Mundo

Rússia celebra Páscoa ortodoxa

Tradição está cada vez mais arraigada no país


	Praça Vermelha em Moscou, Rússia
 (Wikimedia Commons)

Praça Vermelha em Moscou, Rússia (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2013 às 14h01.

Moscou - A Rússia começou neste sábado a celebração da Páscoa ortodoxa, uma tradição cada vez mais arraigada em uma sociedade na qual a influência da igreja não deixou de aumentar nos últimos anos.

Os ofícios religiosos começaram no extremo oriente do país, aonde o Domingo da Ressurreição chegou oito horas antes do que em Moscou, onde nesta meia-noite, na Catedral de Cristo Salvador, o patriarca do Igreja Ortodoxa Russa, Kirill, fará a principal liturgia do ano.

'Compartilhemos nossa alegria pela ressurreição de Cristo com aqueles que necessitam de nossa atenção e cuidado', diz a mensagem pascal de Kirill, divulgada por seu escritório de imprensa.

Segundo uma pesquisa do Centro Levada, neste ano 72% dos russos pintarão ovos e assarão 'kulich' (pão de Páscoa) em função dos festejos religiosos, que põem um fim ao grande jejum, de sete semanas de duração.

Os russos não são tão rigorosos com o jejum: só 3% o cumprem com todo rigor, e outros 21%, de forma parcial.

A pesquisa indica que 29% dos entrevistados vai comemorar a Páscoa em família, enquanto 30% o farão com amigos.

Como é tradicional, no Domingo da Ressurreição muitos russos visitam os cemitérios para lembrar entes falecidos, o que obriga as autoridades a preparar medidas de segurança adicionais.

De acordo com as pesquisa do Centro Levada, um de cada quatro russos visitará o cemitério nesta festa religiosa, que como a Páscoa católica é celebrado no primeiro domingo depois da lua cheia após o equinócio de primavera no hemisfério norte, com a diferença de que os ortodoxos se guiam pelo calendário juliano.

O Ministério do Interior russo anunciou hoje que mobilizou cerca de 90 mil policiais para garantir a segurança e a ordem pública durante a festividade religiosa.


Segundo os cálculos da pasta, cerca de 6 milhões de pessoas participarão dos ofícios e procissões religiosos que vão acontecer em mais de 10.000 templos e mosteiros em todo o país.

Em Moscou, o transporte público funcionará até a madrugada, a fim de que possa ser utilizado pelos fiéis que assistem à missa da meia-noite e participam da procissão em torno do templo ao término da liturgia.

A Igreja Ortodoxa Russa chega à Páscoa de 2013 apoiada mais do que nunca pelo poder político e em um momento em que o parlamento estuda um projeto de lei que endurece com penas de até três anos de prisão as 'ofensas aos sentimentos religiosos'.

A iniciativa, aprovada em primeira leitura no dia 9 de abril, foi apresentada em setembro de 2012, no mês seguinte em que três integrantes do grupo feminino punk Pussy Riot foram declaradas culpadas de 'vandalismo motivado por ódio religioso' e duas delas, Nadezhda Tolokonnikova e Maria Aliokhina, condenadas a dois anos de prisão.

O crime das integrantes do Pussy Riot consistiu na encenação de uma prece punk dentro da Catedral do Cristo Salvador de Moscou para denunciar o apoio da Igreja Ortodoxa a Vladimir Putin.

A própria igreja, segundo a chefe do Departamento Jurídico do Patriarcado de Moscou, Xenia Chernega, tinha se manifestado a favor de incluir no Código Penal da Rússia a prisão por ofensas aos sentimento religiosos.

O porta-voz de Putin, Dmitri Peskov, expressou o apoio do Kremlin à ideia de aprovar uma lei sobre a matéria, mas disse que sua redação é tarefa para juristas.

Peskov ressaltou que em um país multiconfessional como a Rússia é absolutamente indispensável que haja uma lei que defenda os sentimentos dos fiéis.

Cerca de 45% dos russos se declaram ortodoxos, segundo o Centro de Pesquisas Sociológicas da Universidade Estadual de Moscou.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEuropaPáscoaReligiãoRússia

Mais de Mundo

Corte Constitucional de Moçambique confirma vitória do partido governista nas eleições

Terremoto de magnitude 6,1 sacode leste de Cuba

Drones sobre bases militares dos EUA levantam preocupações sobre segurança nacional

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA