O incidente de quarta-feira foi o segundo envolvendo Roberto Carlos, considerado o jogo mais renomado em atividade no futebol russo (Denis Doyle/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 24 de junho de 2011 às 10h05.
Moscou - A Rússia vai lançar uma campanha contra o racismo no futebol para tentar conter incidentes como o da banana atirada em Roberto Carlos em um jogo nesta semana. O racismo está estabelecido em algumas torcidas de clubes russos, que contam com vários ultranacionalistas.
Roberto Carlos, que joga no Anzhi Makhachkala, saiu do campo em protesto durante o jogo na quarta-feira do Campeonato Russo contra o Krylya Sovietov Samara, fora de casa, colocando a questão no centro das atenções do futebol russo.
O presidente Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2018, Alexei Sorokin, disse nesta sexta-feira em um fórum de futebol em Moscou que a questão era de "muito difícil controle", mas que a Federação Russa de Futebol se prepara para aprovar uma campanha antirracismo.
Ele negou que a Rússia tenha profundos problemas com o racismo, insistindo que alguns casos isolados não constituem uma tendência. "Sim, existem vários surtos e incidentes. Mas eles não representam o ambiente geral em nossa sociedade", disse.
O incidente de quarta-feira foi o segundo envolvendo Roberto Carlos, considerado o jogo mais renomado em atividade no futebol russo. Em março, o campeão russo Zenit foi multado em US$ 10 mil após um de seus torcedores oferecer uma banana ao brasileiro antes de um jogo.
O lateral-esquerdo de 38 anos, que ganhou a Copa do Mundo em 2002, chegou ao Anzhi neste ano após passagem pelo Corinthians. "Eu estou indignado com o comportamento doentio deste torcedor, que, de fato, insultou não só eu, mas todos os jogadores", disse ao Sport Express. "Espero que a federação russa, a Uefa e a Fifa avaliem adequadamente este repugnante incidente".
No ano passado, os torcedores do Lokomotiv Moscou desfraldaram uma bandeira mostrando uma banana ao atacante nigeriano Peter Odemwingie, que depois se transferiu para o West Bromwich Albion, da Inglaterra. Porém, autoridades russas defenderam que a bandeira claramente racista refletia o descontentamento geral com o atacante e não era uma referência a cor da sua pele.