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Snowden diz que fica em Hong Kong e lutará contra extradição

"Não estou aqui para me esconder da justiça. Estou aqui para revelar a criminalidade", disse Snowden

Snowden, que trabalhava em uma instalação da NSA como funcionário da empreiteira Boos Allen Hamilton, atraiu uma mistura de condenação e elogio pelas revelações (AFP)
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Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2013 às 16h17.

Washington - O prestador de serviços da Agência de Segurança Nacional que revelou o monitoramento top-secreto do governo de dados telefônicos e da Internet diz que pretende ficar em Hong Kong e que vai lutar contra qualquer esforço de levá-lo de volta aos Estados Unidos para enfrentar acusações.

Edward Snowden, em suas primeiras declarações públicas desde que saiu de vista em Hong Kong na segunda-feira, disse que não viajou até a ex-colônia britânica para evitar punição por ter vazado detalhes do programa de vigilância.

"Não estou aqui para me esconder da justiça. Estou aqui para revelar a criminalidade", disse Snowden ao South China Morning Post, um jornal de língua inglesa de Hong Kong, em uma entrevista publicada na quarta-feira.

"Minha intenção é pedir aos tribunais e ao povo de Hong Kong que decidam meu destino", disse Snowden. "Tive muitas chances de fugir de Hong Kong, mas preferi ficar e combater o governo dos Estados Unidos nos tribunais porque tenho fé no Estado de direito de Hong Kong." Snowden revelou detalhes na semana passada do vasto monitoramento do governo norte-americano de dados da Internet e telefônicos de grandes empresas como Google Inc e Facebook Inc em vazamentos para os jornais Guardian e Washington Post.

A revelação provocou uma investigação criminal e uma revisão interna da administração Obama dos danos em potencial à segurança nacional, enquanto cresce a pressão de parlamentares e grupos de defesa de direitos para impor controles mais rígidos à vigilância doméstica.

Snowden, que trabalhava em uma instalação da NSA como funcionário da empreiteira Boos Allen Hamilton, atraiu uma mistura de condenação e elogio pelas revelações.

A polêmica provocou um novo debate sobre o equilíbrio entre direito de privacidade e preocupação com a segurança nos Estados Unidos depois dos ataques de 11 de setembro de 2001.

"Não sou nem traidor nem herói. Sou um americano", disse Snowden ao jornal.

Hong Kong tem acordo de extradição com os Estados Unidos que foi exercido em várias ocasiões, mas até agora Snowden não foi publicamente acusado e os Estados Unidos não entraram com um pedido para sua extradição.


Em Washington, o chefe da Agência de Segurança Nacional comparecerá perante um comitê do Senado dos EUA na quarta-feira, no primeiro depoimento público da NSA desde as revelações dos programas de vigilância.

O general Keith Alexander, diretor do NSA e chefe do Comando Cibernético dos EUA, deve enfrentar perguntas incisivas do Comitê de Apropriações do Senado.

Alexander, que resumiu a questão para os senadores em uma sessão a portas fechadas na terça-feira, será acompanhado na audiência orçamentária do Senado por outras autoridades de cybersegurança.

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"Não estou aqui para me esconder da justiça. Estou aqui para revelar a criminalidade", disse Snowden ao South China Morning Post, um jornal de língua inglesa de Hong Kong, em uma entrevista publicada na quarta-feira.

"Minha intenção é pedir aos tribunais e ao povo de Hong Kong que decidam meu destino", disse Snowden. "Tive muitas chances de fugir de Hong Kong, mas preferi ficar e combater o governo dos Estados Unidos nos tribunais porque tenho fé no Estado de direito de Hong Kong." Snowden revelou detalhes na semana passada do vasto monitoramento do governo norte-americano de dados da Internet e telefônicos de grandes empresas como Google Inc e Facebook Inc em vazamentos para os jornais Guardian e Washington Post.

A revelação provocou uma investigação criminal e uma revisão interna da administração Obama dos danos em potencial à segurança nacional, enquanto cresce a pressão de parlamentares e grupos de defesa de direitos para impor controles mais rígidos à vigilância doméstica.

Snowden, que trabalhava em uma instalação da NSA como funcionário da empreiteira Boos Allen Hamilton, atraiu uma mistura de condenação e elogio pelas revelações.

A polêmica provocou um novo debate sobre o equilíbrio entre direito de privacidade e preocupação com a segurança nos Estados Unidos depois dos ataques de 11 de setembro de 2001.

"Não sou nem traidor nem herói. Sou um americano", disse Snowden ao jornal.

Hong Kong tem acordo de extradição com os Estados Unidos que foi exercido em várias ocasiões, mas até agora Snowden não foi publicamente acusado e os Estados Unidos não entraram com um pedido para sua extradição.


Em Washington, o chefe da Agência de Segurança Nacional comparecerá perante um comitê do Senado dos EUA na quarta-feira, no primeiro depoimento público da NSA desde as revelações dos programas de vigilância.

O general Keith Alexander, diretor do NSA e chefe do Comando Cibernético dos EUA, deve enfrentar perguntas incisivas do Comitê de Apropriações do Senado.

Alexander, que resumiu a questão para os senadores em uma sessão a portas fechadas na terça-feira, será acompanhado na audiência orçamentária do Senado por outras autoridades de cybersegurança.

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