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Raul Castro visita a França e se aproxima da Europa

Objetivo da visita é iniciar uma nova relação entre Cuba e o Ocidente

O presidente cubano Raúl Castro: aproximação da Europa (Federico Parra/AFP)
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Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2016 às 12h28.

Raúl Castro chegou neste sábado a Paris, onde inicia, na segunda-feira, uma visita de Estado dedicada a iniciar uma nova relação entre Cuba e o Ocidente, depois da reconciliação com os Estados Unidos e o processo de normalização em andamento com a União Europeia (UE).

Fidel realiza uam viagem oficial sem precedentes à Europa desde que o presidente cubano de 84 anos sucedeu seu irmão Fidel, em 2006.

Sua visita à França acontece depois da que o presidente francês François Hollande viajou a Cuba em maio passado.

Hollande foi o primeiro líder ocidental a visitar a ilha depois do descongelamento das relações com os Estados Unidos, que teve início no final de 2014 e se concretizou com a abertura das embaixadas de ambos países em meados de 2015.

Nesse contexto de reconciliação, a etapa parisiense do governo comunista cubano oferece a ocasião perfeita de apresentar ao mundo um novo rosto, já percebido pelas frequentes delegações ocidentais que desfilaram por Havana nos últimos meses.

"Acho que esta visita é importante para a imagem de Cuba. Oferece indiscutivelmente um realce internacional", explicou à AFP Eduardo Perera, da Universidade de Havana.

Depois de assinar esta semana contratos milionários com o presidente do Irã, Hassan Rohani, Paris busca reforçar a presença de empresas francesas em uma Cuba que se abre pouco a pouco para a economia de mercado.

Com um comércio anual de 180 milhões de euros, a França faz parte dos dez principais sócios de Cuba, e entre seus planos está o de aprofundar suas relações com Havana.

A ilha, um polo político turístico em expansão e com uma mão de obra qualificada, é vista pelos Estados Unidos e seus concorrentes europeus com renovado interesse.

Com o propósito de criar as melhores condições possíveis para esta nova relação, Paris foi recentemente o arquiteto de um acordo sobre a dívida cubana com seus credores do Clube de Paris.

Em virtude desse convênio, a ilha conseguiu que fossem perdoados 8,5 bilhões de dólares, o que deve desbloquear seu acesso aos mercados financeiros, enquanto espera o fim do embargo americano imposto em 1962, condenado durante vários anos pela França.

Os franceses também estão à frente das negociações iniciadas em 2014 entre Cuba e a UE, que logo poderão resultar em um acordo de diálogo político e cooperação, o que significará deixar para trás velhas controvérsias sobre a questão dos direitos humanos, um tema delicado, já que Cuba é alvo frequente de críticas nesse sentido.

Raúl Castro, que terá honras de uma visita de estado, visitará na segunda-feira o ARco do Triunfo, que exibirá as cores da bandeira cubana.

Depois se reunirá com Hollande e jantará no Palácio do Eliseu.

Na terça, se reunirá com o presidente da Assembleia Nacional, Claude Bartolone, o presidente do Senado, Gerard Larcher, a prefeitura de Paris, Anne Hidalgo, e o primeiro-ministro Manuel Valls, para depois visitar o reformado Museu do Homem.

A última visita de um presidente cubano à França data de março de 1995, quando Fidel Castro foi convidado por François Mitterrand ao final de seu segundo mandato.

Fidel também assisitiu aos funerais de Mitterrand em janeiro do ano seguinte.

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Raúl Castro chegou neste sábado a Paris, onde inicia, na segunda-feira, uma visita de Estado dedicada a iniciar uma nova relação entre Cuba e o Ocidente, depois da reconciliação com os Estados Unidos e o processo de normalização em andamento com a União Europeia (UE).

Fidel realiza uam viagem oficial sem precedentes à Europa desde que o presidente cubano de 84 anos sucedeu seu irmão Fidel, em 2006.

Sua visita à França acontece depois da que o presidente francês François Hollande viajou a Cuba em maio passado.

Hollande foi o primeiro líder ocidental a visitar a ilha depois do descongelamento das relações com os Estados Unidos, que teve início no final de 2014 e se concretizou com a abertura das embaixadas de ambos países em meados de 2015.

Nesse contexto de reconciliação, a etapa parisiense do governo comunista cubano oferece a ocasião perfeita de apresentar ao mundo um novo rosto, já percebido pelas frequentes delegações ocidentais que desfilaram por Havana nos últimos meses.

"Acho que esta visita é importante para a imagem de Cuba. Oferece indiscutivelmente um realce internacional", explicou à AFP Eduardo Perera, da Universidade de Havana.

Depois de assinar esta semana contratos milionários com o presidente do Irã, Hassan Rohani, Paris busca reforçar a presença de empresas francesas em uma Cuba que se abre pouco a pouco para a economia de mercado.

Com um comércio anual de 180 milhões de euros, a França faz parte dos dez principais sócios de Cuba, e entre seus planos está o de aprofundar suas relações com Havana.

A ilha, um polo político turístico em expansão e com uma mão de obra qualificada, é vista pelos Estados Unidos e seus concorrentes europeus com renovado interesse.

Com o propósito de criar as melhores condições possíveis para esta nova relação, Paris foi recentemente o arquiteto de um acordo sobre a dívida cubana com seus credores do Clube de Paris.

Em virtude desse convênio, a ilha conseguiu que fossem perdoados 8,5 bilhões de dólares, o que deve desbloquear seu acesso aos mercados financeiros, enquanto espera o fim do embargo americano imposto em 1962, condenado durante vários anos pela França.

Os franceses também estão à frente das negociações iniciadas em 2014 entre Cuba e a UE, que logo poderão resultar em um acordo de diálogo político e cooperação, o que significará deixar para trás velhas controvérsias sobre a questão dos direitos humanos, um tema delicado, já que Cuba é alvo frequente de críticas nesse sentido.

Raúl Castro, que terá honras de uma visita de estado, visitará na segunda-feira o ARco do Triunfo, que exibirá as cores da bandeira cubana.

Depois se reunirá com Hollande e jantará no Palácio do Eliseu.

Na terça, se reunirá com o presidente da Assembleia Nacional, Claude Bartolone, o presidente do Senado, Gerard Larcher, a prefeitura de Paris, Anne Hidalgo, e o primeiro-ministro Manuel Valls, para depois visitar o reformado Museu do Homem.

A última visita de um presidente cubano à França data de março de 1995, quando Fidel Castro foi convidado por François Mitterrand ao final de seu segundo mandato.

Fidel também assisitiu aos funerais de Mitterrand em janeiro do ano seguinte.

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