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Rússia intensifica ofensiva diplomática para paz na Síria

País recebeu delegações síria e iraniana para rodadas de negociações separadas em uma renovada ofensiva diplomática para uma conferência de paz

Membros de forças leais ao presidente da Síria, Bashar al-Assad, caminham na cidade de Safira (George Ourfalian/Reuters)

Membros de forças leais ao presidente da Síria, Bashar al-Assad, caminham na cidade de Safira (George Ourfalian/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2013 às 18h23.

Moscou - A Rússia recebeu delegações síria e iraniana para rodadas de negociações separadas nesta segunda-feira em uma renovada ofensiva diplomática para uma conferência de paz síria, na qual Moscou diz que Teerã deve ter um papel.

O presidente russo, Vladimir Putin, que intensificou seu envolvimento pessoal na questão síria, também ligou para o presidente do Irã para discutir o conflito e os esforços para acabar com a disputa sobre o programa nuclear da República Islâmica.

Moscou quer mostrar que ainda tem peso no Oriente Médio e vem sendo encorajado por seu sucesso em ajudar a mediar um acordo sob o qual a Síria irá destruir suas armas químicas, mas Washington está cauteloso sobre deixar o Irã participar de qualquer conferência de paz.

"Enxergamos o Irã como um parceiro muito importante em todas as questões do Oriente Médio", disse a agência de notícias Interfax citando o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Mikhail Bogdanov, no início das negociações com o vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian.

O encontro "nos dará uma oportunidade de olhar em conjunto como se dão os eventos na e ao redor da Síria", disse Bogdanov.

Em mais evidências da ofensiva diplomática da Rússia, o chanceler russo, Sergei Lavrov, e fontes da oposição síria confirmaram que Bogdanov tinha recentemente se reunido em Istambul com líderes da oposição Coalizão Nacional.

As fontes sírias disseram que as discussões incluíam abrir corredores humanitários em áreas controladas por rebeldes e sitiadas na Síria, assim como a planejada conferência de paz em Genebra.

A Rússia, que apoia fortemente o presidente sírio, Bashar al-Assad, e os Estados Unidos anunciaram em maio que iriam tentar juntar governo e oposição da Síria na conferência, mas até agora não há uma data.

Lavrov disse que a conferência poderia acontecer antes do fim do ano.

"(O Secretário de Estado dos EUA John) Kerry e eu prometemos fazer o possível para que isso aconteça", disse Lavrov nesta segunda-feira à gazeta oficial da Rússia, Rossiiskaya Gazeta, referindo-se a uma conversa por telefone que os dois homens tiveram no domingo.

Mas Lavrov disse que o momento da conferência iria "depender do modo como nossos parceiros ocidentais fizessem sua lição de casa de persuadir a oposição a rejeitar as precondições".

A Coalizão Nacional Síria, o principal grupo da oposição, concordou na semana passada em comparecer à conferência de Genebra, mas insistiu que não poderia haver um futuro papel para Assad na Síria.

A Rússia, que vem sendo o mais poderoso apoiador diplomático de Assad durante o conflito, enviando armas e bloqueando esforços ocidentais de impor sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) a seu governo, diz que a saída dele do poder não pode ser uma precondição a um processo de paz.

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