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Quatro jornalistas detidos após eleições na Venezuela são acusados de terrorismo

Denúncia sobre a prisão dos profissionais foi feita pelo sindicato da categoria

Demonstrators protest against Venezuelan President Nicolas Maduro's questioned presidential victory during a candlelight vigil at Bolivar Square in Bogota on July 30, 2024. Thousands of Venezuelans gathered July 30, 2024 in a peaceful show of opposition support a day after 11 people died and dozens were injured in protests against President Nicolas Maduro's questioned presidential victory. Brazilian President Luiz Inacio Lula da Silva and US counterpart Joe Biden called on July 30, 2024 for full results of the Venezuelan election to be published, with the Brazilian leader terming a dispute over results "normal." (Photo by Luis ACOSTA / AFP) (Luis ACOSTA/AFP)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 8 de agosto de 2024 às 08h31.

Última atualização em 8 de agosto de 2024 às 08h36.

Quatro jornalistas detidos durante os protestos após as eleições na Venezuela foram acusados de crimes de terrorismo, anunciou na quarta-feira o Sindicato dos Trabalhadores da Imprensa (SNTP), que denunciou que as autoridades impedem o acesso de advogados de defesa particulares.

"Denunciamos o uso ilegal e arbitrário das leis antiterrorismo naVenezuela, especialmente contra os jornalistas e repórteres fotográficos e cinematográficos detidos durante os protestos pós-eleitorais no país ", afirmou o SNTP em um comunicado publicado nas redes sociais.

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Os repórteres fotográficos Yousner Alvarado (Barinas, oeste) e Deisy Peña (Miranda, centro), o repórter cinematográfico Paúl León (Trujillo, oeste) e o jornalista José Gregorio Carnero (Guárico, centro) foram acusados por crimes de terrorismo e estão detidos em prisões de seus respectivos estados.

Todas as detenções aconteceram após as eleições de 28 de julho e no contexto das manifestações contra a reeleição do presidente Nicolás Maduro , indicou o SNTP.

A imprensa venezuelana afirma que os jornalistas estavam trabalhando no momento das detenções.
"Em todos os casos, impediram a defesa privada", acrescentou o sindicato.

Horas depois da proclamação de Maduro como presidente reeleito em 28 de julho, com 52% dos votos, protestos começaram em toda Venezuela para denunciar o resultado.

As manifestações defenderam o voto no candidato de oposição Edmundo González Urrutia , representante da inabilitada María Corina Machado e principal rival de Maduro nas eleições, que denunciou uma fraude.

Os protestos terminaram em distúrbios que deixaram pelo menos 24 mortos, segundo organizações de defesa dos direitos humanos, e mais de 2.200 detidos, segundo Maduro.

Entre os detidos estão dirigentes da oposição, incluindo o jornalista Roland Carreño, integrante do partido Vontade Popular (VP).

O Ministério Público também informou que entre as acusações que os detidos enfrentam estão "incitação ao ódio" e "terrorismo", crime que pode resultar em uma sentença de 30 anos de prisão, a pena máxima na Venezuela.

As autoridades anunciaram uma investigação criminal contra Machado e González Urrutia por "incitação à insurreição", depois que eles pediram o apoio das Forças Armadas.

Manifestações na Venezuela após eleição de Maduro

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