Serra disse também achar impróprio pressionar o PV por apoio (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h36.
São Paulo - O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse nesta quinta-feira que o que lhe incomoda nessa discussão sobre a descriminalização do aborto não é ser favorável ou contra essa prática, mas a mentira de caráter eleitoral.
"Sempre fui contra o aborto. Há pessoas que são a favor. O que está em questão nessa campanha não é ser contra ou a favor, é a mentira. Quem é a favor, de repente diz que é contra por motivos eleitorais. Isso que eu acho errado", afirmou Serra a jornalistas na sede da campanha tucana no centro de São Paulo.
"Eu acho que cada um tem suas crenças, e a gente deve respeitar a crença das pessoas. Agora, a questão é dizer a verdade", completou.
Indagado sobre as declarações do ministro licenciado de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para quem o tucano e Dilma Rousseff, presidenciável petista, teriam a mesma posição sobre o tema do aborto, Serra ironizou.
"Eu não vou repercutir o Padilha. Pede para o Jô Soares repercutir o Padilha", falou.
Serra defendeu que neste segundo turno devem ser debatidos valores morais, como a verdade. O candidato disse também achar impróprio pressionar o PV pela decisão de quem vai apoiar.
"Eu tenho uma posição de respeito aos outros partidos... agora, me parece impróprio pressionar um partido. Eles têm lá seus critérios. Eles vão tomar a sua decisão", acrescentou o tucano, que negou haver qualquer discussão sobre distribuição de ministérios para o PV em um possível governo.
No primeiro turno das eleições, Marina Silva (PV) obteve cerca de 20 milhões de votos. Com esse patrimônio eleitoral, tanto a candidatura de Serra quanto a de Dilma disputam o apoio da senadora e de sua legenda para o segundo turno, no dia 31 de outubro.
O PV, entretanto, só tomará uma decisão no dia 17. Marina sinalizou que pode optar pela neutralidade.
Sobre a estratégia de mostrar ou não o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no programa eleitoral gratuito na TV, que começa sexta-feira, o coordenador da campanha tucana e senador Sérgio Guerra desconversou.
"Se ele vai entrar ou não na TV é estratégia de marketing, que, seguramente, vai ser resolvida nesse padrão. Com ele ou conosco", declarou.
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