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Rússia vai entregar sistemas antiaéreos S-300 ao exército da Síria

O presidente russo, Vladimir Putin, informou que as comunicações dos aviões que bombardearem a Síria serão bloqueadas no Mediterrâneo

Putin: Adotamos as medidas de resposta adequadas dirigidas a reforçar a segurança das tropas russas na Síria, disse o ministro russo (Alexander Zemlianichenko/Reuters)
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AFP

Publicado em 24 de setembro de 2018 às 16h25.

A Rússia entregará, em duas semanas, sistemas modernos de defesa antiaérea S-300 ao Exército sírio - anunciou o ministro russo da Defesa, Serguei Shoigu, nesta segunda-feira (24).

De acordo com o ministro, o presidente Vladimir Putin ordenou o reforço da defesa antiaérea na Síria. Ele informou ainda que serão bloqueadas as comunicações no Mediterrâneo dos aviões que bombardearem a Síria.

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Na semana passada, uma bateria síria S-200 da era soviética derrubou, por erro, um avião militar russo com 15 tripulantes, depois que vários aviões de combate israelenses bombardearam a Síria.

Durante uma conversa por telefone nesta segunda-feira com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, o presidente Putin varreu as negações feitas pela força aérea israelense, que despachou para Moscou na quinta-feira seu chefe de gabinete para se explicar.

Segundo ele, o Kremlin informou: "são justamente as ações do exército israelense que são a principal causa da tragédia". O fortalecimento das capacidades de defesa do regime de Bashar al-Assad, anunciada algumas horas antes pelo ministro da Defesa, "visa acima de tudo evitar qualquer potencial ameaça à vida dos militares russos", disse a mesma fonte.

"Adotamos, assim, as medidas de resposta adequadas dirigidas a reforçar a segurança das tropas russas" na Síria, acrescentou Shoigu.

"A Força Aérea síria receberá em duas semanas sistemas modernos S-300. São capazes de interceptar aparelhos a uma distância de mais de 250 quilômetros e podem atacar ao mesmo tempo vários alvos no ar", afirmou o ministro.

Os militares sírios já foram treinados para usar este sistema de defesa, que seria enviado para a Síria em 2013. A entrega foi suspensa "a pedido de Israel", disse Shoigu.

"A situação mudou", porém, pelos acontecimentos dos últimos dias, frisou.

Nas regiões perto da Síria no Mediterrâneo, "a navegação por satélite, os radares de bordo e os sistemas de comunicação da aviação militar que atacarem alvos no território sírio serão bloqueados", acrescentou.

Moscou acusa Israel de ser responsável pela queda de seu avião, afirmando que as forças israelenses avisaram apenas um minuto antes de seus ataques e que os aviões F-16 israelenses usaram o aparelho russo Il-20 como "escudo" contra os mísseis sírios.

"Estamos convencidos de que a implementação dessas medidas esfriará o ardor de alguns e impedirá os atos sem reflexão que constituem uma ameaça para nossos soldados", completou o ministro.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, advertiu ao presidente russo Vladimir Putin que não concorda com entrega de armas sofisticadas à Síria, e apontou a responsabilidade do exército desse país na queda do avião russo.

"Netanyahu disse a Putin que Israel confia na versão" de suas forças armadas, e assegurou que "o exército sírio", cuja agressão "junto ao Irã" está minando a estabilidade regional, "é o responsável pelo incidente infeliz", de acordo com o comunicado insraelense.

Atualmente, os S-300 operados pelos russos se encontram estacionados ao redor da base naval russa de Tartus. Os S-400, mais modernos, operam na base aérea de Hmeinim, oeste da Síria.

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