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Secretária permanente da Academia Sueca deixa cargo em meio a crise

Sara Danius não justificou saída da instituição que confere o Nobel de Literatura, mas entidade passa por grave crise após abusos sexuais e vazamentos

Sara Danius: "É a vontade da Academia e a aceito. Gostaria de seguir, mas há outras coisas para fazer na vida" (Agência de Notícias TT / Jonas Ekstromer /)
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EFE

Publicado em 12 de abril de 2018 às 17h48.

Última atualização em 12 de abril de 2018 às 17h56.

A secretária permanente da Academia Sueca, Sara Danius, anunciou que deixa o cargo após uma reunião realizada nesta quinta-feira, na qual discutiu a grave crise que atravessa a instituição que concede o Nobel de Literatura por um escândalo de abusos sexuais e vazamentos.

Danius não quis revelar se sua saída ocorreu depois de uma votação e afirmou que não foi discutido o nome de um sucessor.

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"Não posso entrar nisso, é confidencial. É a vontade da Academia e a aceito. Gostaria de seguir, mas há outras coisas para fazer na vida", disse Danius ao fim da reunião que decidiu sua saída.

O encontro foi o primeiro desde a renúncia de outros três acadêmicos - Klas Östergren, Kjell Espmark e Peter Englund -, que citaram de forma indireta o caso que afeta o dramaturgo francês Jean-Claude Arnault, ligado à instituição e marido de uma das integrantes da Academia Sueca, Katarina Frostenson.

Segundo a imprensa sueca, uma investigação externa recomendou denunciar o Fórum, clube literário comandado por Arnault, por irregularidades no financiamento recebido da Academia Sueca.

O relatório alertava que Frostenson era coproprietária da empresa que controlava o clube, o que violaria as regras de imparcialidade na concessão de auxílios, e que Arnault tinha vazado o vencedor do Nobel de Literatura em sete oportunidades.

Mas a proposta de expulsar Frostenson foi negada pela maioria, o que provocou a renúncia dos outros três, que foram a público criticar os colegas por não zelar pela integridade da instituição.

Em novembro, em meio à campanha de denúncias de abusos sexuais que começou nos Estados Unidos, 18 mulheres falaram anonimamente sobre supostos abusos de Arnault nas dependências da Academia Sueca ao jornal "Dagens Nyheter".

Ao explodir o caso, a academia cortou a relação privilegiada de Arnault e contratou uma investigação externa. Várias mulheres se uniram à denúncia original contra o dramaturgo. A Promotoria da Suécia também abriu um inquérito contra ele.

Com as quatro últimas saídas, apenas 12 das 18 cadeiras da Academia Sueca estão ocupadas. Duas autoras boicotam há anos a instituição por outros motivos.

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