Mundo

Situação na Líbia leva a reunião extraordinária da União Africana

Comissão está reunida com enviados do regime de Muammar Kadafi

Kadafi, ditador líbio: União Africana pede o fim dos ataques mútuos no país (Getty Images)

Kadafi, ditador líbio: União Africana pede o fim dos ataques mútuos no país (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de março de 2011 às 11h55.

Brasília – O agravamento da crise na Líbia é tema de uma reunião extraordinária hoje (25), em Adis Abeba, na Etiópia. Uma comissão especial que representa os 52 países que integram a União Africana está reunida com enviados do presidente da Líbia, Muammar Khadafi. Há, ainda, representantes da União Europeia e da Liga Árabe. A delegação líbia é liderada pelo secretário-geral do Congresso Geral do Povo (o Parlamento), Mohamed Abou El Kassim Zouai, e mais quatro ministros.

De acordo com relatos, não há representantes da oposição líbia na reunião. A União Africana defende o fim dos ataques mútuos na região, a cooperação das autoridades líbias no encaminhamento da ajuda humanitária e a proteção dos cidadãos estrangeiros, incluindo os trabalhadores imigrantes africanos.

A reunião da comissão especial (formada pela África do Sul, por Mali, pela Mauritânia, República do Congo e Uganda). “A situação é de uma gravidade extrema, tanto para o país como para a região no seu conjunto”, disse, no discurso de abertura, o presidente da Comissão da União Africana, Jean Ping.

As informações são da agência pública de notícias de Portugal, a Lusa. A reunião ocorre no sétimo dia de ataques das forças da coalizão sobre a Líbia. Os Estados Unidos, a França e a Grã-Bretanha lideram os ataques, mas prometem passar o comando das operações para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) provavelmente no fim de semana.

A última reunião da União Africana para discutir a questão da Líbia foi no dia 19. As discussões ocorreram um dia depois do início dos ataques da coligação internacional. A União Africana é contra a intervenção militar internacional na Líbia e tem apelado para o fim dos conflitos e a busca pelo diálogo.

“Quanto mais se prolongar o conflito, maior é o risco. Daí a urgência que reveste a procura de uma solução duradoura para a crise que consagre o respeito pela unidade nacional e pela integridade territorial da Líbia, assim como as legítimas aspirações do povo líbio”, disse Ping.

Recentemente a União Europeia intensificou as sanções à Líbia, congelando os bens de Khadafi e de pessoas ligadas a ele, além de aumentar o rigor em relação ao embargo à venda de armas. A decisão ratifica a iniciativa do Conselho de Seguranças das Nações Unidas, que aprovou a intervenção militar e a imposição de uma zona de exclusão aérea na região.

O Brasil se absteve na votação no Conselho de Segurança. Para a presidenta Dilma Rousseff, os ataques à Líbia podem levar ao agravamento da situação de violência e temor no país. O assunto foi discutido por ela no encontro com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no último sábado (19), em Brasília.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaDiplomaciaDitaduraLíbia

Mais de Mundo

Caixas-pretas de avião da Embraer que caiu no Cazaquistão são encontradas

Morre o ex-primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, aos 92 anos

Israel mata membros do alto escalão do braço armado do Hamas na Cidade de Gaza

Lavrov diz que os EUA devem dar “primeiro passo” para restaurar o diálogo com a Rússia