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Serum envia primeiras vacinas do coronavírus à Covax. Brasil ainda não está na lista

A previsão do consórcio é que o Brasil receba 10,7 milhões de doses de vacinas até o final de 2021. Nesta terça-feira, o Brasil também recebeu 2 milhões de doses da AstraZeneca

Serum: instituto indiano negociou com a Covax a venda de 1,1 bilhão de doses para os países da aliança (AFP/AFP)
CR

Carolina Riveira

Publicado em 23 de fevereiro de 2021 às 13h26.

Última atualização em 23 de fevereiro de 2021 às 14h56.

O Instituto Serum da Índia, maior fabricante de vacinas do mundo , enviou nesta terça-feira o primeiro lote de vacinas contra a covid-19 para o programa mundial de imunização Covax.

A Covax estabeleceu três grupos: os que receberão vacina da Pfizer , os que receberão vacina de Oxford feita pelo Serum e os que receberão vacinas via acordo direto da Covax com a AstraZeneca. O Brasil está no terceiro, edeve receber 10,7 milhões de doses da vacina de AstraZeneca/Oxford via Covax até o fim do ano, para além das doses que já tem comprado diretamente com a fabricante.

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O Covax, dirigido pela Organização Mundial da Saúde ( OMS ) e a aliança GAVI, alcançou acordos com os fabricantes para 2 bilhões de doses em 2021 e tem a opção de comprar mais um bilhão.

O montante fechado pela Covax inclui 1,1 bilhão de doses do Instituto Serum, que produz as vacinas da anglo-sueca AstraZeneca e da americana Novavax.

A OMS do sudeste asiático tuitou fotos das primeiras remessas carregadas em um caminhão na fábrica do Serum em Pune, oeste da Índia.

O diretor do Serum, Adar Poonawalla, pediu no domingo que os países tenham "paciência", afirmando que recebeu instruções para priorizar o mercado interno indiano.

O objetivo da Covax é imunizar até 20% da população nos países mais pobres. Para os demais países participantes, como o Brasil (que não está na lista dos que terão vacina subsidiada), o número de doses recebidas variou a depender da quantidade comprada.

O Brasil liberou 2,5 bilhões de dólares em pagamento à Covax, que está sendo pago em parcelas, o suficiente para cerca de 10% da população.

A previsão do consórcio é que o Brasil receba 10,7 milhões de doses de vacinas até o final de 2021, 6 milhões entregues até julho. Desse grupo, só 15% das doses (1,6 milhão) chegarão até março.

Para além da Covax, o Instituto Serum já forneceu ao governo indiano e a outros países (como o Brasil) milhões de doses da vacina da AstraZeneca em acordos diretos. O Brasil recebeu 2 milhões de doses prontas da vacina da AstraZeneca em janeiro e outras 2 milhões chegaram nesta terça-feira, 23 de fevereiro.

Segundo a Fundação Oswaldo Cruz, que é parceira da AstraZeneca nos testes no Brasil e organiza a importação, outras 8 milhões de doses prontas devem ser importadas nos próximos dois meses.

Enquanto negocia as doses prontas, a Fiocruz também trabalha na fabricação interna das vacinas. O insumo necessário -- o chamado IFA -- chegou ao Brasil em fevereiro, e as primeiras doses devem ser entregues em meados de março. A meta é produzir 100,4 milhões de doses até julho com o IFA importado. Eventualmente, o objetivo é fabricar também o IFA nacionalmente.

Também nesta terça-feira, 23, o governador de São Paulo, João Doria, afirmou que o Instituto Butantan será capaz de produzir doses da Coronavac com IFA fabricado nacionalmente em dezembro. As doses com o IFA importado já estão sendo fabricadas desde o ano passado.

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