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Produtividade agrícola só não avança na África

Estudo é do Banco Mundial, que relaciona a produção no campo ao combate à pobreza

Plantação de uvas de uma vinícola sul-africana (Luciano Candisani/Viagem e Turismo)

Plantação de uvas de uma vinícola sul-africana (Luciano Candisani/Viagem e Turismo)

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Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2010 às 10h40.

Joanesburgo - A produtividade agrícola avançou consideravelmente no mundo todo nos últimos anos, salvo na África Subsaariana, onde ainda falta ampliar garantias de segurança alimentar, segundo um estudo do Banco Mundial (BM) apresentado hoje em Gaberone, a capital de Botsuana.

O dossiê, elaborado pelo grupo de avaliação independente do BM, lembra que "o crescimento agrícola continua sendo essencial para reduzir a pobreza. Atualmente, 1 bilhão de pessoas ainda vive na pobreza extrema, muitas delas em zonas rurais".

Com o nome de "Crescimento e produtividade na agricultura e a agroindústria: Doutrinas da experiência do Grupo do Banco Mundial", assinala que é provável que "a crise se intensifique, já que pelas previsões a demanda mundial de alimentos duplicará para 2050".

Na década de 1990, explica o relatório, a ajuda do Grupo do BM à agricultura "reduziu como consequência da falta de interesse por parte dos doadores e os Governos".


Acrescenta que a situação mudou há meia década "por causa da crise dos alimentos e o crescente reconhecimento da importância da produtividade agrícola para o crescimento e a redução da pobreza".

Entre os anos de 1998 e 2008, o Grupo do BM emprestou US$ 23,7 bilhões para projetos de agricultura e agroindústria em 108 países, 28 deles na África Subsaariana, e em 2009 aplicou US$ 5,4 bilhões adicionais, além de oferecer serviços de apoio não creditícios.

Em todo caso, a avaliação feita no relatório "mostra que os resultados dos projetos agrícolas superaram a média do BM na América Latina e no Caribe, Europa e Ásia Central e oriental. China e a Índia registraram um forte aumento sustentado da produtividade. Os resultados foram pouco satisfatórios na África Subsaariana".

Segundo Nalini Kumar e Miguel Rebolledo Dellepiane, os co-autores do estudo, no futuro, o BM tem "o grande desafio de melhorar a eficácia de seu apoio nas economias baseadas na agricultura, especialmente na África Subsaariana, onde as necessidades são maiores".

Muitos dos obstáculos ao crescimento agrícola africano estão contemplados no Plano de Ação em Agricultura do BM para os anos 2010-2012. Entre as carências estão profissionais capacitados e uma maior coordenação da agricultura com as finanças, infraestruturas, política econômica e gestão de Governo, aponta o texto.

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