Reino Unido manterá cooperação com exército afegão
A decisão diverge da tomada pela Otan que, devido à recente onda de violência no país, resolveu reduzir o contato com as forças afegãs
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2012 às 13h53.
Londres - O Reino Unido continuará cooperando com o Exército do Afeganistão apesar da decisão da missão da Otan no país (Isaf) de reduzir o contato com forças exteriores por conta da recente onda de violência, informou nesta terça-feira o ministro de Defesa do Reino Unido, Philip Hammond.
Em um discurso no Parlamento, Hammond disse que a estratégia no Afeganistão continua a mesma e o calendário fixado anteriormente ficará intacto, prevendo que os soldados permaneçam no país árabe até 2014 para treinar as forças de segurança locais.
A Isaf anunciou que decidiu reduzir provisoriamente o nível de cooperação com o exército afegão e revisar suas relações com a população local, como forma de repreender os crescentes ataques de afegãos uniformizados contra soldados estrangeiros.
Segundo Hammond, a ordem significa apenas que serão necessárias autorizações expressas de altos comandantes militares para efetuar patrulhas conjuntas entre afegãos e soldados da Otan em unidades menores que o batalhão.
O Ministério britânico decidiu, no entanto, manter as operações em unidades pequenas, que são destinadas a treinar forças locais, ao considerar que se a ação fosse suspensa, prejudicaria a operação a longo prazo.
De acordo com o ministro, o general americano Mark Gurganus, comandante da Isaf na província de Helmand, onde se encontra a maior parte das tropas do Reino Unido, aceitou que as operações entre britânicos e afegãos continuem.
"Isso significa que as operações de associação e instrução do R.Unido continuarão basicamente iguais", disse o ministro.
Hammond acrescentou que tem "total confiança" na estratégia traçada no Afeganistão para que as forças locais estejam formadas até 2014.
Em comunicado, a Isaf justificou sua decisão de restringir as operações em pequenas unidades após a difusão de um vídeo que usa a imagem do profeta Maomé, além do aumento de ataques de membros das forças afegãs a soldados estrangeiros.
De acordo com a nota, o chefe da missão aliada, general John Allen, "pediu a todos os comandantes operacionais que revisem as forças de proteção, realizando ajustes em relação a como, quando e onde as tropas devem operar".
O órgão militar informou que, a partir de agora, a interação com o exército afegão será feita em batalhões.
Após uma década de guerra, o Afeganistão atravessa uma onda de manifestações contra a comunidade internacional por causa da divulgação de um vídeo sobre Maomé.
Mais de 50 soldados estrangeiros, incluindo nove britânicos, morreram neste ano por ataques internos perpetrados por soldados afegãos e insurgentes disfarçados.