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Sobe para 311 o número de mortos em deslizamento na Colômbia

Segundo cálculos oficiais, o deslizamento ocorrido na noite de sexta-feira à noite pela cheia de três rios afetou 45.000 dos 70.000 moradores de Mocoa

Colômbia: do total de mortos, 220 corpos já foram entregues a suas famílias (./Reprodução)

Colômbia: do total de mortos, 220 corpos já foram entregues a suas famílias (./Reprodução)

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AFP

Publicado em 6 de abril de 2017 às 20h33.

Última atualização em 6 de abril de 2017 às 21h56.

O deslizamento de terra que arrasou a cidade colombiana de Mocoa, onde nesta quinta-feira continuavam as buscas por corpos, deixou até o momento 311 mortos, entre eles 100 crianças, segundo o último balanço oficial.

O último relatório entregue à tarde pela Unidade Nacional para Gestão de Risco de Desastres (UNGRD) afirma que, do total de mortos, 100 são crianças.

As autoridades entregaram 237 corpos a suas famílias. O ministro da Defesa e encarregado da tarefa de reconstruir Mocoa, Luis Carlos Villegas, afirmou que espera que até o fim do dia todos os corpos estejam junto de seus entes queridos.

O número de feridos se mantém em 332, acrescentou. No entanto, os desaparecidos são 300, segundo cálculos entregues na quarta-feira pelo presidente Juan Manuel Santos.

Entre os desaparecidos há quatro estrangeiros: um espanhol, um alemão, um equatoriano e um britânico.

A chancelaria reportou nesta quarta-feira a morte de uma cidadã equatoriana. Outros 23 estrangeiros - entre eles um canadense, um chileno, seis espanhóis, um turco e um israelense - já foram localizados sem problemas.

A diretora do Instituto Colombiano do Bem-estar Familiar, Cristina Plazas, lamentou o falecimento dos menores de idade e destacou como uma "boa notícia" que todas as crianças tenham sido identificadas por um familiar.

"Até o momento não temos nenhuma criança sem família", assinalou à Blu Radio. Antes de entregar um menor de idade para um parente, é necessária a realização de um teste de DNA, afirmou.

Até o momento, as autoridades atenderam mais de 1.200 crianças nos abrigos oficiais e nos bairros. Nos refúgios há 97 mulheres grávidas, ou amamentando, e bebês recém-nascidos, acrescentou Plazas.

O deslizamento ocorrido na noite de sexta-feira à noite pela cheia de três rios, após as fortes chuvas, afetou 45.000 dos 70.000 moradores de Mocoa, segundo cálculos oficiais.

A UNGRD contabilizou pelo menos 3.240 pessoas danificadas - sem moradia e necessitando de ajuda humanitária - distribuídas nos abrigos.

A reconstrução da cidade pode levar até dois anos, assinalou Villegas.

- "Alerta para todo o país" -

A busca por corpos e possíveis sobreviventes continuava nesta quinta-feira com socorristas, equipamentos e helicópteros.

O núncio apostólico Ettore Balestreto - representante do papa Francisco na Colômbia - celebrará nesta quinta-feira uma missa na catedral da cidade em memória das vítimas.

Segundo um estudo, a tragédia de Mocoa poderia se repetir em mais 385 locais da Colômbia, e supera o último grande desastre natural sofrido pelo país, um deslizamento em Salgar que matou 92 pessoas em maio de 2015.

Para agilizar os trabalhos de reconstrução, o governo formalizou o anunciado decreto que declara Mocoa em emergência econômica, social e ecológica por 30 dias, permitindo fazer contratações dos serviços necessários de maneira direta, sem que sejam exigidos os processos formais que levam mais tempo.

Para o ministro do Meio Ambiente, Luis Gilberto Murillo, a tragédia "foi um fato extraordinário que nem sequer ocorreu com o fenômeno La Niña em 2010 e 2011", agravado por haver bairros em zonas de risco.

Em declarações ao jornal El Tiempo, o funcionário assegurou que o deslizamento em Mocoa "é um alerta para todo o país" e sustentou que o ordenamento territorial deve ser atualizado, adaptando-se à variabilidade extrema do clima e à mudança climática.

O ministro explicou que, apesar de haver reservas de florestas nas bacias médias e altas do três rios que transbordaram, "houve desmatamento por plantações e rebanhos, sem conservar as proteções ambientais e as reservas".

As florestas são, segundo especialistas, uma barreira natural contra as cheias. Se elas não existem, causam danos.

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