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Protestos e pedidos de diálogo ampliam divisões na Venezuela

Apelo de Maduro para negociações está aprofundando as divisões entre os seus rivais

Manifestante anti-governo na Venezuela: Maduro parece ter resistido ao pior período de manifestações nas ruas até agora e está oferecendo repetidamente para negociar com a oposição, criando um novo dilema para seus líderes (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 10 de março de 2014 às 15h06.

Caracas - À medida que os protestos violentos na Venezuela alienam os moderados na oposição e não dão sinais de derrubar o presidente Nicolas Maduro , o apelo do líder socialista para negociações está aprofundando as divisões entre os seus rivais.

A pior agitação civil do país em uma década já matou ao menos 20 pessoas, incluindo partidários dos dois lados e membros das Forças de Segurança, desde o início do mês passado.

Dia após dia, milhares de militantes da oposição marcham pacificamente em cidades de todo o país, exigindo mudanças políticas, o fim da alta inflação, da escassez de alimentos nos supermercados e de uma das maiores taxas de homicídio do mundo.

Em seguida, todas as noites, militantes encapuzados surgem em torno da praça ao leste de Caracas atirando pedras e coquetéis molotov, entrando em confronto com a polícia e transformando um dos bairros mais ricos da capital em um campo de batalha.

A violência está alimentando as tensões dentro da oposição, com os moderados temendo que os conflitos saiam fora de controle e prejudiquem a luta por uma mudança política pacífica no futuro.

Maduro parece ter resistido ao pior período de manifestações nas ruas até agora e está oferecendo repetidamente para negociar com a oposição, criando um novo dilema para seus líderes.

Até agora, eles impuseram condições difíceis para qualquer discussão, dizendo que se recusam a fazer parte de uma "oportunidade de foto" e dizem temer que o governo não tenha a intenção de combater problemas como a corrupção, a impunidade e a situação dos prisioneiros políticos.

A coalizão de oposição Unidade Democrática afirmou na sexta-feira que só iria sentar-se para dialogar com Maduro se a reunião fosse mediada por alguém "de boa fé" e transmitida ao vivo.


"Estamos cansados de violência. Todo mundo está sendo atacado", afirmaram em um comunicado. "Nós estamos mostrando as nossas cartas para o público. (Queremos ) diálogo verdadeiro, uma agenda clara e igualdade de condições." Mas, com pedidos por diálogo vindos de lugares tão distantes quanto a Casa Branca, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e o Papa Francisco, a recusa em participar das negociações até agora gerou críticas, inclusive dos próprios membros da coalizão.

O parlamentar de oposição Hiram Gaviria deixou seu partido Un Nuevo Tiempo e a coalizão na sexta-feira devido à proibição de participar de conversações no palácio presidencial de Miraflores.

Gaviria culpou o governo pela instabilidade do país, afirmando que o governo teria imposto um modelo social e econômico fracassado e usado 15 anos de "discurso de ódio" para combater seus adversários.

Mas ele disse que participaria de negociações com qualquer um, em qualquer lugar, para tentar evitar mais violência, mesmo que o diálogo tenha poucas chances de sucesso.

"Quantas mortes mais deve haver antes de negociarmos e nos entendermos?", perguntou o parlamentar do Estado central de Aragua. "Tem que haver diálogo." A oposição esteve profundamente dividida por anos até que mostrou uma notável coesão antes da eleição presidencial de 2012 e novamente no ano passado, quando uma nova votação foi convocada para a sucessão do líder socialista Hugo Chávez, depois de sua morte por câncer.

Os atuais protestos, no entanto, reabriram antigas divisões entre os que defendem ações de campo para forçar a saída do presidente, e outros com uma estratégia de fervura lenta, com a construção de apoio nas cidades e Estados governados pela oposição, deixando que os problemas da economia se encarreguem de enfraquecer o governo.


Os críticos de Maduro, alguns dos quais juraram permanecer nas ruas até que ele renuncie, estão exigindo a libertação dos presos políticos, Justiça para as vítimas do que chamam de repressão, e a dissolução de grupos armados de militantes pró-governo, que são acusados de atacar a manifestantes da oposição.

Outro deputado da oposição, Ismael Garcia, disse que a maioria de Unidade Democrática é a favor de negociações sérias.

"Ninguém tem rejeitado o diálogo, mas tem de haver regras muito claras para o jogo, e devemos trabalhar juntos", disse ele.

No entanto, ainda não ficou claro como os líderes da oposição pretendem lidar com as manifestações. Embora os adversários de Maduro condenem a violência de uma minoria, eles continuam a apoiar as mobilizações de rua, que muitas vezes levam a tais confrontos.

Maduro parece ter sobrevivido ao desafio para o seu governo no curto prazo. Com o aniversário da morte de Chávez, os protestos lhe deram a chance de unir o Partido Socialista contra uma ameaça comum.

Em um evento para marcar o Dia Internacional da Mulher, no sábado, Maduro consolava a esposa aos soluços de um militante pró-governo, que descrevia como eles foram atacados por dezenas de manifestantes da oposição em um restaurante de Caracas, que batiam panelas e gritavam que seu marido era um assassino.

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Caracas - À medida que os protestos violentos na Venezuela alienam os moderados na oposição e não dão sinais de derrubar o presidente Nicolas Maduro , o apelo do líder socialista para negociações está aprofundando as divisões entre os seus rivais.

A pior agitação civil do país em uma década já matou ao menos 20 pessoas, incluindo partidários dos dois lados e membros das Forças de Segurança, desde o início do mês passado.

Dia após dia, milhares de militantes da oposição marcham pacificamente em cidades de todo o país, exigindo mudanças políticas, o fim da alta inflação, da escassez de alimentos nos supermercados e de uma das maiores taxas de homicídio do mundo.

Em seguida, todas as noites, militantes encapuzados surgem em torno da praça ao leste de Caracas atirando pedras e coquetéis molotov, entrando em confronto com a polícia e transformando um dos bairros mais ricos da capital em um campo de batalha.

A violência está alimentando as tensões dentro da oposição, com os moderados temendo que os conflitos saiam fora de controle e prejudiquem a luta por uma mudança política pacífica no futuro.

Maduro parece ter resistido ao pior período de manifestações nas ruas até agora e está oferecendo repetidamente para negociar com a oposição, criando um novo dilema para seus líderes.

Até agora, eles impuseram condições difíceis para qualquer discussão, dizendo que se recusam a fazer parte de uma "oportunidade de foto" e dizem temer que o governo não tenha a intenção de combater problemas como a corrupção, a impunidade e a situação dos prisioneiros políticos.

A coalizão de oposição Unidade Democrática afirmou na sexta-feira que só iria sentar-se para dialogar com Maduro se a reunião fosse mediada por alguém "de boa fé" e transmitida ao vivo.


"Estamos cansados de violência. Todo mundo está sendo atacado", afirmaram em um comunicado. "Nós estamos mostrando as nossas cartas para o público. (Queremos ) diálogo verdadeiro, uma agenda clara e igualdade de condições." Mas, com pedidos por diálogo vindos de lugares tão distantes quanto a Casa Branca, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e o Papa Francisco, a recusa em participar das negociações até agora gerou críticas, inclusive dos próprios membros da coalizão.

O parlamentar de oposição Hiram Gaviria deixou seu partido Un Nuevo Tiempo e a coalizão na sexta-feira devido à proibição de participar de conversações no palácio presidencial de Miraflores.

Gaviria culpou o governo pela instabilidade do país, afirmando que o governo teria imposto um modelo social e econômico fracassado e usado 15 anos de "discurso de ódio" para combater seus adversários.

Mas ele disse que participaria de negociações com qualquer um, em qualquer lugar, para tentar evitar mais violência, mesmo que o diálogo tenha poucas chances de sucesso.

"Quantas mortes mais deve haver antes de negociarmos e nos entendermos?", perguntou o parlamentar do Estado central de Aragua. "Tem que haver diálogo." A oposição esteve profundamente dividida por anos até que mostrou uma notável coesão antes da eleição presidencial de 2012 e novamente no ano passado, quando uma nova votação foi convocada para a sucessão do líder socialista Hugo Chávez, depois de sua morte por câncer.

Os atuais protestos, no entanto, reabriram antigas divisões entre os que defendem ações de campo para forçar a saída do presidente, e outros com uma estratégia de fervura lenta, com a construção de apoio nas cidades e Estados governados pela oposição, deixando que os problemas da economia se encarreguem de enfraquecer o governo.


Os críticos de Maduro, alguns dos quais juraram permanecer nas ruas até que ele renuncie, estão exigindo a libertação dos presos políticos, Justiça para as vítimas do que chamam de repressão, e a dissolução de grupos armados de militantes pró-governo, que são acusados de atacar a manifestantes da oposição.

Outro deputado da oposição, Ismael Garcia, disse que a maioria de Unidade Democrática é a favor de negociações sérias.

"Ninguém tem rejeitado o diálogo, mas tem de haver regras muito claras para o jogo, e devemos trabalhar juntos", disse ele.

No entanto, ainda não ficou claro como os líderes da oposição pretendem lidar com as manifestações. Embora os adversários de Maduro condenem a violência de uma minoria, eles continuam a apoiar as mobilizações de rua, que muitas vezes levam a tais confrontos.

Maduro parece ter sobrevivido ao desafio para o seu governo no curto prazo. Com o aniversário da morte de Chávez, os protestos lhe deram a chance de unir o Partido Socialista contra uma ameaça comum.

Em um evento para marcar o Dia Internacional da Mulher, no sábado, Maduro consolava a esposa aos soluços de um militante pró-governo, que descrevia como eles foram atacados por dezenas de manifestantes da oposição em um restaurante de Caracas, que batiam panelas e gritavam que seu marido era um assassino.

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