões não relacionadas com combates.

Em sua primeira declaração pública sobre a série de suicídios, Harper disse nesta quarta-feira no Parlamento que todo o mundo 'tem a responsabilidade' de encorajar os militares canadenses que sofrem transtornos por estresse traumático a buscar tratamento oferecido pelo Ministério da Defesa canadense.


O ministro da Defesa do Canadá, Rob Nicholson, destacou que o governo de Harper investiu 'milhões de dólares' para ajudar os veteranos do Afeganistão, e que há um aplicativo para celulares e uma linha telefônica de ajuda para militares e familiares.

O Chefe do Estado-Maior canadense, o general Tom Lawson, disse em comunicado que 'todo suicídio é uma tragédia e a perda de qualquer soldado é dolorosa e desanimadora para nossos homens, mulheres e famílias'.

Mas tanto partidos da oposição como ex-militares, psiquiatras e o anterior defensor dos veteranos, Pat Stogran, criticaram hoje as políticas do governo canadense e a atitude do exército canadense por considerá-las uma das causas pelas quais os militares com problemas mentais não buscam ajuda.

Os críticos apontam para casos como os do cabo maior Kristian Wolowidnyk, de 28 anos, veterano do Afeganistão que sofre de TEPT.

Wolowidnyk tentou se suicidar recentemente dois dias depois de o Ministério da Defesa notificá-lo de que receberia baixa porque sofre de transtornos de estresse pós-traumático, consequência exatamente de suas duas excursões no Afeganistão pelo exército.

Há mais casos como o de Wolowidnyk, por isso muitos acreditam que o Ministério da Defesa canadense está tentando se livrar dos militares que sofrem problemas mentais.

Os números de suicídios entre soldados em ativo estão diminuindo. Segundo dados do Ministério da Defesa, 22 se suicidaram em 2011. Em 2012, o número caiu para 13. Os críticos questionam a exatidão dos números, que não incluem reservistas.

Ao mesmo tempo, o Exército canadense prevê que nos próximos anos aumente o número de soldados que sofrem transtornos de estresse pós-traumático.

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