Raúl Castro: Cuba não abandonará Venezuela apesar de "chantagem" dos EUA
O presidente de Cuba afirmou não ter medo dos Estados Unidos e criticou o que chamou de "chantagem" com a Venezuela
Reuters
Publicado em 10 de abril de 2019 às 16h39.
Havana — O líder do Partido Comunista de Cuba Raúl Castro disse na quarta-feira que Cuba nunca abandonará sua aliada Venezuela , apesar da "chantagem" dos Estados Unidos , ameaça impor mais sanções devido a esse apoio.
Raúl denunciou também, durante uma reunião da Assembleia Nacional para aprovar uma nova Constituição, o que classificou como novas tentativas dos Estados Unidos para destruir a revolução de esquerda de seu país.
"Temos dito ao governo dos EUA que Cuba não tem medo e continuará construindo o futuro da nação sem interferência externa", disse Raúl aos parlamentares, acrescentando que o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro também está "escrevendo páginas admiráveis de resistência".
As prioridades de Cuba são a economia e a prontidão defensiva diante da hostilidade norte-americana, disse.
O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, disse ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira que sua nação anunciará ações adicionais para responsabilizar Cuba por seu apoio à Venezuela.
"Jamais abandonaremos nosso dever de agir em solidariedade com a Venezuela", disse o dirigente cubano. "Nós rejeitamos fortemente todos os tipos de chantagem."
A adoção de uma nova Constituição permitirá ao governo cubano realizar uma atualização modesta de seu sistema centralizado de partido único, e se esperam dezenas de leis para tudo, do sistema de Justiça a estruturas políticas.
Muitos observadores têm esperança de que o governo atualizará mais a economia estatizada ainda ineficiente, que sofre com o encolhimento da ajuda da Venezuela e o endurecimento do embargo econômico dos EUA desde que Donald Trump se tornou presidente.
A escassez de produtos básicos aumentou recentemente, aí incluídos farinha, ovos e frango e o Estado reduziu até o tamanho e a circulação de seus jornais por causa da falta de papel.
Também nesta quarta, Raúl disse que a perspectiva econômica difícil não significará a volta da crise profunda que Cuba viveu após o colapso de sua ex-benfeitora União Soviética em 1991, já que a economia se diversificou deste então.