Mundo

Sete vereadores anunciam saída do PSDB de São Paulo

Desde março, a bancada do PSDB tem tido conflitos com o governo estadual no processo de escolha do comando do partido na capital

Mudança é consequência de um desgate entre os vereadores e aliados do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (Prefeitura de SP/Divulgação)

Mudança é consequência de um desgate entre os vereadores e aliados do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (Prefeitura de SP/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2011 às 17h20.

São Paulo - Com duras críticas, um grupo de sete vereadores do PSDB na Câmara Municipal de São Paulo anunciou hoje a saída do partido. O rompimento, que reduz a bancada tucana para seis vereadores, é consequência de um desgate entre os vereadores e aliados do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. O estopim da crise teria sido um vídeo que mostraria integrantes da direção minimizando a participação dos vereadores na Executiva Municipal que está em processo de formação.

Desde março, a bancada do PSDB tem tido conflitos com o governo estadual no processo de escolha do comando do partido na capital posto estratégico para a disputa municipal de 2012. Em abril, os dois lados chegaram a um acordo e lançaram uma chapa única para a disputa. Com o anúncio do nome do Secretário Estadual da Gestão Pública, Julio Semeghini, como novo presidente (processo em que parte dos vereadores se absteve), teve início um novo impasse para a definição de outros cargos. Os vereadores acusam a nova direção municipal de ter recebido um papel secundário, com indicação para ocupar a secretaria geral.

O vereador Gilberto Natalini, um dos que deixam o partido e atuou como uma espécie de porta-voz do grupo, enumerou algumas críticas que teriam sido feitas aos vereadores por aliados de Alckmin: "vereador tem de ser tratado a peixeirada", "vereador tem de pedir perdão" e "vereador tem de levar paulada". De acordo com ele, as frases foram ditas por "uma facção do PSDB" que teria assumido a direção municipal do partido.

"Nós comunicamos o nosso desligamento do PSDB a partir desse momento. Não sabemos o destino partidário de cada um de nós particularmente", disse. "O motivo dessa decisão é nossa exclusão do processo partidário de renovação e escolha da Executiva Municipal." O vereador Natalini informou que outros nomes da bancada do PSDB na Câmara podem deixar o partido nos próximos dias. "Alguns ainda estão pensando, estão analisando", afirmou. "Temos sido ofendidos e desrespeitados."

Na entrevista, não estavam presentes os sete vereadores, tendo participado apenas cinco deles: Natalini, Ricardo Teixeira, Dalton Silvano, Juscelino Gadelha e o atual presidente da Câmara Municipal, José Police Neto. Os vereadores Adolfo Quintas e Souza Santos não participaram. Natalini informou que o grupo recebeu convite de filiação de outras legendas. Nos bastidores, é discutida a entrada dos vereadores no PPS, PMDB ou PSD, sigla que está em processo de criação pelo prefeito Gilberto Kassab.

Os vereadores afirmaram que não têm "nenhum sentimento negativo" em relação ao governador Alckmin. Mas, na avaliação deles, ele teria perdido o controle do Diretório Municipal do PSDB. Segundo Natalini, o ex-governador José Serra foi informado sobre a decisão da bancada. "O Serra já foi comunicado, recebeu com tristeza e fez um apelo para que nós não saíssemos", disse.

Os vereadores informaram ainda que estão preparados para esclarecer à Justiça Eleitoral a decisão caso o PSDB questione o desligamento da legenda, que pode levar a perda de mandato deles.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasEleiçõesMetrópoles globaisOposição políticaPartidos políticosPSDBsao-paulo

Mais de Mundo

Violência após eleição presidencial deixa mais de 20 mortos em Moçambique

38 pessoas morreram em queda de avião no Azerbaijão, diz autoridade do Cazaquistão

Desi Bouterse, ex-ditador do Suriname e foragido da justiça, morre aos 79 anos

Petro anuncia aumento de 9,54% no salário mínimo na Colômbia