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Provas relacionam príncipe saudita à morte de Khashoggi, diz ONU

Especialista afirma que existem provas suficientes para abrir uma investigação sobre o assassinato de Jamal Khashoggi

Jamal Khashoggi: jornalista foi visto pela última vez ao entrar no consulado da Arábia Saudita em Istanbul, em outubro (Osman Orsal/Reuters)

Jamal Khashoggi: jornalista foi visto pela última vez ao entrar no consulado da Arábia Saudita em Istanbul, em outubro (Osman Orsal/Reuters)

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AFP

Publicado em 19 de junho de 2019 às 08h52.

Última atualização em 19 de junho de 2019 às 15h05.

Uma especialista independente em direitos humanos afirma que existem provas suficientes para abrir uma investigação sobre a responsabilidade de autoridades da Arábia Saudita, incluindo o príncipe herdeiro, Mohamed Bin Salman, no assassinato do jornalista Jamal Khashoggi.

Depois de investigar durante seis meses a morte do jornalista saudita, a relatora especial da ONU sobre execuções extrajudiciais, Agnès Callamard, afirma em um relatório que "existem elementos de provas que justificam uma investigação suplementar sobre a responsabilidade individual de altos funcionários sauditas, incluindo o príncipe herdeiro".

Callamard declarou que se dá uma "importância desproporcional à identificação do autor do crime" e afirmou que a justiça não deve concentrar-se apenas em estabelecer a responsabilidade do autor material do crime.

Também pediu que os países que impõem sanções, como os Estados Unidos, prossigam com a medida contra 17 indivíduos por seu papel no assassinato, mas destacou que as sanções "também deveriam incluir o príncipe herdeiro e seus bens pessoais no exterior".

De acordo com a relatora, uma investigação judicial também deve determinar a responsabilidade das "pessoas que, no contexto da execução de uma violação, abusaram das responsabilidades de seu posto de autoridade ou não as cumpriram".

Agnès Callamard, assim como outros especialistas independentes da ONU não fala em nome das Nações Unidas, considera a Arábia Saudita "responsável" pela "execução extrajudicial" do jornalista, que era um crítico do regime saudita e que morreu em outubro dentro do consulado de seu país em Istambul.

Depois negar o crime em um primeiro momento, a Arábia Saudita apresentou diversas versões contraditórias e agora afirma que Khashoggi foi assassinado em uma operação não autorizada.

A especialista da ONU pede ao secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, que inicie uma "investigação penal de acompanhamento sobre o assassinato do senhor Khashoggi para constituir relatórios sólidos sobre cada um dos supostos autores".

Jamal Khashoggi, que havia emigrado para os Estados Unidos, era muito crítico a respeito do príncipe herdeiro.

De acordo com a imprensa americana, a CIA acredita que o assassinato foi provavelmente encomendado pelo príncipe, que dirige de fato a Arábia Saudita.

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