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Putin declara que perdoará magnata dissidente Khodorkovsky

Segundo o presidente, Khodorkovsky, preso desde 2003, escreveu um pedido de perdão

Mikhail Khodorkovsky: o ex-chefe do grupo petroleiro russo Yukos foi detido em 2003 e condenado por fraude e evasão fiscal depois de ter entrado em conflito pessoal com Putin (©afp.com / Alexander Nemenov)
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Da Redação

Publicado em 19 de dezembro de 2013 às 18h34.

O presidente russo, Vladimir Putin , declarou nesta quinta-feira que está prestes a assinar um decreto de perdão do ex-magnata do petróleo Mikhail Khodorkovsky, segundo imagens divulgadas pela televisão estatal.

"O decreto de perdão será assinado em breve", disse Putin. Segundo o presidente, Khodorkovsky, preso desde 2003, escreveu um pedido de perdão.

"Mikhail Khodorkovsky, de acordo com a lei, escreveu uma solicitação. Ele nunca tinha feito isso, mas recentemente escreveu essa carta e falou comigo para me pedir perdão", indicou Putin.

"Ele já passou mais de dez anos na prisão , é uma punição séria. Ele menciona circunstâncias humanitárias - sua mãe está doente - e eu acho que nós podemos tomar essa decisão", acrescentou.

Uma das advogadas de Mikhail Khodorkovsky, Karina Moskalenko, declarou que não tem informações sobre esse pedido.

"Eu não posso confirmar ou negar, não temos informação alguma", disse à AFP.

Outro advogado, Vadim Kliuvgant, indicou à agência Ria Novosti que também não tinha conhecimento de que um pedido de indulto havia sido feito.

Khodorkovsky "não fez pedido algum, e também não tivemos informação de que outra pessoa tenha feito por ele", declarou o advogado à agência, embora tenha afirmado que nos últimos anos "diferentes indivíduos apresentaram pedidos para que fosse perdoado".

O porta-voz de Vladimir Putin, Dimitri Peskov, afirmou, no entanto, em uma conversa por telefone com a AFP que Mikhail Borisovich havia assinado o pedido de indulto.


Putin fez o anúncio ao fim da coletiva de imprensa anual que ele concedeu nesta quinta-feira em Moscou.

Khodorkovsky, ex-chefe do grupo petroleiro russo Yukos, de 50 anos, foi detido em 2003 e condenado por fraude e evasão fiscal, depois de ter entrado em um conflito pessoal com Putin. Sua libertação estava prevista para 2014.

Seu sócio Platon Lebedev, condenado com ele, negou-se a solicitar o indulto, segundo seu advogado Alexei Miroshnichenko, citado pela Ria Novosti.

A procuradoria havia indicado no início do mês que estava investigando outros casos nos quais Khodorkovsky estava envolvido, o que poderia ter levado a uma prorrogação de sua pena.

Mas Vladimir Putin afirmou nesta quinta-feira que não sabia nada sobre a preparação de um novo julgamento, antes de anunciar o indulto a Khodorkovsky.

De homem mais rico a preso mais famoso da Rússia

No dia 25 de outubro de 2003, o homem então considerado o mais rico e um dos mais influentes da Rússia, foi detido em um aeroporto siberiano por membros das forças especiais russas.

Depois de longos processos judiciais, o oligarca e seu associado Platon Lebedev foram condenados em 2005 a oito anos de prisão por "fraude e evasão fiscal. mas a pena aumentou para 14 anos em 2010 após um segundo julgamento por "roubo de petróleo e lavagem de dinheiro" de 23,5 milhões de dólares.


A condenação foi posteriormente reduzida em duas ocasiões, o que situava a data da libertação do ex-líder do grupo petroleiro Yukos, que hoje tem 50 anos, em agosto de 2014.

O mais rebelde dos oligarcas provenientes dos anos 90 e ex-homem mais rico da Rússia caiu em desgraça após a chegada de Putin ao Kremlin.

Posteriormente, foi apresentado frequentemente pelos opositores do Kremlin como um preso político, culpado principalmente de ter mostrado muita independência e ambição política frente a Putin.

Mikhail Khodorkovsky, um ex-estudante de química e economia, nasceu em 1963 em uma modesta família de engenheiros químicos de Moscou.

Depois de seus estudos, fundou em 1989, com o apoio de seus sócios da época, um dos primeiros bancos comerciais do país, que mais tarde seria conhecido pelo nome de Menatep. Na segunda parte dos anos 90, Menatep se diversificou, convertendo-se em um consórcio.

Este último se apoderou posteriormente de uma parte majoritária do grupo petroleiro Yukos, que se converteria no maior produtor do país.

Em 1999, Khodorkovsky foi o primeiro na Rússia a contratar especialistas estrangeiros para assessorá-lo na gestão e se converteu no preferido dos investidores.

No entanto, muitos russos o acusam de ter enriquecido ilegalmente durante as polêmicas privatizações, e de ter tentado vender a preços baixos o petróleo russo a grupos americanos.

Em sua queda, arrastou muitos de seus colaboradores. Yukos, a obra de arte de sua vida empresarial, terminou de ser desmantelada em 2007, principalmente em benefício da empresa estatal Rosneft.

Para Putin, Khodorkovsky é um vigarista: "Todo ladrão deve ir para a prisão", afirmou mais de uma vez, considerando que os crimes de Khodorkovsky haviam ficado provados.

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O presidente russo, Vladimir Putin , declarou nesta quinta-feira que está prestes a assinar um decreto de perdão do ex-magnata do petróleo Mikhail Khodorkovsky, segundo imagens divulgadas pela televisão estatal.

"O decreto de perdão será assinado em breve", disse Putin. Segundo o presidente, Khodorkovsky, preso desde 2003, escreveu um pedido de perdão.

"Mikhail Khodorkovsky, de acordo com a lei, escreveu uma solicitação. Ele nunca tinha feito isso, mas recentemente escreveu essa carta e falou comigo para me pedir perdão", indicou Putin.

"Ele já passou mais de dez anos na prisão , é uma punição séria. Ele menciona circunstâncias humanitárias - sua mãe está doente - e eu acho que nós podemos tomar essa decisão", acrescentou.

Uma das advogadas de Mikhail Khodorkovsky, Karina Moskalenko, declarou que não tem informações sobre esse pedido.

"Eu não posso confirmar ou negar, não temos informação alguma", disse à AFP.

Outro advogado, Vadim Kliuvgant, indicou à agência Ria Novosti que também não tinha conhecimento de que um pedido de indulto havia sido feito.

Khodorkovsky "não fez pedido algum, e também não tivemos informação de que outra pessoa tenha feito por ele", declarou o advogado à agência, embora tenha afirmado que nos últimos anos "diferentes indivíduos apresentaram pedidos para que fosse perdoado".

O porta-voz de Vladimir Putin, Dimitri Peskov, afirmou, no entanto, em uma conversa por telefone com a AFP que Mikhail Borisovich havia assinado o pedido de indulto.


Putin fez o anúncio ao fim da coletiva de imprensa anual que ele concedeu nesta quinta-feira em Moscou.

Khodorkovsky, ex-chefe do grupo petroleiro russo Yukos, de 50 anos, foi detido em 2003 e condenado por fraude e evasão fiscal, depois de ter entrado em um conflito pessoal com Putin. Sua libertação estava prevista para 2014.

Seu sócio Platon Lebedev, condenado com ele, negou-se a solicitar o indulto, segundo seu advogado Alexei Miroshnichenko, citado pela Ria Novosti.

A procuradoria havia indicado no início do mês que estava investigando outros casos nos quais Khodorkovsky estava envolvido, o que poderia ter levado a uma prorrogação de sua pena.

Mas Vladimir Putin afirmou nesta quinta-feira que não sabia nada sobre a preparação de um novo julgamento, antes de anunciar o indulto a Khodorkovsky.

De homem mais rico a preso mais famoso da Rússia

No dia 25 de outubro de 2003, o homem então considerado o mais rico e um dos mais influentes da Rússia, foi detido em um aeroporto siberiano por membros das forças especiais russas.

Depois de longos processos judiciais, o oligarca e seu associado Platon Lebedev foram condenados em 2005 a oito anos de prisão por "fraude e evasão fiscal. mas a pena aumentou para 14 anos em 2010 após um segundo julgamento por "roubo de petróleo e lavagem de dinheiro" de 23,5 milhões de dólares.


A condenação foi posteriormente reduzida em duas ocasiões, o que situava a data da libertação do ex-líder do grupo petroleiro Yukos, que hoje tem 50 anos, em agosto de 2014.

O mais rebelde dos oligarcas provenientes dos anos 90 e ex-homem mais rico da Rússia caiu em desgraça após a chegada de Putin ao Kremlin.

Posteriormente, foi apresentado frequentemente pelos opositores do Kremlin como um preso político, culpado principalmente de ter mostrado muita independência e ambição política frente a Putin.

Mikhail Khodorkovsky, um ex-estudante de química e economia, nasceu em 1963 em uma modesta família de engenheiros químicos de Moscou.

Depois de seus estudos, fundou em 1989, com o apoio de seus sócios da época, um dos primeiros bancos comerciais do país, que mais tarde seria conhecido pelo nome de Menatep. Na segunda parte dos anos 90, Menatep se diversificou, convertendo-se em um consórcio.

Este último se apoderou posteriormente de uma parte majoritária do grupo petroleiro Yukos, que se converteria no maior produtor do país.

Em 1999, Khodorkovsky foi o primeiro na Rússia a contratar especialistas estrangeiros para assessorá-lo na gestão e se converteu no preferido dos investidores.

No entanto, muitos russos o acusam de ter enriquecido ilegalmente durante as polêmicas privatizações, e de ter tentado vender a preços baixos o petróleo russo a grupos americanos.

Em sua queda, arrastou muitos de seus colaboradores. Yukos, a obra de arte de sua vida empresarial, terminou de ser desmantelada em 2007, principalmente em benefício da empresa estatal Rosneft.

Para Putin, Khodorkovsky é um vigarista: "Todo ladrão deve ir para a prisão", afirmou mais de uma vez, considerando que os crimes de Khodorkovsky haviam ficado provados.

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