Coreia do Sul relembra bombardeio norte-coreano de 2010
Seul realizou nesta sexta-feira manobras militares no segundo aniversário do bombardeio que causou a morte de dois soldados e dois civis sul-coreanos
Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2012 às 08h39.
Seul - A Coreia do Sul realizou nesta sexta-feira, apesar das ameaças da Coreia do Norte, manobras militares em Yeonpyeong no segundo aniversário do bombardeio norte-coreano a essa ilha, que em 2010 causou a morte de dois soldados e dois civis.
As manobras, que aconteceram na própria ilha e em outras localizações próximas à fronteira do Mar Amarelo, contaram com a participação das forças sul-coreanas de terra, mar e ar, confirmou à Agência Efe um porta-voz do Ministério da Defesa de Seul.
"Coordenar a resposta do Exército perante possíveis provocações da Coreia do Norte" é o principal objetivo dos recém concluídos exercícios que, destacou o representante da Defesa, não incluíram testes com fogo real.
As manobras foram precedidas de homenagens aos quatro mortos do ataque a Yeonpyeong, que foram lembrados no Monumento aos Caídos de Seul por cerca de 4.000 pessoas, entre elas familiares das vítimas, autoridades do Governo e oficiais da Força Naval.
Ali, o primeiro-ministro sul-coreano, Kim Hwang-sik, qualificou os 170 mísseis caídos em Yeonpyeong como "a pior provocação da Coreia do Norte" em seis décadas e assegurou que a determinação do Governo sul-coreano de responder com contundência a futuras agressões "é mais forte do que nunca".
"Posso afirmar que ganhamos aquela batalha", disse, por sua vez, o comandante de uma unidade de artilharia que dois anos atrás respondeu com disparos ao bombardeio a Yeonpyeong, em um contra-ataque cujo efeito sobre as tropas norte-coreanas ainda é desconhecido.
A presunção de vitória da Coreia do Sul irritou notavelmente a Coreia do Norte, que tanto no dia do aniversário como na véspera ameaçou seu vizinho, com a habitual retórica belicista do regime, de realizar um ataque militar em resposta aos atos desta sexta.
A insistência de Seul em reivindicar a vitória no incidente de Yeonpyeong de 2010 levará a "uma guerra para pôr Seul em chamas e conseguir a reunificação", advertiu o jornal estatal norte-coreano "Rodong Sinmun", enquanto a agência governista "KCNA" acusou a Coreia do Sul de "pintar como uma vitória sua derrota".
Apesar das ameaças do Norte, o Exército sul-coreano não detectou nesta sexta-feira movimentos incomuns nas forças do país vizinho, o que afasta a possibilidade de que a Coreia do Norte materialize suas advertências e provoque um confronto físico.
No entanto, meios japoneses revelaram que, segundo recentes imagens de um satélite dos EUA, o regime de Kim Jong-un poderia estar preparando para o mês que vem um novo teste com um projétil de longo alcance, como o realizado em abril e que lhe valeu a condenação internacional, ao ser considerado um teste balístico.
A Coreia do Sul, por sua vez, teria equipado seus navios de guerra com mísseis de cruzeiro capazes de abranger toda a Coreia do Norte, segundo uma informação divulgada pela agência local "Yonhap", que fontes do Ministério da Defesa de Seul não quis esclarecer.
Se forem confirmadas ambas as ações, se poderia falar de novos passos na corrida armamentista vivida pela península coreana, por causa da tensão entre Norte e Sul desde o conflituoso ano de 2010.
Em março daquele ano, meses antes do bombardeio a Yeonpyeong, 46 soldados morreram no afundamento da embarcação sul-coreana Cheonan, um fato que Seul atribui à Coreia do Norte, enquanto o país comunista nega qualquer envolvimento.
Ambos os incidentes deterioraram seriamente as relações entre as duas Coreias e levaram o Governo sul-coreano de Lee Myung-bak a empreender políticas de linha dura vigentes até hoje, como restringir os contatos e os envios de ajuda a esse país.
Lee visitou inclusive Yeonpyeong há um mês, a primeira de um chefe de Estado sul-coreano a esta ilha fronteiriça, na qual prometeu responder com firmeza a qualquer provocação do inimigo.
Norte e Sul, separados desde 1948, permanecem ainda hoje tecnicamente em confronto devido a que a Guerra da Coreia (1950-1953) terminou com um armistício que nunca foi substituído por um acordo de paz. EFE
Seul - A Coreia do Sul realizou nesta sexta-feira, apesar das ameaças da Coreia do Norte, manobras militares em Yeonpyeong no segundo aniversário do bombardeio norte-coreano a essa ilha, que em 2010 causou a morte de dois soldados e dois civis.
As manobras, que aconteceram na própria ilha e em outras localizações próximas à fronteira do Mar Amarelo, contaram com a participação das forças sul-coreanas de terra, mar e ar, confirmou à Agência Efe um porta-voz do Ministério da Defesa de Seul.
"Coordenar a resposta do Exército perante possíveis provocações da Coreia do Norte" é o principal objetivo dos recém concluídos exercícios que, destacou o representante da Defesa, não incluíram testes com fogo real.
As manobras foram precedidas de homenagens aos quatro mortos do ataque a Yeonpyeong, que foram lembrados no Monumento aos Caídos de Seul por cerca de 4.000 pessoas, entre elas familiares das vítimas, autoridades do Governo e oficiais da Força Naval.
Ali, o primeiro-ministro sul-coreano, Kim Hwang-sik, qualificou os 170 mísseis caídos em Yeonpyeong como "a pior provocação da Coreia do Norte" em seis décadas e assegurou que a determinação do Governo sul-coreano de responder com contundência a futuras agressões "é mais forte do que nunca".
"Posso afirmar que ganhamos aquela batalha", disse, por sua vez, o comandante de uma unidade de artilharia que dois anos atrás respondeu com disparos ao bombardeio a Yeonpyeong, em um contra-ataque cujo efeito sobre as tropas norte-coreanas ainda é desconhecido.
A presunção de vitória da Coreia do Sul irritou notavelmente a Coreia do Norte, que tanto no dia do aniversário como na véspera ameaçou seu vizinho, com a habitual retórica belicista do regime, de realizar um ataque militar em resposta aos atos desta sexta.
A insistência de Seul em reivindicar a vitória no incidente de Yeonpyeong de 2010 levará a "uma guerra para pôr Seul em chamas e conseguir a reunificação", advertiu o jornal estatal norte-coreano "Rodong Sinmun", enquanto a agência governista "KCNA" acusou a Coreia do Sul de "pintar como uma vitória sua derrota".
Apesar das ameaças do Norte, o Exército sul-coreano não detectou nesta sexta-feira movimentos incomuns nas forças do país vizinho, o que afasta a possibilidade de que a Coreia do Norte materialize suas advertências e provoque um confronto físico.
No entanto, meios japoneses revelaram que, segundo recentes imagens de um satélite dos EUA, o regime de Kim Jong-un poderia estar preparando para o mês que vem um novo teste com um projétil de longo alcance, como o realizado em abril e que lhe valeu a condenação internacional, ao ser considerado um teste balístico.
A Coreia do Sul, por sua vez, teria equipado seus navios de guerra com mísseis de cruzeiro capazes de abranger toda a Coreia do Norte, segundo uma informação divulgada pela agência local "Yonhap", que fontes do Ministério da Defesa de Seul não quis esclarecer.
Se forem confirmadas ambas as ações, se poderia falar de novos passos na corrida armamentista vivida pela península coreana, por causa da tensão entre Norte e Sul desde o conflituoso ano de 2010.
Em março daquele ano, meses antes do bombardeio a Yeonpyeong, 46 soldados morreram no afundamento da embarcação sul-coreana Cheonan, um fato que Seul atribui à Coreia do Norte, enquanto o país comunista nega qualquer envolvimento.
Ambos os incidentes deterioraram seriamente as relações entre as duas Coreias e levaram o Governo sul-coreano de Lee Myung-bak a empreender políticas de linha dura vigentes até hoje, como restringir os contatos e os envios de ajuda a esse país.
Lee visitou inclusive Yeonpyeong há um mês, a primeira de um chefe de Estado sul-coreano a esta ilha fronteiriça, na qual prometeu responder com firmeza a qualquer provocação do inimigo.
Norte e Sul, separados desde 1948, permanecem ainda hoje tecnicamente em confronto devido a que a Guerra da Coreia (1950-1953) terminou com um armistício que nunca foi substituído por um acordo de paz. EFE