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Rússia retira crianças de zonas bombardeadas na fronteira com a Ucrânia

Nas últimas semanas, os bombardeios e incursões na Rússia se multiplicaram

Mulher caminha com duas crianças na cidade russa de Belgorod, a cerca de 40 km da fronteira ucraniana, em 27 de maio de 2023 (AFP/AFP)

Mulher caminha com duas crianças na cidade russa de Belgorod, a cerca de 40 km da fronteira ucraniana, em 27 de maio de 2023 (AFP/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 31 de maio de 2023 às 14h14.

A Rússia começou nesta quarta-feira, 31, a retirar centenas de crianças de regiões de fronteira com a Ucrânia, alvos de intensos bombardeios nos últimos dias, e onde a situação é "alarmante", segundo o Kremlin.

Nas últimas semanas, os bombardeios e incursões na Rússia se multiplicaram, entre eles alguns dos mais graves, como o ataque contra Moscou na terça-feira e uma incursão armada na região de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, na semana passada.

O governador de Belgorod, Vyacheslav Gladkov, anunciou nesta quarta o início da evacuação de menores em duas localidades alvos de disparos de artilharia e morteiros.

"A partir de hoje, estamos retirando nossas crianças dos distritos de Shebekinskii e Graivoronskii", disse. "Um primeiro grupo de 300 crianças será enviado hoje a Voronej", cidade cerca de 250 quilômetros ao nordeste.

Um jornalista da agência Ria Novosti disse que ônibus com 150 pessoas chegaram à cidade.

Gladkov assegurou que a situação estava se "agravando" em Shebekino, com novos bombardeios durante o dia, sem vítimas.

Após os ataques da manhã, o governador divulgou imagens com carros carbonizados perto de um parque e de um projétil que caiu em uma rodovia.

"Ninguém, graças a Deus, morreu", disse Gladkov, acrescentando que quatro pessoas ficaram feridas.

Um dia antes, uma pessoa morreu e duas ficaram feridas em um ataque ucraniano contra um centro de deslocados na região.

Situação "alarmante"

"Estamos realmente preocupados com esta situação. O bombardeio de alvos civis continua" em Belgorod, disse nesta quarta-feira o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

"Não ouvimos uma só palavra de condenação por parte do Ocidente", denunciou. "A situação é realmente alarmante. Medidas estão sendo tomadas", afirmou.

Esta advertência chega em um momento no qual a Rússia enfrenta dificuldades para conter os ataques em seu território, e coincide com as afirmações de Kiev sobre os últimos preparativos de uma grande contraofensiva no terreno.

As forças russas lançaram esta semana vários ataques contra a capital ucraniana, Kiev, com mísseis e drones explosivos.

Na terça-feira, as autoridades russas informaram que neutralizaram oito drones em Moscou e região, a 500 km da Ucrânia. Duas pessoas ficaram levemente feridas pela queda de escombros sobre edifícios residenciais.

Kiev nega qualquer "implicação direta" neste ataque.

Os Estados Unidos afirmaram que não apoiam nenhum ataque em território russo e que se concentram "em proporcionar o equipamento e a capacitação necessária à Ucrânia para recuperar seu território soberano".

Na semana passada, dezenas de homens armados procedentes da Ucrânia invadiram a região de Belgorod e semearam o pânico durante dois dias, antes de serem repelidos pela aviação e a artilharia russas.

Navio ucraniano "destruído"

Desde então, as zonas fronteiriças de Belgorod são bombardeadas diariamente.

Mais ao sul, em Ilsky, na região de Krasnodar, um drone caiu nesta quarta no perímetro de uma refinaria de petróleo, sem causar vítimas ou danos, anunciaram as autoridades.

No início de maio, esta mesma refinaria foi alvo de dois ataques com drones que provocaram incêndios.

Na Ucrânia, cinco pessoas morreram e 19 ficaram feridas em um bombardeio de Kiev a uma zona ocupada pelas tropas russas em Luhansk (leste), informaram autoridades próximas a Moscou.

A Rússia reivindicou nesta quarta a destruição do navio "Yuri Olefirenko" no porto ucraniano de Odessa, segundo Moscou, o "último" grande navio de guerra ucraniano em operação.

Procurado pela AFP, o porta-voz da Marinha ucraniana, Oleg Chalyk, não desmentiu os fatos, mas pediu para que não seja dada "muita atenção" às fontes russas.

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