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Rússia e Irã cerram fileiras perante "ato de agressão" dos EUA

Os ministros de Relações Exteriores dos três países afirmaram em coletiva de imprensa que o ataque dos EUA foi foi um ato de agressão

Levrov: ele salientou que Rússia, Irã e Síria exigem que os EUA e seus aliados respeitem a soberania síria (Kirill Kudryavtsev/AFP)
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EFE

Publicado em 14 de abril de 2017 às 10h58.

Moscou -- Rússia , Irã e Síria cerraram fileiras nesta sexta-feira perante o "ato de agressão" dos Estados Unidos por seu ataque com mísseis do último dia 7 contra uma base aérea síria na província de Idlib, que poderia ter, na opinião dos três países, graves consequências para a segurança regional e global.

"Somos unânimes em concordar que o ataque foi um ato de agressão, que violou gravemente o direito internacional e a Carta das Nações Unidas", disse o ministro de Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, em uma coletiva de imprensa conjunta com seus homólogos iraniano, Mohamed Yavad Zarif, e sírio, Walid Muallem.

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Lavrov salientou que Rússia, Irã e Síria exigem que os EUA e seus aliados respeitem a soberania síria e não incorram em ações que "podem ter graves consequências para a segurança não só regional, mas também global".

"Esta ação agressiva pretende, pelo visto, dinamitar o processo de paz e encontrar pretextos para mudar o governo (sírio). Estas tentativas não terão sucesso. Não será assim", enfatizou.

O chefe da diplomacia russa disse que os três países insistem na necessidade de que "seja realizada uma investigação exaustiva, objetiva e imparcial sobre as circunstâncias do emprego de produtos químicos em Khan Sheikhoun em 4 de abril".

Lavrov se referia ao ataque com armas químicas lançado nesse dia na província síria de Idlib que deixou cerca de 100 mortos e pelo qual o Ocidente culpou o regime de Bashar al Assad, aliado da Rússia.

O ministro russo afirmou que a investigação deve ser feita sob os auspícios da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), com uma equipe "formada de maneira equilibrada, entre outros do ponto de vista geográfico".

No entanto, destacou que a proposta de realizar tal investigação "se choca com oposição", o que ficou manifesto - segundo disse - em uma sessão especial ontem no conselho executivo de tal organismo.

"Cada vez há mais testemunhos de que foi uma montagem, me refiro ao incidente do emprego de armas químicas na província de Idlib", declarou o ministro russo, acrescentando que aqueles que se opõem a uma investigação imparcial "não têm a consciência tranquila".

Por sua vez, o ministro de Exteriores sírio agradeceu ao apoio de Rússia e Irã a seu país e considerou que o encontro trilateral de hoje em Moscou constitui uma "mensagem forte" aos Estados Unidos depois de sua agressão à Síria.

"O governo continuará agindo até limpar o chão sírio de terroristas", ressaltou Muallem.

Já o titular de Relações Exteriores iraniano denunciou como "muito perigoso" o fato de que se alegue o emprego de armas químicas como pretexto para agir contra a soberania e integridade territoriais de um Estado independente membro da ONU.

Zarif insistiu na urgência de uma investigação internacional sobre incidente e de fazer todo o necessário para impedir a repetição destes fatos no futuro.

A reunião tripartite aconteceu dois dias depois do primeiro contato direto entre o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, e as autoridades russas, que não ajudou a aproximar posições frente ao conflito sírio.

"Estamos em um período de aguda confrontação e luta de argumentos", disse hoje à imprensa o vice-ministro de Exteriores russo, Serguei Riabkov, ao se referir às profundas divergências entre Moscou e Washington sobre a situação na Síria.

Neste mesmo sentido se pronunciou hoje o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, que advertiu que o memorando para evitar incidentes entre Rússia e Estados Unidos no espaço aéreo de Síria poderia voltar a entrar em vigor apenas se forem excluídas "ações imprevisíveis" como o ataque americano da semana passada.

Peskov ressaltou que os EUA acusaram o governo sírio do ataque químico "sem nenhum fundamento, sem realizar nenhuma investigação e sem nem sequer manifestar a intenção de fazer uma investigação".

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