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Síria acusa países árabes e ocidentais de cúmplices em atentado de Aleppo

Na sexta-feira, 28 pessoas morreram e 235 ficaram feridas no duplo atentado com carros-bombas

Projeto de resolução convoca o regime de Bashar al Assad a parar 'de forma imediata' os ataques contra a população civil (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2012 às 10h09.

Damasco/Cairo - O regime sírio considera que é vítima de uma injusta campanha internacional lançada por países árabes e ocidentais, os quais acusou neste sábado de serem cúmplices dos autores do duplo atentado de Aleppo, que na sexta-feira matou 28 pessoas.

A mensagem está na carta divulgada pela agência de notícias oficial síria 'Sana' destinada ao secretário-geral da ONU e aos responsáveis da Liga Árabe, do Conselho de Direitos Humanos da ONU e da Organização de Cooperação Islâmica.

No documento, o Ministério das Relações Exteriores sírio denuncia que o crime foi cometido por 'pessoas apoiadas por nações árabes e ocidentais', mas não citou nomes, como o objetivo de abalar a segurança do país e da população.

Na sexta-feira, 28 pessoas morreram e 235 ficaram feridas no duplo atentado com carros-bombas contra duas sedes da Agência de Inteligência da Polícia Militar e das tropas de choque de Aleppo, a segunda cidade da Síria .

Imediatamente depois, o regime acusou 'grupos terroristas' pela agressão. O mesmo fez o Exército Livre Sírio (ELS), formado por militares desertores, que culpou as autoridades pelas explosões, embora tenha assumido a responsabilidade do ataque com armas leves prévio às explosões.

O Ministério das Relações Exteriores sírio acusa 'estados da região de liderar uma campanha de mobilização regional e internacional contra a Síria com argumentos humanitários. Como defende o Governo sírio, esses países abrigam grupos terroristas armados que matam inocentes para alcançar suas metas destrutivas'.

Diante disso, 'como a Síria se sente no direito de proteger seus cidadãos e combater o terrorismo e a violência, faz um chamado ao Conselho de Segurança da ONU para assumir suas responsabilidades na luta contra o terrorismo e na aplicação das resoluções emitidas a este respeito'.

Além disso, o Ministério pede na mensagem 'aos responsáveis por proteger, apoiar, financiar e armar esses grupos terroristas que extraditem esses delinquentes'.


Desde o início das revoltas populares em meados de março, as autoridades de Damasco dizem que são alvos de uma conspiração contra o regime que usa grupos armados.

Em contrapartida, os opositores Comitês de Coordenação Local afirmaram neste sábado que o assédio a Homs (centro), uma das fortificações da oposição, pelos seguidores de Assad persiste após uma semana de intensos bombardeios, só hoje seis pessoas morreram, incluindo uma mulher.

Enquanto isso, vários países árabes estão ultimando na ONU uma proposta de resolução sobre a Síria que condena a violência e mostra o total apoio ao plano da Liga Árabe, similar ao vetado pela Rússia e a China no Conselho de Segurança, e que esperam votar na próxima semana na Assembleia Geral.

O projeto de resolução condena as violações 'sistemáticas' aos direitos humanos na Síria, convoca o regime de Bashar al Assad a parar 'de forma imediata' os ataques contra a população civil e pede aos grupos armados que se abstenham de recorrer à violência.

Iniciativa da Arábia Saudita e que conta com apoio de vários países árabes que neste fim de semana seguirão trabalhando, o texto chama ao 'processo político sem exclusões' liderado pelos sírios, desenvolvido em ambiente 'livre de violência, intimidação e extremismo' e que permita ao povo sírio enfrentar suas 'legítimas aspirações'.

Sem pedir expressamente a saída de Assad do poder, mostra 'total apoio' à proposta da Liga Árabe de 'facilitar' uma transição política a partir do diálogo 'sério' entre o regime e 'a oposição', que leve a um sistema 'democrático e plural'.

Para o domingo está previsto que os ministros das Relações Exteriores da organização pan-árabe se reúnam no Cairo para estudar a possibilidade de formar uma missão de observadores conjunta com a ONU para comprovar no terreno a situação na Síria. EFE

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Damasco/Cairo - O regime sírio considera que é vítima de uma injusta campanha internacional lançada por países árabes e ocidentais, os quais acusou neste sábado de serem cúmplices dos autores do duplo atentado de Aleppo, que na sexta-feira matou 28 pessoas.

A mensagem está na carta divulgada pela agência de notícias oficial síria 'Sana' destinada ao secretário-geral da ONU e aos responsáveis da Liga Árabe, do Conselho de Direitos Humanos da ONU e da Organização de Cooperação Islâmica.

No documento, o Ministério das Relações Exteriores sírio denuncia que o crime foi cometido por 'pessoas apoiadas por nações árabes e ocidentais', mas não citou nomes, como o objetivo de abalar a segurança do país e da população.

Na sexta-feira, 28 pessoas morreram e 235 ficaram feridas no duplo atentado com carros-bombas contra duas sedes da Agência de Inteligência da Polícia Militar e das tropas de choque de Aleppo, a segunda cidade da Síria .

Imediatamente depois, o regime acusou 'grupos terroristas' pela agressão. O mesmo fez o Exército Livre Sírio (ELS), formado por militares desertores, que culpou as autoridades pelas explosões, embora tenha assumido a responsabilidade do ataque com armas leves prévio às explosões.

O Ministério das Relações Exteriores sírio acusa 'estados da região de liderar uma campanha de mobilização regional e internacional contra a Síria com argumentos humanitários. Como defende o Governo sírio, esses países abrigam grupos terroristas armados que matam inocentes para alcançar suas metas destrutivas'.

Diante disso, 'como a Síria se sente no direito de proteger seus cidadãos e combater o terrorismo e a violência, faz um chamado ao Conselho de Segurança da ONU para assumir suas responsabilidades na luta contra o terrorismo e na aplicação das resoluções emitidas a este respeito'.

Além disso, o Ministério pede na mensagem 'aos responsáveis por proteger, apoiar, financiar e armar esses grupos terroristas que extraditem esses delinquentes'.


Desde o início das revoltas populares em meados de março, as autoridades de Damasco dizem que são alvos de uma conspiração contra o regime que usa grupos armados.

Em contrapartida, os opositores Comitês de Coordenação Local afirmaram neste sábado que o assédio a Homs (centro), uma das fortificações da oposição, pelos seguidores de Assad persiste após uma semana de intensos bombardeios, só hoje seis pessoas morreram, incluindo uma mulher.

Enquanto isso, vários países árabes estão ultimando na ONU uma proposta de resolução sobre a Síria que condena a violência e mostra o total apoio ao plano da Liga Árabe, similar ao vetado pela Rússia e a China no Conselho de Segurança, e que esperam votar na próxima semana na Assembleia Geral.

O projeto de resolução condena as violações 'sistemáticas' aos direitos humanos na Síria, convoca o regime de Bashar al Assad a parar 'de forma imediata' os ataques contra a população civil e pede aos grupos armados que se abstenham de recorrer à violência.

Iniciativa da Arábia Saudita e que conta com apoio de vários países árabes que neste fim de semana seguirão trabalhando, o texto chama ao 'processo político sem exclusões' liderado pelos sírios, desenvolvido em ambiente 'livre de violência, intimidação e extremismo' e que permita ao povo sírio enfrentar suas 'legítimas aspirações'.

Sem pedir expressamente a saída de Assad do poder, mostra 'total apoio' à proposta da Liga Árabe de 'facilitar' uma transição política a partir do diálogo 'sério' entre o regime e 'a oposição', que leve a um sistema 'democrático e plural'.

Para o domingo está previsto que os ministros das Relações Exteriores da organização pan-árabe se reúnam no Cairo para estudar a possibilidade de formar uma missão de observadores conjunta com a ONU para comprovar no terreno a situação na Síria. EFE

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