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Presidente turco acusa Europa de abrigar terroristas do PKK

Recep Tayyip Erdogan afirmou que os críticos devem respeitar a independência da Justiça turca

Recep Tayyip Erdogan: "não ligo se me chamam de ditador ou o que seja." (Huseyin Aldemir/Reuters)
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EFE

Publicado em 6 de novembro de 2016 às 16h17.

Ancara, 6 nov (EFE).- O presidente da Turquia , Recep Tayyip Erdogan, rejeitou neste domingo as críticas que recebeu sobre as detenções de opositores e jornalistas, disse que não se importa que o chamem de "ditador" e denunciou que a Europa abriga terroristas do grupo armado Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, sigla em curdo).

"A Europa, em conjunto, declarou o PKK como terrorista , mas, neste momento, está abrigando terroristas", declarou Erdogan em discurso em uma universidade que foi transmitido pela emissora "CNNTÜRK".

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"Estamos vendo como o PKK pode agir de forma livre e com tranquilidade na Europa", opinou o chefe de Estado turco.

A Turquia acusou no passado alguns países europeus de não agirem contra grupos de esquerda curdos próximos do PKK, que utilizam a simbologia dessa organização em manifestações e atos públicos.

Erdogan rejeitou as críticas da Europa e dos países do Ocidente em geral, após as prisões de líderes do Partido Democrático dos Povos (HDP, sigla em turco), o grupo político da esquerda pró-curda e a terceira maior bancada do parlamento turco com 59 cadeiras.

"Não ligo se me chamam de ditador ou o que seja". "Isso entra por um ouvido e sai pelo outro". "O que é importante para mim é a maneira como o meu povo me chama", destacou Erdogan.

O presidente turco afirmou que os críticos devem respeitar a independência da Justiça turca e lembrou que o parlamento suspendeu a imunidade dos deputados em maio.

"Digo alto e claro. Não tenho sequer uma única preocupação com os ataques internacionais. A minha nação é que o importa", ressaltou o chefe de Estado.

"O quê podemos esperar da União Europeia, que nos tem diante de suas portas há 53 anos?, acrescentou o presidente turco.

Vários países europeus, como Alemanha e Áustria, assim como os Estados Unidos, a União Europeia (UE) e algumas organizações internacionais criticaram a detenção de jornalistas e políticos opositores na Turquia como uma tentativa de calar as vozes críticas ao governo de Erdogan.

A Turquia é candidata a entrar na UE desde 2005, mas as negociações estão praticamente estagnadas há anos e a Comissão Europeia advertiu que, se Ancara reintroduzir a pena de morte após a tentativa de golpe de 15 de julho, daria por finalizado o processo.

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