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Rússia decreta fim do lockdown no dia que o país registra recorde de casos

Com alta de 11.656 casos, país chegou a ultrapassar a taxa de infectados do Reino Unido e da Itália, ocupando o 3º lugar na lista de países com mais doentes

Coronavírus: ao todo, a Rússia contabilizou pouco mais de 2 mil mortes, número pequeno se comparado à taxa de infectados (Sergei Bobylev/Getty Images)

Coronavírus: ao todo, a Rússia contabilizou pouco mais de 2 mil mortes, número pequeno se comparado à taxa de infectados (Sergei Bobylev/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de maio de 2020 às 14h35.

Última atualização em 11 de maio de 2020 às 16h03.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta segunda-feira, 11, que o país encerrará a quarentena imposta em todo o seu território amanhã, 12. Mesmo com o fim do confinamento, Putin alertou que as medidas sanitárias adotadas durante a pandemia do novo coronavírus continuarão em vigor.

O anúncio ocorre no mesmo dia em que a Rússia registra seu recorde diário de novos casos de covid-19: 11.656 diagnósticos positivos para a doença, de ontem para hoje.

Com esse número, o país chegou a ultrapassar a taxa de infectados do Reino Unido e da Itália, ocupando o terceiro lugar na lista de países com mais doentes, com 221.344 pessoas com o novo coronavírus, atrás apenas da Espanha e dos Estados Unidos (após a atualização do governo britânico, porém, o Reino Unido voltou a ocupar a terceira colocação).

Ao todo, a Rússia contabilizou pouco mais de 2.000 mortes, número pequeno se comparado à taxa de infectados. Segundo o governo local, isso se deve graças a um programa de testagem massiva adotado no país.

Ainda que a Rússia tenha sido a única nação europeia a decretar o fim da quarentena, outros países do continente começaram nesta semana a relaxar suas medidas restritivas. No Reino Unido começa a vigorar novas regras para sua quarentena a partir desta quarta-feira, dia 13.

Segundo anunciou ontem, 10, o premiê britânico, Boris Johnson, pessoas que não podem trabalhar de suas casas poderão exercer suas funções, desde que respeitem o distanciamento físico adequado e não utilizem o transporte público para chegar ao trabalho.

As novas medidas ainda incluem a permissão para que os cidadãos britânicos se desloquem ou pratiquem exercícios nas ruas sem restrições.

Em pronunciamento no Parlamento britânico nesta segunda-feira, Johnson afirmou que a reabertura da economia no Reino Unido deve ocorrer com a "máxima cautela", alertando ainda que é possível que algumas regiões da Grã-Bretanha precisem permanecer com a quarentena intacta.

Nas últimas 24 horas, o governo britânico registrou mais 3.877 casos do novo coronavírus, além de 210 óbitos. Ao todo, são 223.060 infectados pelo vírus e 32.065 óbitos reportados.

A França iniciou hoje a reabertura parcial da economia. O governo do presidente Emmanuel Macron adotou um sistema de relaxamento regionalizado da quarentena.

As áreas próximas a Paris, por exemplo, fazem parte da categoria "vermelha", a mais crítica na classificação adotada pelas autoridades francesas, e por isso não poderão alterar suas regras de isolamento social. Há ainda as classificações "amarelo" e "verde", cada uma representando um diferente estágio da pandemia nas 13 regiões administrativas do país.

Entre as medidas que deixaram de vigorar no país, os franceses não precisarão mais apresentar autorizações para deixar suas casas — com exceção de viagens acima de 100 quilômetros de distância.

Além disso, universidades e colégios reabrirão nesta segunda. A França já confirmou 177.094 casos e 26.383 mortes pelo novo coronavírus desde o início da pandemia, segundo dados colhidos pela Universidade Johns Hopkins.

As autoridades sanitárias da Alemanha informaram nesta segunda-feira que a taxa de infecção no país subiu para níveis que indicam uma evolução exponencial no número de casos, após o governo alemão ter abrandado suas regras de quarentena.

Segundo disse um porta-voz do Ministério da Saúde do país, o aumento do índice de contaminação não significa que a Alemanha perdeu o controle sobre o vírus.

De acordo com dados do Instituto Robert Koch, agência de saúde estatal alemã, houve 357 novos casos de covid-19 no país nas últimas 24 horas, além de 22 mortes contabilizadas, elevando o total para 169.575 infectados e 7.417 óbitos.

A Espanha, país que está atrás apenas dos Estados Unidos no número de casos, registrou seu menor aumento no índice de óbitos desde o início da pandemia no país.

Segundo o governo espanhol, 123 pessoas morreram por causa do novo coronavírus, de ontem para esta segunda-feira. A Espanha ainda registrou 373 novos casos da doença. No total, o país acumula 227.436 pessoas com covid-19, além de 26.744 mortes.

Assim como a Espanha, a Itália também registrou um baixo número de novos infectados nesta segunda-feira, com apenas 744 testes positivos para o novo coronavírus. Esse é o menor número registrado desde que o governo isolou a região norte do país, primeiro foco da pandemia na Itália.

O governo italiano ainda reportou 179 mortes. Ao todo, o país contabiliza 219.814 infectados e 30.739 mortes causadas pela covid-19.

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