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Rival de Merkel assume postura pacifista sobre Síria

Adversário da chanceler alemã na eleição próxima, assumiu postura firme contra eventual ação militar na Síria, na tentativa de encampar sentimento antiguerra


	Angela Merkel: enquanto chanceler enfrenta dilema delicado entre apoiar os aliados internacionais da Alemanha e atender aos eleitores contrários a um ataque, Steinbrueck tentou se diferenciar
 (REUTERS/Charles Platiau)

Angela Merkel: enquanto chanceler enfrenta dilema delicado entre apoiar os aliados internacionais da Alemanha e atender aos eleitores contrários a um ataque, Steinbrueck tentou se diferenciar (REUTERS/Charles Platiau)

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Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2013 às 14h23.

Berlim - Peer Steinbrueck, adversário da chanceler alemã, Angela Merkel, na eleição que se aproxima, assumiu nesta sexta-feira uma postura firme contra uma eventual ação militar ocidental na Síria, na tentativa de encampar o sentimento antiguerra antes de um debate entre os candidatos na TV.

Enquanto Merkel enfrenta um dilema delicado entre apoiar os aliados internacionais da Alemanha e atender aos eleitores alemães contrários a um ataque, Steinbrueck tentou se diferenciar com um estilo tipicamente franco.

"Quero deixar bem claro para mim mesmo e para o SPD (Partido Social-Democrata) que acreditamos que uma intervenção militar seria errada porque não conseguimos ver como ela iria ajudar as pessoas na Síria", disse o político de centro-esquerda a jornalistas.

Steinbrueck, de 66 anos, está se esforçando para reduzir a popularidade da chanceler antes da eleição de 22 de setembro, quando ela buscará um terceiro mandato.

O candidato de oposição espera melhorar suas chances entre os pacifistas alemães, principalmente na esquerda, como o chanceler Gerhard Schroeder, do SPD, fez na campanha de 2002 ao se opor francamente à invasão do Iraque liderada pelos EUA.

O SPD quer ajudar a comunidade internacional a "romper essa lógica militar", disse Steinbrueck, propondo que os presidentes da Rússia e dos EUA e os chefes da ONU e da Liga Árabe foquem, em vez disso, na negociação de um cessar-fogo.

Merkel disse que o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, envolvido na guerra civil com rebeldes, não deveria ficar impune pelo que os Estados Unidos disseram ser o uso de armas químicas proibidas internacionalmente, num ataque que matou centenas de civis em um subúrbio de Damasco, na semana passada.


Mas ela não foi a público explicitamente em favor da ação militar, para a qual Washington está se preparando. Assad negou ter usado gás venenoso, culpando os rebeldes pelo ataque.

Questionado na sexta-feira sobre as conversas telefônicas sobre a Síria entre Merkel e Obama e outros líderes, o porta-voz da chanceler, Steffen Seibert, disse em uma coletiva de imprensa que não houve pedido do envolvimento alemão em nenhum ataque militar contra Damasco.

Steinbrueck e Merkel estarão cientes, em seu debate ao vivo na TV no domingo, da opinião pública alemã com relação a um possível ataque militar contra Damasco.

As pesquisas mostram o profundo desgosto por qualquer ação militar, e principalmente por qualquer participação alemã, significando que Berlim pode ficar de lado, como ficou na Líbia há dois anos.

Muitos alemães sentem grande aversão ao envolvimento militar no exterior por causa do passado nazista, quando o país iniciou a Segunda Guerra Mundial e perpetrou o Holocausto.

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