Silvio Berlusconi, a fênix da política italiana
"Berlusconi é como James Bond: nunca diga nunca", comenta o professor de filosofia Giacomo Marramao
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.
Roma - O multimilionário Silvio Berlusconi é o que se pode chamar de 'especialista em retornos', aquele político que consegue constantemente renascer das cinzas, apesar dos escândalos judiciários e sexuais que teriam ameaçado sua carreira em qualquer país ocidental. Menos na Itália.
Em 12 de novembro de 2011, o país estava à beira da asfixia e o Cavaliere, ddesacreditado após sucessivos processos, deixa o poder sob vaias, passando o cargo para o técnico e respeitado Mario Monti.
Fevereiro de 2013. Fazendo campanha eleitoral já há alguns meses e com cerca de 18% das intenções de voto, ele obtém um crescimento espetacular de 28,5%, diminuindo a diferença para seu adversário em quatro ou cinco pontos.
"Berlusconi é como James Bond: nunca diga nunca", comenta o professor de filosofia Giacomo Marramao, enquanto o jornalista de esquerda Marco Travagli o apelidou de "Senhor Voltei".
Seu segredo? Uma cara de pau que o deixou dizer que seu sucessor e agora rival Mario Monti "mergulhou a Itália na recessão". No dia seguinte, Berlusconi chegou a sugerir que o adversário poderia votar nele. Além disso, ele prometeu aos italianos que não somente baixará os impostos, mas reembolsará o que foi pago no ano passado.
Tudo isso aparecendo na mídia com uma presença que não enfraqueceu, apesar de seus 76 anos. "Eu me olhei no espelho hoje de manhã...e pensei: não se fazem mais espelhos como antigamente", declarou recentemente a seus fãs em Roma, sem abrir mão do eterno sorriso.
Filho de um bancário milanês, Berlusconi nasceu em 29 de setembro de 1936 e começou sua carreira em barcos que faziam cruzeiros, onde trabalhava cantando e contando histórias engraçadas.
Vendedor de aspiradores de pó no final dos anos 1950, em 1961 ele se forma em direito e faz um empréstimo no banco onde o pai trabalhava para fundar uma sociedade imobiliária.
Começa então uma irresistível ascensão que provoca questionamentos quanto à origem de sua fortuna, sobre a qual ele sempre foi reticente.
Mas foi sobretudo na televisão que sua genialidade transpareceu. Desde os anos 1980, Berlusconi espalha pela TV italiana uma série de programas cujas principais atrações são mulheres seminuas.
A holding da família Berlusconi, Fininvest, conta com três canais de televisão, jornais e uma editora, a Mondadori. Mas a cereja do bolo para este fanático por futebol é o Milan AC, time campeão da Itália em 2011.
Durante 10 anos ele foi dono da maior fortuna da Itália, antes que as crises nas bolsas de todo o mundo o puxassem para o terceiro ou o quarto lugar.
Em 1994 ele se lançou na política. Dentro de algumas semanas ele fundou o Forza Italia, formado essencialmente por funcionários de sua holding.
Berlusconi ganhou as eleições mas, abandonado pelos aliados, seu governo fracassou em sete meses. Em 2001 ele reconquista o poder, ficando até 2006 -- duração recorde no pós-guerra.
Desgastado após cinco anos, ele foi derrotado nas eleições, mas faz uma revanche surpreendente dois anos mais tarde, chegando ao poder pela terceira vez, antes de pedir demissão em 2011.
Ao longo dos anos no poder, seus problemas pessoais, especialmente judiciais, ficaram em primeiro plano. Berlusconi foi diversas vezes condenado em primeira instância, mas nenhuma definitiva graças -- segundo seus opositores -- a leis adotadas especialmente.
Muito preocupado com a aparência, este homem de baixa estatura recorre sem pestanejar a maquiagem, tinta de cabelo e cirurgia plástica.
Seu gosto assumido por jovens e belas mulheres -- até mesmo garotas de programa -- culminou com um pedido divórcio em 2009. E um processo por prostituição de menores e abuso de poder, protagonizado pela jovem marroquina "Ruby" e as tórridas festas "bunga-bunga".
Pai de cinco filhos frutos de dois casamentos e avô várias vezes, este personagem nada comum provoca em seus compatriotas ou adoração ou ódio visceral. Em dezembro de 2009, um homem atirou contra o rosto de Berlusconi uma reprodução do Cúpula de Milão, quebrando dois dentes e o nariz do presidente.
Roma - O multimilionário Silvio Berlusconi é o que se pode chamar de 'especialista em retornos', aquele político que consegue constantemente renascer das cinzas, apesar dos escândalos judiciários e sexuais que teriam ameaçado sua carreira em qualquer país ocidental. Menos na Itália.
Em 12 de novembro de 2011, o país estava à beira da asfixia e o Cavaliere, ddesacreditado após sucessivos processos, deixa o poder sob vaias, passando o cargo para o técnico e respeitado Mario Monti.
Fevereiro de 2013. Fazendo campanha eleitoral já há alguns meses e com cerca de 18% das intenções de voto, ele obtém um crescimento espetacular de 28,5%, diminuindo a diferença para seu adversário em quatro ou cinco pontos.
"Berlusconi é como James Bond: nunca diga nunca", comenta o professor de filosofia Giacomo Marramao, enquanto o jornalista de esquerda Marco Travagli o apelidou de "Senhor Voltei".
Seu segredo? Uma cara de pau que o deixou dizer que seu sucessor e agora rival Mario Monti "mergulhou a Itália na recessão". No dia seguinte, Berlusconi chegou a sugerir que o adversário poderia votar nele. Além disso, ele prometeu aos italianos que não somente baixará os impostos, mas reembolsará o que foi pago no ano passado.
Tudo isso aparecendo na mídia com uma presença que não enfraqueceu, apesar de seus 76 anos. "Eu me olhei no espelho hoje de manhã...e pensei: não se fazem mais espelhos como antigamente", declarou recentemente a seus fãs em Roma, sem abrir mão do eterno sorriso.
Filho de um bancário milanês, Berlusconi nasceu em 29 de setembro de 1936 e começou sua carreira em barcos que faziam cruzeiros, onde trabalhava cantando e contando histórias engraçadas.
Vendedor de aspiradores de pó no final dos anos 1950, em 1961 ele se forma em direito e faz um empréstimo no banco onde o pai trabalhava para fundar uma sociedade imobiliária.
Começa então uma irresistível ascensão que provoca questionamentos quanto à origem de sua fortuna, sobre a qual ele sempre foi reticente.
Mas foi sobretudo na televisão que sua genialidade transpareceu. Desde os anos 1980, Berlusconi espalha pela TV italiana uma série de programas cujas principais atrações são mulheres seminuas.
A holding da família Berlusconi, Fininvest, conta com três canais de televisão, jornais e uma editora, a Mondadori. Mas a cereja do bolo para este fanático por futebol é o Milan AC, time campeão da Itália em 2011.
Durante 10 anos ele foi dono da maior fortuna da Itália, antes que as crises nas bolsas de todo o mundo o puxassem para o terceiro ou o quarto lugar.
Em 1994 ele se lançou na política. Dentro de algumas semanas ele fundou o Forza Italia, formado essencialmente por funcionários de sua holding.
Berlusconi ganhou as eleições mas, abandonado pelos aliados, seu governo fracassou em sete meses. Em 2001 ele reconquista o poder, ficando até 2006 -- duração recorde no pós-guerra.
Desgastado após cinco anos, ele foi derrotado nas eleições, mas faz uma revanche surpreendente dois anos mais tarde, chegando ao poder pela terceira vez, antes de pedir demissão em 2011.
Ao longo dos anos no poder, seus problemas pessoais, especialmente judiciais, ficaram em primeiro plano. Berlusconi foi diversas vezes condenado em primeira instância, mas nenhuma definitiva graças -- segundo seus opositores -- a leis adotadas especialmente.
Muito preocupado com a aparência, este homem de baixa estatura recorre sem pestanejar a maquiagem, tinta de cabelo e cirurgia plástica.
Seu gosto assumido por jovens e belas mulheres -- até mesmo garotas de programa -- culminou com um pedido divórcio em 2009. E um processo por prostituição de menores e abuso de poder, protagonizado pela jovem marroquina "Ruby" e as tórridas festas "bunga-bunga".
Pai de cinco filhos frutos de dois casamentos e avô várias vezes, este personagem nada comum provoca em seus compatriotas ou adoração ou ódio visceral. Em dezembro de 2009, um homem atirou contra o rosto de Berlusconi uma reprodução do Cúpula de Milão, quebrando dois dentes e o nariz do presidente.