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Reino Unido e Israel proíbem voos da África do Sul após nova variante

Nova variante do coronavírus é altamente contagiosa e com forte poder de mutação

Aeroporto de Heathrow, em Londres (Bloomberg/Bloomberg)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de novembro de 2021 às 08h58.

Reino Unido e Israel irão proibir a entrada de viajantes vindos da África do Sul, anunciaram os governos dos dois países nesta quinta-feira, 25, em uma tentativa de afastar uma nova variante do coronavírus, altamente contagiosa e com forte poder de mutação, identificada no país.

Voos da África do Sul e de outros cinco países da África Austral serão proibidos a partir do meio-dia (horário local, 9h no Brasil) desta sexta-feira, 26. Qualquer pessoa recém-chegada de um desses países será convidada a fazer um teste de coronavírus, afirmou o governo.

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O secretário de Saúde do Reino Unido, Sajid Javid, disse que há preocupação de que a nova variante possa ser "mais transmissível" que a dominante cepa Delta, e que "as vacinas que temos atualmente podem ser menos eficazes" contra ela.

Em Israel, o premiê Naftali Bennet anunciou que a África do Sul foi adicionada à lista de países "vermelhos". A medida impede que israelenses viagem de e para esses países.

Lesoto, Botswana, Zimbabwe, Moçambique, Namíbia e Eswatini também foram adicionados à lista "vermelha" de Israel. Qualquer pessoa que venha de qualquer um desses países e não seja cidadão ou residente israelense terá a entrada proibida.

Os viajantes que retornarem desses países serão colocados em quarentena obrigatória de sete dias em uma unidade estatal, independentemente do status de vacinação, e serão liberados somente após dois testes de PCR negativos. Os passageiros que se recusarem a fazer o teste terão que ficar em quarentena por 14 dias.

A nova variante preocupa cientistas devido ao seu alto número de mutações e rápida propagação. Ela vem se espalhando rapidamente entre os jovens em Gauteng, a província mais populosa do país, anunciou o ministro da Saúde, Joe Phaahla, na quinta-feira.

"Nos últimos quatro ou cinco dias, houve um aumento mais exponencial", disse ele, acrescentando que a nova variante parece estar impulsionando o aumento de casos. Cientistas da África do Sul estão trabalhando para determinar qual porcentagem dos novos casos foi causada pela nova variante.

Atualmente identificada como B.1.1.529, a nova variante também foi encontrada em Botswana e Hong Kong em viajantes da África do Sul, disse Phaahla.

O grupo técnico de trabalho da Organização Mundial da Saúde deve se reunir na sexta-feira para avaliar a nova variante e pode decidir se dá ou não um nome do alfabeto grego à ela.

 

A nova variante tem uma "constelação" de novas mutações, disse Túlio de Oliveira, da Rede de Vigilância Genômica da África do Sul, que acompanhou a disseminação da variante Delta no país.

"Esta nova variante tem muito, muito mais mutações, incluindo mais de 30 na proteína spike que afeta a transmissibilidade", afirmou. "Podemos ver que a variante está se espalhando potencialmente muito rápido. Esperamos começar a ver pressão no sistema de saúde nos próximos dias e semanas.''

Oliveira disse que uma equipa de cientistas de sete universidades sul-africanas estuda a variante. Eles têm 100 genomas inteiros e esperam ter muitos mais nos próximos dias, disse.

Após um período de transmissão relativamente baixa em que a África do Sul registrou pouco mais de 200 novos casos confirmados por dia, na semana passada, os novos casos diários aumentaram rapidamente para mais de 1.200 na quarta-feira. Na quinta-feira, eles saltaram para 2.465.

 

 

 

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