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Rússia repudia possíveis sanções por apoio a eleições

Governo russo repudiou possíveis sanções ocidentais por reconhecer as eleições separatistas da Ucrânia

Grigori Karasin: "sanções são um método de solução de conflitos absolutamente contraproducente" (AFP/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 3 de novembro de 2014 às 09h02.

Moscou - A Rússia repudiou nesta segunda-feira as possíveis sanções ocidentais por seu reconhecimento das eleições separatistas realizadas no domingo, no leste da Ucrânia , nas quais foram escolhidos os líderes e Legislativos locais.

"As sanções são um método de solução de conflitos absolutamente contraproducente. Isso foi demonstrado ao longo da história", declarou Grigori Karasin, vice-ministro das Relações Exteriores russo, à agência "Interfax".

O diplomata ressaltou que a Rússia "está sob sanções há vários meses" e que elas "não conseguiram nada mais que a consolidação da sociedade russa".

Karasin enfatizou que Moscou "respeita a vontade popular dos habitantes do sudeste" da Ucrânia, termo utilizado pela Rússia para se referir às regiões orientais de Donetsk e Lugansk.

"Partimos do ponto que os representantes de Donetsk e Lugansk receberam o mandato para fazer negociações com o governo central na Ucrânia e solucionar em um diálogo político todos os problemas acumulados durante muitos meses", disse.

Para Karasin, é "evidente" que os habitantes da zona do conflito "querem uma vida estável e tranquila". Por isso, destacou que "agora é importante tomar medidas para que o diálogo entre Kiev e os representantes do Donbass (bacia mineradora das regiões separatistas) avance, e nós estamos dispostos a contribuir para isso", acrescentou.

Antes, a Chancelaria russa declarou que respeita os resultados das eleições convocadas pelas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk para escolher seus líderes e os integrantes de seus Legislativos.

"Respeitamos a vontade popular dos habitantes do sudeste (da Ucrânia). As eleições em Donetsk e Lugansk transcorreram, em geral, de maneira organizada e registraram uma grande participação", informou a Chancelaria em comunicado.

No pleito foram eleitos os rebeldes que já lideram as repúblicas separatistas pró-russas desde agosto passado: Aleksandr Zakharchenko, em Donetsk, e Igor Politnitski, em Lugansk.

Para Kiev, o pleito é ilegal, pois a lei de autogoverno que concede aos insurgentes três anos de autonomia já contemplava essa possibilidade ao convocar eleições locais nas zonas rebeldes para o dia 7 de dezembro.

O Ocidente considera que as eleições separatistas colocam em perigo a aplicação dos acordos de Minsk, que contemplam, entre outras coisas, uma declaração de cessar-fogo e a criação de uma zona desmilitarizada.

São Paulo – Na quinta-feira, o voo MH17 da Malaysian Airlines, que ia de Amsterdã para Kuala Lumpur, foi derrubado enquanto sobrevoava o céu do leste da Ucrânia. Desde então, o governo central ucraniano e a Rússia trocam acusações sobre quem foi responsável pelo míssil que atingiu o avião. Veja, a seguir, as fotos do desenrolar do conflito desde a queda do avião até este domingo.
  • 2. Pelo chão

    2 /13(Getty Images)

  • Veja também

    As bagagens e pertences pessoais das vítimas que estavam a bordo do Malaysia Airlines voo MH17 estão espalhadas por Grabovo, na Ucrânia. Segundo relatos de correspondentes internacionais, os destroços do avião estão espalhados a até 15 km do ponto central onde está a maior parte da fuselagem.
  • 3. Memória saqueada

    3 /13(Maxim Zmeyev/Reuters)

  • Dinheiro, joias, objetos pessoais e até cartões de créditos das 298 vítimas do voo MH17 da Malaysia Airlines, abatido por um míssil na Ucrânia, na sexta-feira, estão sendo saqueados. Militantes separatistas admitem que removeram objetos, além das caixas-pretas, do local do acidente.
  • 4. Sem destino

    4 /13(Brendan Hoffman / Getty Images)

    Hoje, um vagão de trem refrigerado com parte dos corpos dos passageiros de Malaysia Airlines vôo MH17 aguarda na estação de trem para o transporte ruma a um destino ainda desconhecido. O vôo MH17 da Malaysia Airlines viajava de Amsterdã para Kuala Lumpur quando caiu matando todos os 298 a bordo, incluindo 80 crianças.
  • 5. Caixa-preta

    5 /13(Getty Images)

    O governo da Ucrânia disse neste domingo que interceptou conversas telefônicas entre os rebeldes pró-russos e os militares russos.  Os rebeldes admitiram hoje podem estar com a caixa-preta e prometeram entregar caixas pretas do voo malaio à Organização da Aviação Civil Internacional.
  • 6. Represália Europeia

    6 /13(Maxim Zmeyev/Reuters)

    De acordo com o WSJ, os líderes europeus ameaçaram impor sanções mais duras contra a Rússia, em decorrência da queda do voo MH17, sem deixar ainda claro o que pode acontecer em represália. Os chanceleres da União Europeia se reunirão em Bruxelas nesta terça-feira para decidir o que fazer, mas há uma grande chance que ativos na Europa construídos por empresários russos, bem como as de empresas originárias do país, possam ser congelados.
  • 7. Maioria holandesa

    7 /13(Graham Denholm / Getty Images)

    A maioria das 298 pessoas a bordo do voo MH 17 era de nacionalidade holandesa. Entre as vítimas havia 154 passageiros holandeses, 27 australianos, 23 malaios, onze indonésios, seis britânicos, quatro alemães, quatro belgas, três filipinos e um canadense no voo. "As famílias querem enterrar seus parentes", declarou ministro do Exterior holandês, Frans Timmermans. Um grupo de 15 especialistas holandeses foi enviado ao local da tragédia para identificar os corpos.
  • 8. Domingo de homenagem

    8 /13(Christopher Furlong / Getty Images)

    Velas em memória das vítimas foram acesas durante uma missa especial na Igreja de Saint Vitus em Hilversum, Holanda, nesta manhã. Três famílias da cidade morreram no acidente. Por todo o país o domingo foi marcado por homenagens às vitimas da tragédia, lembradas em cultos, eventos esportivos e oficiais e no aeroporto Schiphol de Amsterdã, de onde o avião partiu na última quinta-feira.
  • 9. Em busca da cura

    9 /13(Graham Denholm / Getty Images)

    Um participante da 20ª Conferência Internacional de AIDS que acontece hoje em Melbourne, Austrália, amarra uma fita vermelha em homenagem daqueles que perderam suas vidas no voo MH17. Pelo menos seis enviados estavam no avião rumo ao encontro dos maiores especialistas em busca da cura para a doença.
  • 10. EUA diz que sabe

    10 /13(gett)

    Os Estados Unidos detectaram o lançamento de um míssil antiaéreo e observou sua trajetória na quinta-feira passada, quando o avião da Malaysia Airlines caiu, supostamente atingido, no leste da Ucrânia, afirmou neste domingo o secretário de Estado, John Kerry. O presidente Barack Obama já hava dito que tudo apontava para que o avião tivesse atingido por rebeldes pró-russos. 'Sabemos, com certeza, que durante o último mês houve um fluxo de armamento, um comboio de uns 150 veículos incluídos transporte de pessoal, lança mísseis, artilharia, da Rússia para o leste da Ucrânia', disse ele.
  • 11. Artigo editado

    11 /13(Getty Images)

    O imbróglio da Ucrânia e Russia chegou à web. Primeiro, um computador de Kiev, capital da Ucrânia, editou o artigo em russo para "acidentes de aviação comercial" colocando a culpa da queda em "terroristas da auto-proclamada República Popular de Donetsk com mísseis de sistema Buk, que os terroristas receberam da Federação Russa". Menos de uma hora depois, alguém com um endereço de IP russo mudou o texto para "o avião foi abatido por soldados ucranianos".
  • 12. Duas tragédias no ano

    12 /13(Maxim Zmeyev/Reuters)

    Depois de ter um avião desaparecido nos ares em março, nesta quinta-feira, o Boeing 777 da companhia Malaysia Airlines com 295 passageiros a bordo caiu na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, sem deixar sobreviventes. A companhia já apresentava uma operação deficitária antes disso, suportada por verbas governamentais e que degringolava cada vez mais pela imagem afetada com a tragédia. Agora deve ter de enfrentar processos movidos por pessoas de vários países.
  • 13. Agora, veja quais são os exércitos mais poderosos

    13 /13(Bradley Rhen / US Army / Wikimedia Commons)

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