Sonhos e despedidas marcam reencontro de famílias coreanas
Grupo de 357 sul-coreanos retornou hoje para casa após, entre abraços e lágrimas, se despedir de seus 88 parentes do Norte
Da Redação
Publicado em 25 de fevereiro de 2014 às 13h29.
Seul - "Após realizar o sonho de ver a minha família, eu já posso morrer em paz", essa é uma das frases que mais foi repetida nestes últimos dias no monte Kumgang, na Coreia do Norte , onde centenas de coreanos reencontraram seus entes queridos após 60 anos de separação.
Um grupo de 357 sul-coreanos retornou hoje para casa após, entre abraços e lágrimas, se despedir de seus 88 parentes do Norte na conclusão da segunda e última rodada de reencontros de familiares separados pela Guerra da Coreia (1950-53).
A reunião de seis dias, iniciada na última quinta-feira e que contou com a participação de 700 familiares de ambos os lados, também evidenciaram emocionantes histórias pessoais, como a de Nam Gung Bong-ja, de 61 anos, a única sul-coreana que pôde reencontrar seu pai, que, aos 86 anos, permanecia vivo na Coreia do Norte.
A maioria dos reencontros foram entre irmãos, como o de Park Jong-song, de 88 anos, que foi recrutado como soldado pelo Exército da Coreia do Norte durante o conflito armado, e a sul-coreana Park Jong-soon, de 68.
"Meu irmão, como vou continuar vivendo sem você?", indagou a sul-coreana enquanto agarrava as mãos de seu irmão pela janela do ônibus, uma cena que acabou sendo captada por inúmeros veículos de comunicação que estavam presentes no simbólico monte Kumgang.
O desespero visto nas imagens possui uma razão especifica, tendo em vista que tanto o pai e sua filha como os irmãos Park provavelmente não voltarão a se encontrar nunca mais, já que a fronteira entre as duas Coreias é tão infranqueável como a brecha que separa ao sistema comunista do Norte e o capitalista do Sul.
Desde 1985, apenas 19 reuniões de famílias divididas foram realizadas, sendo que esta última foi a primeira a ser realizada em três anos. No entanto, dezenas de milhares de idosos de ambos os lados seguem esperando seu turno para poder reencontrar os familiares que não veem há seis décadas.
A cada ano, milhares de solicitantes falecem sem completar o sonho de abraçar seus familiares mais uma vez, a última vez, e é por este motivo que os governos das duas Coreias têm o desafio de organizar estes eventos de forma periódica.
As reuniões de familiares, nas quais os envolvidos trocam presentes e fotografias entre emocionantes conversas divididas em entrevistas individuais e coletivas, sempre estiveram submissas a inúmeras restrições, como a proibição de falar de política ou revelar informações sobre o exterior - no caso dos sul-coreanos.
"Não tocar com as mãos sob nenhum conceito a insígnia dos líderes que todo norte-coreano leva na lapela" é outra das peculiares imposições do regime de Kim Jong-un aos parentes do Sul, segundo revelou à Agência Efe uma fonte de Seul que participou da organização dos encontros.
O histórico encontro familiar de seis dias foi acompanhado com grande expectativa na Coreia do Sul, onde a maioria dos jornais dedicou um amplo espaço para cobertura do programa, assim como para as histórias pessoais dos protagonistas.
A Coreia do Norte, por sua parte, informou sobre a reunião em seus veículos de imprensa estatais, embora de uma forma mais discreta.
Em sua breve descrição das reuniões familiares, a agência "KCNA" relatou que os norte-coreanos contavam aos parentes do Sul "que todo o povo na Coreia do Norte faz parte de uma grande família, que goza de uma vida feliz, em harmonia e graças aos cuidados do líder supremo Kim Jong-un".
O único fator que ameaçou dificultar essa rodada de reencontros foi os dois exercícios militares conjuntos entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul, criticados duramente pela Coreia do Norte, mas que não foram capazes de frear esse esperado evento humanitário.
Espera-se que as reuniões das famílias divididas sejam o primeiro passo para que ambos os lados possam por fim às hostilidades e dar início a uma etapa duradoura de paz, como firmaram ambos os governos há duas semanas em seu primeiro encontro de alto nível em sete anos.
Seul - "Após realizar o sonho de ver a minha família, eu já posso morrer em paz", essa é uma das frases que mais foi repetida nestes últimos dias no monte Kumgang, na Coreia do Norte , onde centenas de coreanos reencontraram seus entes queridos após 60 anos de separação.
Um grupo de 357 sul-coreanos retornou hoje para casa após, entre abraços e lágrimas, se despedir de seus 88 parentes do Norte na conclusão da segunda e última rodada de reencontros de familiares separados pela Guerra da Coreia (1950-53).
A reunião de seis dias, iniciada na última quinta-feira e que contou com a participação de 700 familiares de ambos os lados, também evidenciaram emocionantes histórias pessoais, como a de Nam Gung Bong-ja, de 61 anos, a única sul-coreana que pôde reencontrar seu pai, que, aos 86 anos, permanecia vivo na Coreia do Norte.
A maioria dos reencontros foram entre irmãos, como o de Park Jong-song, de 88 anos, que foi recrutado como soldado pelo Exército da Coreia do Norte durante o conflito armado, e a sul-coreana Park Jong-soon, de 68.
"Meu irmão, como vou continuar vivendo sem você?", indagou a sul-coreana enquanto agarrava as mãos de seu irmão pela janela do ônibus, uma cena que acabou sendo captada por inúmeros veículos de comunicação que estavam presentes no simbólico monte Kumgang.
O desespero visto nas imagens possui uma razão especifica, tendo em vista que tanto o pai e sua filha como os irmãos Park provavelmente não voltarão a se encontrar nunca mais, já que a fronteira entre as duas Coreias é tão infranqueável como a brecha que separa ao sistema comunista do Norte e o capitalista do Sul.
Desde 1985, apenas 19 reuniões de famílias divididas foram realizadas, sendo que esta última foi a primeira a ser realizada em três anos. No entanto, dezenas de milhares de idosos de ambos os lados seguem esperando seu turno para poder reencontrar os familiares que não veem há seis décadas.
A cada ano, milhares de solicitantes falecem sem completar o sonho de abraçar seus familiares mais uma vez, a última vez, e é por este motivo que os governos das duas Coreias têm o desafio de organizar estes eventos de forma periódica.
As reuniões de familiares, nas quais os envolvidos trocam presentes e fotografias entre emocionantes conversas divididas em entrevistas individuais e coletivas, sempre estiveram submissas a inúmeras restrições, como a proibição de falar de política ou revelar informações sobre o exterior - no caso dos sul-coreanos.
"Não tocar com as mãos sob nenhum conceito a insígnia dos líderes que todo norte-coreano leva na lapela" é outra das peculiares imposições do regime de Kim Jong-un aos parentes do Sul, segundo revelou à Agência Efe uma fonte de Seul que participou da organização dos encontros.
O histórico encontro familiar de seis dias foi acompanhado com grande expectativa na Coreia do Sul, onde a maioria dos jornais dedicou um amplo espaço para cobertura do programa, assim como para as histórias pessoais dos protagonistas.
A Coreia do Norte, por sua parte, informou sobre a reunião em seus veículos de imprensa estatais, embora de uma forma mais discreta.
Em sua breve descrição das reuniões familiares, a agência "KCNA" relatou que os norte-coreanos contavam aos parentes do Sul "que todo o povo na Coreia do Norte faz parte de uma grande família, que goza de uma vida feliz, em harmonia e graças aos cuidados do líder supremo Kim Jong-un".
O único fator que ameaçou dificultar essa rodada de reencontros foi os dois exercícios militares conjuntos entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul, criticados duramente pela Coreia do Norte, mas que não foram capazes de frear esse esperado evento humanitário.
Espera-se que as reuniões das famílias divididas sejam o primeiro passo para que ambos os lados possam por fim às hostilidades e dar início a uma etapa duradoura de paz, como firmaram ambos os governos há duas semanas em seu primeiro encontro de alto nível em sete anos.