Serguei Lavrov: o chefe da diplomacia russa também reafirmou que a Rússia está disposta a analisar qualquer "proposta séria" de negociações por parte dos países ocidentais para resolver o conflito na Ucrânia (AFP/AFP)
AFP
Publicado em 18 de janeiro de 2023 às 12h21.
Última atualização em 18 de janeiro de 2023 às 12h24.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, comparou nesta quarta-feira, 18, as ações dos países ocidentais contra os russos com a "solução final" do regime nazista para exterminar os judeus, declarações que refletem as teses que circulam em Moscou.
"Assim como Napoleão mobilizou quase toda a Europa contra o Império Russo, como Hitler mobilizou e conquistou a maioria dos países europeus para liderá-los contra a União Soviética, hoje os Estados Unidos criaram uma coalizão" contra Moscou, declarou Lavrov em sua entrevista coletiva de início de ano.
Seu objetivo é "o mesmo: a 'solução final' para a questão russa. Como Hitler queria resolver a questão judaica, agora, os líderes ocidentais (...) dizem, sem rodeios, que a Rússia tem que sofrer uma derrota estratégica", acrescentou.
Embora Moscou acuse regularmente os países ocidentais de quererem "destruir" a Rússia enviando armas para a Ucrânia, essas novas declarações de Lavrov podem provocar reações inflamadas.
Lavrov já causou alvoroço no ano passado, depois de afirmar que Hitler tinha "sangue judeu, levando, inclusive, o presidente Vladimir Putin a se desculpar com o primeiro-ministro israelense.
Nesta quarta-feira, o chefe da diplomacia russa também reafirmou que a Rússia está disposta a analisar qualquer "proposta séria" de negociações por parte dos países ocidentais para resolver o conflito na Ucrânia.
"Ainda não vimos uma proposta séria, mas estamos dispostos a analisá-las e tomar decisões", disse ele, embora tenha descartado um diálogo com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.
Os países ocidentais insistem em que "não se pode falar da Ucrânia sem a Ucrânia (...), mas é o Ocidente que decide, de qualquer modo", afirmou Lavrov.
O ministro também exigiu, mais uma vez, a retirada de qualquer "infraestrutura militar" localizada na Ucrânia e nos países fronteiriços, o que, segundo ele, ameaça Moscou "diretamente".
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