Rússia assegura que continuará suas operações militares em Aleppo
Segundo o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, seu país ajudará "o povo desarmado na Síria"
EFE
Publicado em 1 de dezembro de 2016 às 10h58.
Istambul - O governo da Rússia anunciou nesta quinta-feira que continuará suas operações militares na cidade síria de Aleppo , onde apoia as forças do regime de Bashar al Assad em sua ofensiva contra os rebeldes.
Segundo o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, seu país "continuará com as operações em Aleppo" e ajudará "o povo desarmado na Síria".
Lavrov fez estas declarações em entrevista coletiva junto a seu colega turco, Mevlüt Çavusoglu, em Antália, no litoral mediterrâneo da Turquia.
Os ministros concordam que a Síria precisa de "ajuda humanitária" e de uma "solução política" para um cessar-fogo. No entanto, enquanto a Turquia faz oposição a Assad, a Rússia é um dos principais aliados do regime.
"Podemos pensar diferente da Rússia, é natural, mas concordamos na solução política para a Síria", ressaltou Çavusoglu.
Lavrov, por sua vez, declarou que seguirá cooperando para uma solução política, mas sempre em apoio ao presidente sírio.
A reunião ministerial de hoje aconteceu após o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, assegurar na quinta-feira passada que a intervenção militar da Turquia na Síria procura "acabar com a soberania do cruel Assad".
Erdogan e o presidente russo, Vladimir Putin, conversaram por telefone três vezes para debater essa declaração e "tentar chegar a um acordo de cessar-fogo", afirmou uma fonte do governo turco ao jornal "Hürriyet".
Lavrov afirmou também que "nem Rússia nem Síria" foram responsáveis pelo ataque aéreo contra tropas turcas em território sírio no dia 24 de novembro, no qual morreram quatro soldados e outros dez ficaram feridos.
Ancara acusou o exército de Assad de estar por trás desse ataque, cuja autoria ainda não foi reivindicada.
O primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, advertiu que o ataque "não ficará sem resposta", enquanto Erdogan conversou por telefone com Putin, que garantiu que a Rússia não era responsável pelo ataque.