Mundo

Síria e Rússia denunciam promessa dos EUA de ajudar rebeldes

Segundo os dois países, a iniciativa norte-americano corre o risco de provocar mais violência na Síria


	Rebeldes: os Estados Unidos prometeram na quinta-feira "60 milhões de dólares de ajuda não letal" à oposição síria
 (Zac Baillie/AFP)

Rebeldes: os Estados Unidos prometeram na quinta-feira "60 milhões de dólares de ajuda não letal" à oposição síria (Zac Baillie/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de março de 2013 às 13h08.

Damasco - Damasco e Moscou denunciaram nesta sexta-feira a promessa americana de fornecer ajuda direta aos rebeldes sírios, considerando que a iniciativa corre o risco de provocar mais violência na Síria, onde o atual conflito já deixou cerca de 70.000 mortos, segundo a ONU.

Por sua vez, a oposição síria acusou as forças do regime de Bashar al-Assad de terem matado 72 pessoas e incendiado seus corpos na segunda-feira no norte do país.

Os Estados Unidos prometeram na quinta-feira "60 milhões de dólares de ajuda não letal" à oposição síria, após a reunião dos países "Amigos do Povo Sírio" em Roma.

"Haverá uma ajuda direta aos rebeldes do Exército Sírio Livre (ESL) em forma de assistência médica e comida", declarou na quinta-feira o secretário de Estado americano, John Kerry, antes de viajar à Turquia, principalmente para falar nesta sexta-feira sobre o conflito na Síria com os principais líderes turcos.

Segundo adiantou a imprensa americana, Washington também poderá fornecer aos rebeldes sírios coletes à prova de balas, material de comunicação e óculos de visão noturna, assim como treinamento militar.

Por sua vez, os onze países da conferência dos "Amigos do Povo Sírio" prometeram "mais apoio político e material à Coalizão (...) e mais ajuda concreta ao interior da Síria".

Para a Rússia, "as decisões tomadas em Roma e as declarações que foram feitas encorajam os extremistas a tomarem o poder pela força, apesar dos sofrimentos dos sírios, que serão inevitáveis".


"Para nós, atualmente o objetivo urgente é deter imediatamente o derramamento de sangue e a violência, e estabelecer um diálogo político", declarou o porta-voz da diplomacia russa, Alexandre Lukachevich, em um comunicado.

O jornal governamental sírio Tishrin acusou Kerry de oferecer "armas que se dirigirão contra o Estado sírio" em vez de promover uma solução política.

Os Estados Unidos fornecerão "armas, alimentos e ajuda médica aos que matam e destroem", advertiu o jornal sírio.

Já a oposição acusou as forças do governo de terem matado 72 pessoas e incendiado seus corpos na segunda-feira em Malkiyé, uma localidade próxima a Aleppo, a grande cidade do norte.

"Estes massacres reiterados realizados pelos esquadrões da morte do regime mostram que há uma clara metodologia criminosa cujo objetivo é gerar terror e avivar os sentimentos de ódio entre sírios", denuncia a Coalizão.

Entre as vítimas figuram crianças, mulheres e pessoas mais velhas, acusadas de terem colaborado com os rebeldes do Exército Sírio Livre.

Por sua vez, o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) se referiu a informações segundo as quais "dezenas de civis" morreram em Malkiyé após um ataque do exército popular.

A AFP não está em condições de verificar estas informações de forma independente.

O OSDH também indicou que os jihadistas da Frente Al-Nusra tomaram o controle de uma importante passagem fronteiriça entre Síria e Iraque.

Por último, um comandante do ESL no leste da Síria, que se apresenta com o nome de Abdel Salam Tabsah, disse ter "medo de que a Al-Nusra se apodere do país após a queda dos Assad".

"Espero que acabem indo embora buscar a jihad em outro país; se isso não ocorrer, temo que será preciso lutar contra eles para expulsá-los", acrescentou.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEstados Unidos (EUA)EuropaGuerrasPaíses ricosRússiaSíria

Mais de Mundo

38 pessoas morreram em queda de avião no Azerbaijão, diz autoridade do Cazaquistão

Desi Bouterse, ex-ditador do Suriname e foragido da justiça, morre aos 79 anos

Petro anuncia aumento de 9,54% no salário mínimo na Colômbia

A discreta missa de Natal em uma região da Indonésia sob a sharia