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Representante do Vaticano na França é denunciado novamente, diz jornal

Luigi Ventura, que começou a ser investigado no último mês, foi acusado por outro funcionário do governo por fatos semelhantes

Cidade do Vaticano: local terá sua própria aceleração para negócios focados em lidar com mudanças climáticas (Reprodução/Wikimedia Commons)

Cidade do Vaticano: local terá sua própria aceleração para negócios focados em lidar com mudanças climáticas (Reprodução/Wikimedia Commons)

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EFE

Publicado em 18 de fevereiro de 2019 às 14h39.

Paris — O núncio apostólico na França, Luigi Ventura, que começou a ser investigado no mês passado após ser denunciado por assédio sexual por um funcionário da Prefeitura de Paris, foi acusado nesta segunda-feira por outro empregado do governo por fatos semelhantes, indicou o jornal "Le Monde".

De acordo com a publicação, o caso teria ocorrido em janeiro de 2018, também na sede do prefeitura e durante a tradicional recepção que prefeita de Paris, Anne Hidalgo, oferece ao corpo diplomático por ocasião do Ano Novo.

A suposta vítima, Benjamin G., de 39 anos, indicou ao jornal que o núncio, que tem cargo similar ao de um "embaixador", colocou a mão nas suas nádegas e depois sorriu, "como se fosse algo normal". Ele apresentou a denúncia hoje e prestou depoimento na Polícia Judicial.

"Eu estava na primeira fila, a dois metros de Anne Hidalgo, quando alguém veio pela minha esquerda. Ocupado com o trabalho, eu não me virei. Ele colocou a mão esquerda no meu ombro e, com a mão direita, segurou minhas nádegas: um gesto preciso, cheio de confiança, acompanhado de um grande sorriso casual, como se fosse algo normal. Fiquei atordoado, a cerimônia estava acontecendo, e saí. Há alguns dias, eu entendi que estas eram ações predatórias habituais", disse o homem ao jornal.

Fontes da Justiça indicaram à Agência Efe que não vão comentar a questão porque a apuração ainda está em andamento.

As primeiras investigações contra Ventura foram abertas em 24 de janeiro, depois que a Prefeitura enviou ao Ministério Público os fatos relatados pela primeira pessoa que denunciou ter sido assediada pelo religioso durante a mesma cerimônia, no seu caso na realizada este ano, no dia 17. Nesse ato, o núncio do Vaticano costuma ter um papel especial na condição de decano do corpo diplomático na França e faz um discurso, mas desde o início da gestão de Anne Hidalgo ele se limitou a ter a possibilidade de acompanhar à prefeita ao palanque.

O "Le Monde" indicou no último dia 15 que essa primeira suposta agressão aconteceu antes da festa. A Prefeitura de Paris informou sobre o caso seis dias depois e, no dia seguinte, o promotor de Paris, Rémy Heitz, determinou a abertura de uma investigação.

Doutor em Letras Modernas e formado em Direito Cônego, Ventura entrou para o corpo diplomático do Vaticano em 1978 e foi núncio apostólico em países como Costa do Marfim, Chile e Canadá. Em 2009, foi transferido pelo papa Bento XVI para Paris para substituir Fortunato Baldelli, indicado a um posto em Roma

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