Sarah McBride é eleita primeira senadora estadual trans dos Estados Unidos
Ela foi eleitada senadora estadual em Delaware com um plataforma com foco em saúde, igualdade de gênero e reforma do sistema de justiça criminal.
Thiago Lavado
Publicado em 4 de novembro de 2020 às 00h03.
Última atualização em 4 de novembro de 2020 às 00h14.
O estado de Delaware fez história na noite desta terça-feira, 3, ao eleger Sarah McBride, primeira mulher trans que ganhou uma corrida a um senado estadual nos Estados Unidos. Com a vitória, McBride se torna a pessoa transgênero com o maior posto político no país.
A vitória de McBride já era esperada e foi declarada pelo jornal americanoThe New York Times. O distrito que a elegeu senadora votou quase 70% em Hillary Clinton em 2016.
McBride, que tem 30 anos, construiu uma carreira focada em igualdade LGBTQ, trabalhando em organizações de direitos humanos de Delaware, além de trabalhar em campanhas democratas no estado, como do ex-governador Jack Markell e ex-procurador geral do estado, Beau Biden.
Ela alcançou proeminência política em 2016, quando foi a primeira pessoa trans a discursar na Convenção Nacional do Partido Democrata, que anunciou que Hillary Clinton seria a candidata do partido à eleição presidencial naquele ano.
Na ocasião, ela fez um discurso desafiando o país. "Seremos uma nação em que há somente uma maneira de amar, com uma única aparência, uma única maneira de viver? Ou seremos uma nação onde todos têm a liberdade de viver abertamente e igualmente; uma nação que é mais forte junta?".
Em entrevista ao portal americano Vox, McBride afirmou que sua campanha foi focada em acessibilidade à saúde, licença médica universal remunerada e reforma do sistema de justiça criminal. Todos pontos importantes em 2020, diante da pandemia de coronavírus e de protestos nos Estados Unidos diante da morte de George Floyd, que levantou questionamentos sobre reforma policial.
A campanha dela foi marcada por ataques transfóbicos, mas, em entrevista ao portal Vox, McBride afirmou que a maioria dos eleitores nunca usou sua identidade contra ela. "Eleitores neste distrito tratam as pessoas igualmente, e julgam candidatos com base em suas ideias, não em como se identificam", disse.