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Protestos na China: manifestantes enfrentam a polícia em grande cidade do sul

Imagens mostram agentes com trajes de proteção e escudos avançando em uma rua do distrito de Haizhu, enquanto objetos de vidro eram jogados em sua direção

Protestos na China continuam (Bloomberg/Bloomberg)
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AFP

Publicado em 30 de novembro de 2022 às 07h04.

Manifestantes enfrentaram a polícia na cidade de Guangzhou, sul da China , entre a noite de terça-feira e a manhã de quarta-feira (30), de acordo com testemunhas e vídeos divulgados nas redes sociais, em um momento de grandes protestos em todo o país contra as restrições provocadas pela pandemia de covid.

As imagens geolocalizadas pela AFP mostram agentes das forças de segurança com trajes de proteção e escudos avançando em uma rua do distrito de Haizhu, enquanto objetos de vidro eram jogados em sua direção.

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Também é possível ouvir os gritos dos manifestantes e observar barricadas com objetos de cor azul e laranja.

O vídeo também mostra o momento da detenção de mais de 10 homens, que são levados com as mãos algemadas.

Um morador de Guangzhou de sobrenome Chen afirmou à AFP que viu quase 100 policiais no vilarejo de Houjiao, no distrito de Haizhu, onde pelo menos três homens foram detidos na terça-feira à noite.

O vasto aparato chinês de segurança foi mobilizado rapidamente para conter os protestos contra as rígidas normas anticovid. A onda de manifestações foi motivada pelo incêndio na semana passada em um prédio que estava em confinamento em Urumqi, na região de Xinjiang (noroeste do país).

O incêndio provocou 10 mortes e gerou uma onda de indignação contra os confinamentos no país devido à pandemia.

Haizhu, um distrito com mais de 1,8 milhão de moradores, registra a maioria dos casos de covid-19 em Guangzhou. Grande parte da área está sob confinamento desde o fim de outubro.

No início de novembro, manifestantes em Haizhu romperam as barreiras de confinamento e protestaram nas ruas, em uma rara demonstração da irritação dos chineses contra as restrições sanitárias.

Vídeos deste protesto que circularam em 14 de novembro nas redes sociais - e foram verificados pela AFP - mostram centenas de pessoas nas ruas de Haizhu.

Algumas pessoas derrubaram as barreiras instaladas para impedir que os moradores em confinamento saíssem de suas casas.

"Tremendo e chorando"

Vídeos publicados na terça-feira à noite no Weibo, rede social similar ao Twitter na China, mostram longas filas de moradores tentando sair do distrito vizinho de Tianhe.

Uma estudante recebeu a ordem para deixar seu dormitório na universidade e escreveu no Weibo: "Eu pensava que esta seria a época mais feliz da minha vida... Agora recebo uma notificação de emergência 1h00 e acabo tremendo e chorando no corredor às 2h00 e vejo meus colegas fugindo com malas às 3h00. Às 4h00, eu sento sozinha em cima da minha mala e choro, esperando a chegada dos meus pais".

"Às 5h00 finalmente entro no carro e escapo deste lugar que devora pessoas. Eu costumava dizer que este lugar era gentil... agora é como o inferno", completou a aluna, que utiliza o pseudônimo Ludao Lizi em uma conta verificada do Weibo.

Zhang Yi, porta-voz da Comissão Nacional de Saúde em Guangzhou, afirmou na terça-feira que "a epidemia no distrito de Tiahne avança rapidamente e o risco de transmissão social continua aumentando".

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