Mundo

Rússia nega a necessidade de abstinência de álcool por 42 dias após vacina

O instituto russo rebate a fala da médica Anna Popova, que aconselhou a abandonar o álcool por duas semanas antes da vacinação e 42 dias depois

Rússia: "Esta é apenas uma limitação razoável de consumo até que o corpo tenha formado sua própria resposta imunológica à infecção por coronavírus" (Anadolu Agency/Getty Images)

Rússia: "Esta é apenas uma limitação razoável de consumo até que o corpo tenha formado sua própria resposta imunológica à infecção por coronavírus" (Anadolu Agency/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de dezembro de 2020 às 12h25.

Última atualização em 9 de dezembro de 2020 às 15h09.

A vacina russa Sputnik V requer que o paciente fique apenas seis dias sem beber, disse Alexander Gintsburg, diretor do Centro Nacional de Investigação de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleia. "Recomendamos fortemente evitar o álcool por três dias após cada injeção", disse a repórteres nesta quarta-feira, 9.

O comunicado do líder do instituto russo que produz a imunização rebate a fala da médica Anna Popova, do Ministério de Saúde russo, que aconselhou a abandonar o álcool por duas semanas antes da vacinação e 42 dias depois.

A declaração de Popova teve grande repercussão num país em que o consumo por álcool é elevado. Segundo relatório de 2010 do Ministério de Saúde da Rússia, quase 40% dos russos consomem álcool em excesso.

Covid-19 pode causar dificuldade de manter uma ereção, apontam estudos

"Uma taça de champanhe não machuca ninguém, disse Gintsburg, que destaca que o consumo excessivo de álcool, por outro lado, pode suprimir o sistema imunológico e tornar a Sputnik V como uma vacina inútil.

"Esta é apenas uma limitação razoável de consumo até que o corpo tenha formado sua própria resposta imunológica à infecção por coronavírus", disse o cientista. "E isso é verdade não apenas para o Sputnik V, mas para qualquer outra vacina".

Gintsburg também desaconselha o uso de medicamentos que suprimem o sistema imunológico. "Todas essas são recomendações padrão para a vacinação a fim de atingir sua eficácia máxima", enfatizou.

O Kremlin oferece vacina grátis aos russos, ainda céticos sobre a eficácia. Um levantamento em outubro feito pelo Levada Center, instituto de pesquisas independente, mostrou que mais da metade dos entrevistados, 59%, não receberiam a imunização contra o coronavírus; apenas 27% confiam nos dados oficiais sobre a covid-19 no país.

A Rússia informou na quarta-feira 26.190 novos casos de coronavírus nas últimas 24 horas, incluindo 5.145 em Moscou, elevando o total nacional para 2.541.199 desde que a pandemia começou. Autoridades disseram que 559 morreram nas últimas 24 horas, empurrando o número oficial de mortos para 44.718.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusRússiavacina contra coronavírus

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia