Exame Logo

Regime sírio continua ataque contra redutos rebeldes

A enésima jornada sangrenta coincidiu com uma nova resolução de condenação ao regime de Bashar al Assad por parte da Assembleia Geral da ONU

Rebelde da oposição síria observa movimento em rua de Alepo: os combates em Alepo se estenderam nesta sexta-feira aos bairros de Al Martini e Al Farqan (Bulent Kilic/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2012 às 19h15.

Cairo - O regime sírio continuou nesta sexta-feira sua ofensiva sobre os bairros e localidades em mãos dos insurgentes nos arredores de Damasco e Alepo, enquanto aumentou a repressão contra outras províncias rebeldes.

A enésima jornada sangrenta coincidiu com uma nova resolução de condenação ao regime de Bashar al Assad por parte da Assembleia Geral da ONU , que denunciou graves violações dos direitos humanos e o uso de armamento pesado.

Segundo a rede opositora Comitês de Coordenação Local, pelo menos 120 pessoas morreram em todo o país, 70 delas na cidade de Arbain, na província central de Hama, em um massacre denunciado pela oposição cuja autenticidade não pôde ser comprovada.

Abu Qais, membro da oposição síria, afirmou à Agência Efe por telefone que uma das áreas castigadas nesta sexta-feira foi o bairro de Al Tadamun, um das fortificações dos rebeldes em Damasco.

De acordo com seu relato, mais de 20 pessoas morreram e cerca de 90 ficaram feridas em ataques com helicópteros e artilharia pesada sobre o citado bairro, onde caíram cerca de 60 obuses.

Pelo menos 12 dos falecidos foram vítimas de execuções sumárias, entre eles o imame da mesquita de Al Zubeir, Ahmad Saleh al Hamd, e seus dois filhos, destacou o opositor, acrescentando que outros três templos foram também atacados pelas forças governamentais.

Aparentemente, milhares de habitantes fugiram deste bairro - o mais meridional de Damasco e sob ataque há dias -, muitos deles rumo ao vizinho campo de refugiados palestinos de Yarmouk.


Segundo Abu Qais, a ofensiva militar já atingiu o norte, o oeste e o leste de Al Tadamun, enquanto o sul permanece nas mãos dos rebeldes do Exército Livre Sírio (ELS).

''''As lojas e estabelecimentos comerciais que estão fechados são abertos a tiros pelos soldados, que saqueiam o que encontram'''', explicou Abu Qais, denunciando que o bairro está sem luz, água e comunicações telefônicas.

Na frente setentrional, as forças governamentais tentaram pelo décimo dia consecutivo acabar com a resistência do ELS no bairro de Salah ad-Din, de Alepo, embora até o momento suas tentativas tenham fracassado.

O porta-voz do Conselho Revolucionário de Alepo, Abu Feras, assegurou nesta sexta-feira à Efe, também por telefone, que os milicianos do ELS controlam 60% da cidade, cálculo que outras fontes assinalam como muito otimista.

O Exército continua reforçando as imediações da cidade com mais soldados, detalhou Abu Feras.

Segundo a rede de ativistas Comitês de Coordenação Local, os bombardeios sobre o bairro de Salah ad-Din se intensificaram ao cair da noite, durante o ''''iftar'''' (quebra do jejum do Ramadã), momento no qual foram escutadas fortes explosões nos arredores.

Os opositores asseguraram, além disso, que os combates em Alepo se estenderam nesta sexta-feira aos bairros de Al Martini e Al Farqan, enquanto os civis estão abandonando os bairros de Al Shear e Al Muasalat, na parte antiga da cidade.


Segundo o opositor Observatório Sírio de Direitos Humanos, os rebeldes se apoderaram durante este dia, e após duros combates, de uma delegacia situada no bairro de Al Zabadia, também em Alepo.

Além disso, a violência voltou a estar presente na maioria das províncias do país, como em Hama ou em Deir ez Zor, onde 12 membros das forças de segurança morreram em confrontos com o ELS, afirmaram as fontes.

Na cidade de Bukamal, nessa mesma província, uma menina morreu junto com um número indeterminado de pessoas pelos bombardeios militares sobre essa cidade, que já se prolongam por 15 dias, segundo os comitês.

O recrudescimento da violência chega em meio ao fracasso da comunidade internacional em levar os envolvidos no conflito a uma solução negociada, evidenciado pela renúncia apresentada na quinta-feira pelo mediador da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan.

Após esta renúncia, a Assembleia Geral da ONU aprovou nesta sexta por grande maioria uma resolução que condena as graves violações dos direitos humanos e o uso de armamento pesado por parte do regime do presidente sírio, Bashar al Assad, e critica a paralisia do Conselho de Segurança.

Segundo a apuração da votação, 133 países se pronunciaram a favor de um texto apresentado pelos países árabes da ONU, 31 se abstiveram e 12 votaram contra.

Estes últimos foram Rússia, China, Irã, Belarus, Mianmar, Zimbábue, Coreia do Norte, Cuba, Nicarágua, Venezuela e Bolívia, além da Síria.

Veja também

Cairo - O regime sírio continuou nesta sexta-feira sua ofensiva sobre os bairros e localidades em mãos dos insurgentes nos arredores de Damasco e Alepo, enquanto aumentou a repressão contra outras províncias rebeldes.

A enésima jornada sangrenta coincidiu com uma nova resolução de condenação ao regime de Bashar al Assad por parte da Assembleia Geral da ONU , que denunciou graves violações dos direitos humanos e o uso de armamento pesado.

Segundo a rede opositora Comitês de Coordenação Local, pelo menos 120 pessoas morreram em todo o país, 70 delas na cidade de Arbain, na província central de Hama, em um massacre denunciado pela oposição cuja autenticidade não pôde ser comprovada.

Abu Qais, membro da oposição síria, afirmou à Agência Efe por telefone que uma das áreas castigadas nesta sexta-feira foi o bairro de Al Tadamun, um das fortificações dos rebeldes em Damasco.

De acordo com seu relato, mais de 20 pessoas morreram e cerca de 90 ficaram feridas em ataques com helicópteros e artilharia pesada sobre o citado bairro, onde caíram cerca de 60 obuses.

Pelo menos 12 dos falecidos foram vítimas de execuções sumárias, entre eles o imame da mesquita de Al Zubeir, Ahmad Saleh al Hamd, e seus dois filhos, destacou o opositor, acrescentando que outros três templos foram também atacados pelas forças governamentais.

Aparentemente, milhares de habitantes fugiram deste bairro - o mais meridional de Damasco e sob ataque há dias -, muitos deles rumo ao vizinho campo de refugiados palestinos de Yarmouk.


Segundo Abu Qais, a ofensiva militar já atingiu o norte, o oeste e o leste de Al Tadamun, enquanto o sul permanece nas mãos dos rebeldes do Exército Livre Sírio (ELS).

''''As lojas e estabelecimentos comerciais que estão fechados são abertos a tiros pelos soldados, que saqueiam o que encontram'''', explicou Abu Qais, denunciando que o bairro está sem luz, água e comunicações telefônicas.

Na frente setentrional, as forças governamentais tentaram pelo décimo dia consecutivo acabar com a resistência do ELS no bairro de Salah ad-Din, de Alepo, embora até o momento suas tentativas tenham fracassado.

O porta-voz do Conselho Revolucionário de Alepo, Abu Feras, assegurou nesta sexta-feira à Efe, também por telefone, que os milicianos do ELS controlam 60% da cidade, cálculo que outras fontes assinalam como muito otimista.

O Exército continua reforçando as imediações da cidade com mais soldados, detalhou Abu Feras.

Segundo a rede de ativistas Comitês de Coordenação Local, os bombardeios sobre o bairro de Salah ad-Din se intensificaram ao cair da noite, durante o ''''iftar'''' (quebra do jejum do Ramadã), momento no qual foram escutadas fortes explosões nos arredores.

Os opositores asseguraram, além disso, que os combates em Alepo se estenderam nesta sexta-feira aos bairros de Al Martini e Al Farqan, enquanto os civis estão abandonando os bairros de Al Shear e Al Muasalat, na parte antiga da cidade.


Segundo o opositor Observatório Sírio de Direitos Humanos, os rebeldes se apoderaram durante este dia, e após duros combates, de uma delegacia situada no bairro de Al Zabadia, também em Alepo.

Além disso, a violência voltou a estar presente na maioria das províncias do país, como em Hama ou em Deir ez Zor, onde 12 membros das forças de segurança morreram em confrontos com o ELS, afirmaram as fontes.

Na cidade de Bukamal, nessa mesma província, uma menina morreu junto com um número indeterminado de pessoas pelos bombardeios militares sobre essa cidade, que já se prolongam por 15 dias, segundo os comitês.

O recrudescimento da violência chega em meio ao fracasso da comunidade internacional em levar os envolvidos no conflito a uma solução negociada, evidenciado pela renúncia apresentada na quinta-feira pelo mediador da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan.

Após esta renúncia, a Assembleia Geral da ONU aprovou nesta sexta por grande maioria uma resolução que condena as graves violações dos direitos humanos e o uso de armamento pesado por parte do regime do presidente sírio, Bashar al Assad, e critica a paralisia do Conselho de Segurança.

Segundo a apuração da votação, 133 países se pronunciaram a favor de um texto apresentado pelos países árabes da ONU, 31 se abstiveram e 12 votaram contra.

Estes últimos foram Rússia, China, Irã, Belarus, Mianmar, Zimbábue, Coreia do Norte, Cuba, Nicarágua, Venezuela e Bolívia, além da Síria.

Acompanhe tudo sobre:Conselho de Segurança da ONUONUSíria

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame