Rússia diz que Biden deu a Zelensky “permissão suicida” para usar armas de longo alcance
Informação foi divulgada pela imprensa americana no fim de semana, mas até o momento, nem o Pentágono ou a Casa Branca confirmaram autorização
Agência de Notícias
Publicado em 19 de novembro de 2024 às 06h58.
Última atualização em 19 de novembro de 2024 às 07h01.
A Rússia disse nesta segunda-feira ao Conselho de Segurança da ONU que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deu “permissão suicida” ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ao autorizá-lo a usar armas de longo alcance americanas para atacar o território russo.
Em uma sessão dedicada aos mil dias de guerra na Ucrânia, e depois de ouvir inúmeras críticas à invasão do território ucraniano que deu início à guerra em fevereiro de 2022, o representante russo Vasili Nebenzia disse que a autorização inesperada de Biden a Zelensky pode ser entendida quase em uma chave eleitoral.
“É a agonia militarista desta administração democrata, que sofreu uma derrota humilhante nas eleições presidenciais e perdeu o apoio da maioria da população”, disse o embaixador russo.
“Talvez Joe Biden, por muitas razões, não tenha mais nada a perder”, acrescentou, além de se dizer surpreso com ‘a miopia dos líderes do Reino Unido e da França, ansiosos para serem brinquedos nas mãos de um governo que está saindo’.
De acordo com ele, França e Reino Unido “estão arrastando não apenas seus países, mas toda a Europa para uma escalada com consequências drásticas sobre as quais deveriam refletir profundamente”.
O embaixador também alertou contra a ideia de uma Rússia derrotada no campo de batalha.
Rússia diz que Putin já alertou sobre consequências de ataques com armas de longo alcance ao país“A Europa já tentou várias vezes, e o resultado dessas tentativas é bem conhecido”, concluiu.
Hoje, em Moscou, o Kremlin acusou os Estados Unidos de colocar “lenha na fogueira” da guerra na Ucrânia.
“Está claro que o governo em fim de mandato dos EUA pretende continuar colocando lenha na fogueira e aumentar ainda mais a tensão em torno desse conflito”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em entrevista coletiva por teleconferência.
Ele ressaltou que, se for confirmado que o Ocidente deu sinal verde a Kiev, isso significará “qualitativamente uma nova fase de tensão e uma nova situação em relação ao envolvimento dos EUA” no conflito.