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Renzi promete reformar a Itália com energia e entusiasmo

Renzi, de 39 anos, foi convocado por Napolitano ao Palácio do Quirinal para que forme o gabinete que sucederá o de Enrico Letta

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 17 de fevereiro de 2014 às 18h26.

Roma - O líder do Partido Democrático italiano, Matteo Renzi, prometeu nesta segunda-feira reformar a Itália "com toda a sua energia e entusiasmo", depois de receber do presidente Giorgio Napolitano a tarefa de formar um novo governo, com o qual se converterá no primeiro-ministro mais jovem da União Europeia.

"Vou colocar toda a energia e entusiasmo que tenho" para realizar uma série de reformas, declarou depois de se reunir com Napolitano, mencionando, entre outras áreas, a Constituição, o sistema trabalhista e administrativo e o Tesouro.

Renzi, de 39 anos, foi convocado por Napolitano ao Palácio do Quirinal para que forme o gabinete que sucederá o de Enrico Letta, forçado por seu próprio partido a renunciar após apenas 10 meses no poder.

O jovem líder de centro-esquerda tem dificuldades para fechar sua equipe de ministros devido às reticências de seus aliados de direita e de seus amigos de esquerda.

Em uma breve declaração à imprensa, Renzi advertiu que vai levar o tempo que for necessário para consultar seus aliados e ressaltou que sua prioridade será fixar "o conteúdo e o programa" de seu governo, que planeja que dure até 2018.

Em sua primeira declaração pública depois de receber oficialmente a tarefa, Renzi, fiel ao seu estilo impetuoso, chegou a divulgar o calendário das reformas que planeja implementar, começando em fevereiro pela Constituição e terminando em maio com o Tesouro.

Renzi passou todo o fim de semana elaborando sua lista de colaboradores e saiu apenas para assistir a uma partida de futebol da Fiorentina.

Inclusive antes de sua nomeação como primeiro-ministro, o líder de centro-esquerda enfrenta problemas para formar sua equipe e definir o programa.


"Está se dando conta de que não é uma tarefa fácil", advertiu o jornal La Stampa.

"Tem uma necessidade urgente de contar com personalidades de prestígio, se possível novas, mas com experiência suficiente para não se converter em um escravo dos especialistas", afirmou em um editorial o Il Corrierre della Sera.

O "homem apressado", como é chamado pela imprensa italiana, que planeja em poucos dias formar um governo da revolução para tirar a Itália da crise social e econômica, precisa elaborar um complicado programa de governo que leve em conta as exigências de seus aliados do Nova Centro-Direita (NCD), chaves para alcançar o apoio do Parlamento, sem gerar divisões em seu próprio partido.

"Somos indispensáveis para o nascimento do governo. Se dissermos não, o Governo de Renzi dura um dia", afirmou o fundador do NCD, Angelino Alfano, ex-sucessor de Silvio Berlusconi, vice-primeiro-ministro do governo atual e aliado chave para o novo governo, graças a 30 senadores, indispensáveis para obter a maioria no Parlamento.

Alfano também advertiu que não está disposto a apoiar um governo que "oscile para a esquerda", o que gera mal-estar em alguns setores do PD, que também criticam a maneira como organizou o "assalto ao poder".

Renzi sofreu neste fim de semana uma série de revezes nas consultas efetuadas, entre elas a negativa de seu amigo Alessandro Baricco, autor do famoso romance "Seda" (1996), de liderar o ministério da Cultura.

Para o político, que alcançou uma vitória sonora em dezembro nas primárias do PD com suas promessas reformistas e seu estilo ágil, a formação de um governo exemplar com rostos e programa novo está se convertendo em um desafio.


Medidas imediatas, outro desafio

O prefeito de Florença, que nunca foi deputado ou senador, "não tem experiência alguma como Parlamentar nem de governo", ressalta o jornal La Repubblica, razão pela qual é possível que precise de muitos outros dias para negociar acordos com seus aliados.

Quando tiver formado seu governo, Renzi deverá comparecer ao Parlamento para receber um voto de confiança.

Outro desafio que o prefeito de Florença enfrenta é designar um ministro da Economia confiável, capaz de transformar o modelo econômico italiano.

Segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), analisados pelo jornal espanhol El País, no período 2000-2010 a Itália foi o segundo país do mundo, depois do Haiti, que menos cresceu, experimentando uma década perdida.

Embora a terceira economia da Eurozona tenha conseguido sair da recessão com um modesto 0,1% de crescimento no último trimestre de 2013, o desemprego subiu a 13%.

"O país precisa de respostas imediatas, está impaciente", declarou o ministro da Economia em fim de mandato, Fabrizio Saccomanni.

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