Washington - Brasil, Colômbia e Argentina estão entre os países emergentes que tem a população mais desencantada com a política, apontou um estudo divulgado nesta quinta-feira pelo centro de estudos americano Pew.

O estudo analisou dados compilados em 31 países emergentes e em vias de desenvolvimento, entre eles nove da América Latina (os três mais Peru, México, Venezuela, Chile, El Salvador e Nicarágua) e concluiu que esta região é, junto com o Oriente Médio, a que concentra o maior descontentamento político entre sua população.

Em média, 59% da população dos nove países latino-americanos estudados está insatisfeita com a forma como seu sistema político funciona, e 40% disseram estar de acordo.

A Colômbia lidera a lista com 75% dos entrevistados insatisfeitos e 24% satisfeitos, segundo o estudo, que utilizou dados recolhidos na primeira metade de 2014.

Em seguida vem o Brasil, com 71% de insatisfeitos e 29% não; Argentina, com 68% de desencantados com a política e 31% que não estão; e Peru, com 62% de descontentes e 36% de satisfeitos.

México, com 59% de insatisfeitos e 40%; Venezuela (55% e 45%) e Chile (51% e 44%).

El Salvador e Nicarágua são os países com menor descontentamento político da lista: o primeiro tem 45% de insatisfeitos e 53% de satisfeitos com seu panorama político; já o segundo tem 32% descontentes e 66% se consideram atendidos.

Além disso, nos nove países latino-americanos estudados, 74% pensam que os mais ricos do país têm muita influência na política, destaca o centro Pew, sediado em Washington.

Um 83% dos indagados na Colômbia o considera assim, da mesma forma que um 81% no Peru, um 79% no Brasil, um 76% no Chile, um 74% em El Salvador, um 68% no México, um 64% na Argentina, um 61% na Nicarágua e um 44% na Venezuela.

Dos 31 países do mundo estudados por Pew, o único que supera a Colômbia em insatisfação política entre a população é o Líbano (90%), e o Brasil tem o mesmo percentual de frustração com a política que os territórios palestinos.

O estudo se baseou em entrevistas presenciais com mil adultos em cada um dos países entre abril e maio de 2014, com margens de erro que variam segundo o país, mas que, em geral, oscilam entre 3,5 e 4,5 pontos percentuais.