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Rússia diz que concluiu retirada de civis da região ucraniana ocupada de Kherson

O Exército ucraniano se prepara para uma batalha feroz para tentar recuperar Kherson

Kherson: a cidade está ocupada pela Rússia desde os primeiros dias da guerra (Scott Peterson/Getty Images)

Kherson: a cidade está ocupada pela Rússia desde os primeiros dias da guerra (Scott Peterson/Getty Images)

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AFP

Publicado em 28 de outubro de 2022 às 12h20.

Última atualização em 28 de outubro de 2022 às 12h51.

A Rússia anunciou nesta sexta-feira, 28, que concluiu a retirada de civis da região ucraniana ocupada de Kherson ante o avanço das tropas de Kiev, uma operação considerada pela Ucrânia como uma "deportação" da população.

O Exército ucraniano se prepara para uma batalha feroz para tentar recuperar Kherson e as áreas ao redor desta cidade, que antes da guerra tinha cerca de 288 mil habitantes.

A cidade está ocupada pela Rússia desde os primeiros dias da guerra. Suas autoridades prometeram transformá-la em uma "fortaleza" para resistir à ofensiva ucraniana nesta região, a qual o Kremlin afirma ter sido anexada.

Desde 13 de outubro, as autoridades russas de ocupação em Kherson estimulam a transferência da população para o lado menos exposto do rio Dnieper, em meio ao avanço dos ucranianos. E, nesta sexta-feira, anunciaram que a transferência foi concluída.

"O trabalho de organizar a saída dos moradores (...) para regiões seguras na Rússia terminou", disse Sergei Aksionov, líder da Crimeia, península vizinha de Kherson, anexada por Moscou em 2014.

"Fico feliz que aqueles que queriam deixar com rapidez e segurança o território bombardeado pelos ucranianos tenham conseguido fazê-lo", afirmou Askinov no Telegram, ao publicar uma foto ao lado do diretor adjunto da administração presidencial russa, Seguei Kiriyenko.

Na quarta-feira, 26, um funcionário responsável pela ocupação russa de Kherson, Vladimir Saldo, informou que pelo menos 70 mil moradores conseguiram deixar suas casas na área em menos de uma semana.

Já o comando militar ucraniano, nesta sexta-feira, em seu relatório diário das últimas 24 horas, disse que "continua a chamada 'evacuação' do território temporariamente ocupado de Kherson".

Baixas chechenas

Uma indicação da intensidade dos combates é que o líder da república russa da Chechênia, Ramzan Kadyrov, cujas forças estão lutando na Ucrânia, anunciou a morte de 23 de seus soldados em um bombardeio ucraniano que deixou 58 feridos.

Kadyrov defende uma linha "dura" contra a Ucrânia, pede ataques nucleares e alega que suas tropas estão travando uma guerra santa contra "satânicos".

Enquanto isso, nas linhas de frente, as autoridades ucranianas denunciaram que o bombardeio russo danificou dois prédios residenciais e uma padaria em Mykolaiv, no sul, deixando um ferido.

Autoridades atribuídas por Moscou em áreas ocupadas na Ucrânia afirmaram que foi finalizada a retirada de civis da cidade de Kherson. A região sofre com uma contraofensiva das tropas de Kiev.
No leste, na região de Donetsk, cinco pessoas morreram, e nove ficaram feridas nas últimas 24 horas, especialmente na cidade de Bakhmut, disse o governador ucraniano, Pavlo Kirilenko, referindo-se a outro ponto-chave que as forças russas tentam tomar desde meados do ano.

Enquanto isso, Aksionov e Kiriyenko anunciaram que visitaram a central nuclear de Zaporizhzhia na quinta-feira, 27. Maior da Europa, essa infraestrutura está sob ocupação russa desde março.

Há meses, Moscou e Kiev trocam acusações sobre bombardeios às instalações da usina, uma área que fica em uma das quatro regiões ucranianas reivindicadas pela Rússia como territórios anexados.

Nas últimas semanas, a Rússia multiplicou os bombardeios contra as infraestruturas energéticas ucranianas, o que provocou um racionamento de energia elétrica em grande parte do país.

O presidente russo, Vladimir Putin, acusa a Ucrânia de preparar um ataque com uma "bomba suja" com resíduos radioativos. Kiev e seus aliados no Ocidente classificam as acusações como "absurdas" e alertam que podem servir de pretexto para Moscou escalar o conflito.

Em um discurso em um fórum político na quinta-feira, Putin pediu à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que envie uma missão à Ucrânia "o mais rápido possível".

Este órgão de controle nuclear da ONU respondeu que realizará "uma verificação independente".

Putin afirmou ainda que o mundo está entrando na "década mais perigosa, imprevisível e, ao mesmo tempo, importante desde o fim da Segunda Guerra Mundial", descrevendo o conflito na Ucrânia como uma luta global contra a hegemonia ocidental.

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