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Solicitantes de asilo não são um fardo econômico para Europa, diz estudo

Pesquisadores concluíram que aumento do fluxo de imigrantes permanentes (sem contar os solicitantes de asilo) em determinado momento teve efeitos positivos

Imigrantes: os solicitantes de asilo não provocaram nenhum efeito negativo no curto prazo (Reuters/Reuters)

Imigrantes: os solicitantes de asilo não provocaram nenhum efeito negativo no curto prazo (Reuters/Reuters)

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EFE

Publicado em 20 de junho de 2018 às 19h42.

Paris - A chegada de solicitantes de asilo não representa um peso adicional para as economias europeias e, inclusive, pode ter efeitos positivos, se uma parte deles se transformar em residentes permanentes, são as conclusões de um estudo francês divulgado nesta quarta-feira pela publicação "Science Advances".

Um grupo de economistas do Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS) da França e das universidades Clermont-Auvérnia e Paris-Nanterre 1 analisaram um modelo estatístico que leva em conta os dados de 15 países da Europa Ocidental de 1985 a 2015, afirmou o CNRS em comunicado.

No período analisado, a Europa Ocidental vivenciou um grande aumento no fluxo de solicitantes de asilo após as guerras dos Balcãs (1991-1999) e a Primavera Árabe (a partir de 2011), enquanto também presenciou a chegada maciça de imigrantes da Europa do Leste após a ampliação da UE em 2004.

Os pesquisadores concluíram que o aumento do fluxo de imigrantes permanentes (sem contar os solicitantes de asilo) em um determinado momento produziu efeitos positivos até quatro anos depois desta data.

"O PIB por habitante aumenta, a taxa de desemprego diminui e o gasto público suplementar é mais do que compensado pelo aumento das receitas tributárias", indicaram os autores do estudo.

Em paralelo, os solicitantes de asilo não provocaram nenhum efeito negativo no curto prazo e, por outro lado, sua influência passou a ser positiva depois de entre três e cinco anos, quando uma parte deles obtém o status de refugiado e se transforma em imigrante permanente.

Os pesquisadores analisaram dados do Eurostat e da OCDE procedentes dos seguintes países europeus: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Irlanda, Islândia, Itália, Noruega, Portugal, Reino Unido e Suécia.

Frente aos enfoques "tradicionais", que se concentram na relação entre os impostos que os imigrantes pagam e os gastos públicos que o Estado tem com eles, os autores do estudo garantiram que levaram em conta as "interações econômicas", sem impor conclusões apriorísticas.

Para isso, segundo a nota, os estudiosos recorreram ao modelo estatístico criado por Christopher Sims, ganhador do prêmio Nobel de Economia em 2011, "muito utilizado para avaliar os efeitos das políticas econômicas", segundo a nota.

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