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Saleh põe fim a 33 anos de mandato no Iêmen

Em cerimônia que durou 30 minutos no Palácio Presidencial em Sana, Saleh entregou a Hadi uma bandeira iemenita, como símbolo da transferência de poder

O já ex-presidente retornou ao Iêmen na sexta-feira para assistir à nomeação de Hadi (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2012 às 13h57.

Sana - O até agora presidente do Iêmen , Ali Abdullah Saleh, colocou nesta segunda-feira um ponto final a mais de três décadas de mandato com a transferência oficial do poder ao seu sucessor, Abdo Rabbo Mansour Hadi, quem destacou os 'duros desafios' que vai precisar enfrentar.

Em cerimônia que durou 30 minutos no Palácio Presidencial em Sana, Saleh entregou a Hadi uma bandeira iemenita, como símbolo da transferência de poder.

'Entrego a liberdade, a segurança, o povo e o país para as mãos certas', afirmou Saleh, de 69 anos, em seu discurso, no qual se comprometeu a apoiar o novo presidente em sua missão, que classificou de 'imensa'.

O já ex-mandatário manifestou sua tristeza pelo sofrimento desnecessário da população no último ano e pediu a todos que trabalhem unidos com o novo líder para solucionar a crise, desencadeada a partir dos protestos da oposição contra o regime.

À cerimônia desta segunda-feira acudiram o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al Araby, o enviado especial da ONU para o Iêmen, Jamal Benomar, e embaixadores de países europeus e da região.

Hadi, de 66 anos, destacou em seu discurso que com a cerimônia foram acertados os fundamentos para a alternância pacífica do poder no Iêmen: 'uma base que esperamos tenha continuidade porque surgiu a pedido do povo iemenita que clamava por democracia', apontou.

Hadi reconheceu 'os duros desafios' que terá pela frente, devido ao período complicado pelo qual passa o país, é preciso trabalhar muito ainda para recuperar a segurança e a estabilidade.

'A segurança e a estabilidade são os alicerces do desenvolvimento. A crise que atravessou o Iêmen e ainda passa é complicada e difícil, e precisa da cooperação de todos os líderes do país, da nova liderança e do Governo de união nacional pelos próximos dois anos', ressaltou.


Apesar da bem-sucedida transição até o momento, o país está diante de uma explosiva conjuntura, com pujante movimento separatista que reivindica a secessão do sul, a rebelião xiita dos huties no norte e uma forte presença da Al Qaeda, que controla áreas inteiras do país.

Hadi expressou seu compromisso com a aplicação do plano de transição do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), que possibilitou a transferência pacífica de poder.

'Espero completar com todos os artigos que constam da iniciativa do Golfo e que nos reunamos após dois anos nesta sala para receber o novo presidente', afirmou Hadi, que ocupava o cargo de vice-presidente desde 1994.

No sábado, Hadi jurou o cargo diante do Parlamento, após ganhar com 99,8% dos votos o pleito presidencial de 21 de fevereiro, aos quais concorreu como único candidato.

A iniciativa do CCG - integrada pela Arábia Saudita, Kuwait, Catar, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Omã - estabelece que o novo chefe de Estado presida o país pelo período de dois anos, durante o qual deverá alterar a Constituição e fazer eleições gerais.

Saleh assinou o plano em novembro em Riad e desde então Hadi estava administrando na prática os assuntos do país.

O principal partido opositor iemenita, no entanto, o Encontro Partilhado, boicotou a cerimônia desta segunda-feira que classificou como 'provocação irritante' por considerar que a transferência do poder é do povo ao novo presidente e não de Saleh para Hadi.

De fato, milhares de pessoas se manifestaram nesta segunda-feira em Sana para pedir a Saleh que respeitasse a vontade do povo e não assistisse ao ato.

Um dos organizadores das manifestações, Ahmad al Uafi, disse à Agência Efe que a cerimônia 'é uma tentativa de Saleh de fingir diante de seus seguidores que entregou o poder voluntariamente e não foi derrubado para manter sua dignidade'.

Uafi ressaltou que a posse de Hadi foi oficial no sábado, quando jurou o cargo diante do Parlamento. O próprio primeiro-ministro do Governo de união nacional formado após a aplicação do plano do CCG, o líder opositor Mohammed Salem Basandawa, boicotou a cerimônia desta segunda-feira em desacordo pela presença de Saleh.

O já ex-presidente retornou ao Iêmen na sexta-feira para assistir à nomeação de Hadi. Ele estava nos Estados Unidos para receber tratamento médico por causa dos ferimentos sofridos em junho em atentado contra ele no palácio presidencial na capital iemenita.

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Sana - O até agora presidente do Iêmen , Ali Abdullah Saleh, colocou nesta segunda-feira um ponto final a mais de três décadas de mandato com a transferência oficial do poder ao seu sucessor, Abdo Rabbo Mansour Hadi, quem destacou os 'duros desafios' que vai precisar enfrentar.

Em cerimônia que durou 30 minutos no Palácio Presidencial em Sana, Saleh entregou a Hadi uma bandeira iemenita, como símbolo da transferência de poder.

'Entrego a liberdade, a segurança, o povo e o país para as mãos certas', afirmou Saleh, de 69 anos, em seu discurso, no qual se comprometeu a apoiar o novo presidente em sua missão, que classificou de 'imensa'.

O já ex-mandatário manifestou sua tristeza pelo sofrimento desnecessário da população no último ano e pediu a todos que trabalhem unidos com o novo líder para solucionar a crise, desencadeada a partir dos protestos da oposição contra o regime.

À cerimônia desta segunda-feira acudiram o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al Araby, o enviado especial da ONU para o Iêmen, Jamal Benomar, e embaixadores de países europeus e da região.

Hadi, de 66 anos, destacou em seu discurso que com a cerimônia foram acertados os fundamentos para a alternância pacífica do poder no Iêmen: 'uma base que esperamos tenha continuidade porque surgiu a pedido do povo iemenita que clamava por democracia', apontou.

Hadi reconheceu 'os duros desafios' que terá pela frente, devido ao período complicado pelo qual passa o país, é preciso trabalhar muito ainda para recuperar a segurança e a estabilidade.

'A segurança e a estabilidade são os alicerces do desenvolvimento. A crise que atravessou o Iêmen e ainda passa é complicada e difícil, e precisa da cooperação de todos os líderes do país, da nova liderança e do Governo de união nacional pelos próximos dois anos', ressaltou.


Apesar da bem-sucedida transição até o momento, o país está diante de uma explosiva conjuntura, com pujante movimento separatista que reivindica a secessão do sul, a rebelião xiita dos huties no norte e uma forte presença da Al Qaeda, que controla áreas inteiras do país.

Hadi expressou seu compromisso com a aplicação do plano de transição do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), que possibilitou a transferência pacífica de poder.

'Espero completar com todos os artigos que constam da iniciativa do Golfo e que nos reunamos após dois anos nesta sala para receber o novo presidente', afirmou Hadi, que ocupava o cargo de vice-presidente desde 1994.

No sábado, Hadi jurou o cargo diante do Parlamento, após ganhar com 99,8% dos votos o pleito presidencial de 21 de fevereiro, aos quais concorreu como único candidato.

A iniciativa do CCG - integrada pela Arábia Saudita, Kuwait, Catar, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Omã - estabelece que o novo chefe de Estado presida o país pelo período de dois anos, durante o qual deverá alterar a Constituição e fazer eleições gerais.

Saleh assinou o plano em novembro em Riad e desde então Hadi estava administrando na prática os assuntos do país.

O principal partido opositor iemenita, no entanto, o Encontro Partilhado, boicotou a cerimônia desta segunda-feira que classificou como 'provocação irritante' por considerar que a transferência do poder é do povo ao novo presidente e não de Saleh para Hadi.

De fato, milhares de pessoas se manifestaram nesta segunda-feira em Sana para pedir a Saleh que respeitasse a vontade do povo e não assistisse ao ato.

Um dos organizadores das manifestações, Ahmad al Uafi, disse à Agência Efe que a cerimônia 'é uma tentativa de Saleh de fingir diante de seus seguidores que entregou o poder voluntariamente e não foi derrubado para manter sua dignidade'.

Uafi ressaltou que a posse de Hadi foi oficial no sábado, quando jurou o cargo diante do Parlamento. O próprio primeiro-ministro do Governo de união nacional formado após a aplicação do plano do CCG, o líder opositor Mohammed Salem Basandawa, boicotou a cerimônia desta segunda-feira em desacordo pela presença de Saleh.

O já ex-presidente retornou ao Iêmen na sexta-feira para assistir à nomeação de Hadi. Ele estava nos Estados Unidos para receber tratamento médico por causa dos ferimentos sofridos em junho em atentado contra ele no palácio presidencial na capital iemenita.

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