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Presidente incentiva população frequentar restaurantes - e não é no Brasil

Andrés Manuel López Obrador convida a população mexicana a sair às ruas, frequentar restaurantes e ignorar a pandemia do coronavírus

Andrés Manuel López Obrador: presidente do México (Alejandro Cegarra/Bloomberg)

Janaína Ribeiro

Publicado em 23 de março de 2020 às 21h19.

Última atualização em 23 de março de 2020 às 22h12.

"Mexicanos, vamos em frente e não deixem de sair". Com esta frase, o presidente Andrés Manuel López Obrador convida a população mexicana em um vídeo publicado pelo jornal Clarín, a sair às ruas, frequentar restaurantes e ir a pousadas, apesar da pandemia do novo coronavírus.

No vídeo, Obrador ainda exalta a etnia dos mexicanos, afirmando que são um "grupo étnico forte, resistente a estes tipos de calamidades".

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O presidente mexicano também aconselha as pessoas que tem melhor poder aquisitivo, que assim "aproveitem, levem suas famílias aos restaurantes", movimentando a economia do país e "não se deixando levar pelos alardes extremistas".

"Sigam com sua vida normal e fiquem tranquilos que o presidente dirá quando não for seguro", disse.

López Obrador recentemente se recusou a fechar a fronteira com os Estados Unidos. Ele também se recusou a declarar uma quarentena no país e se vangloria de ter um trevo para "dar sorte".

"Eu respeito a decisão de outros países, mas não precisamos disso (sobre a quarentena).

Enquanto a maioria dos países que enfrentam a pandemia do covid-19 recomendam distanciamento social, que as pessoas fiquem nas suas casas e não frequentem locais com aglomeração, no México a história contada pelo líder do país é completamente outra.

Já no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro afirmou em várias oportunidades que não se pode agir com "histeria" na crise relacionada à nova doença.

Na última sexta-feira, 20, em videoconferência com representantes da iniciativa privada, Bolsonaro disse que a economia brasileira não pode parar.

O presidente também enfatizou que não procedem “decisões” de autoridades locais que visam o fechamento de aeroportos ou estradas, porque teriam enorme impacto econômico.

“Desde o começo, eu, como estadista, tenho falado ao Brasil: ‘não podemos entrar em pânico, temos que tomar as medidas que forem necessárias, mas sem histeria’. Este é o exemplo que eu procuro dar em todas as ações que eu tenho falo para frente”, disse.

O governador do Estado de São Paulo João Doria Jr . vem criticando a postura de Bolsonaro em relação à pandemia do novo coronavírus. Ao responder a uma pergunta sobre a declaração do presidente, que disse que a covid-19 seria uma “gripezinha”, desmecerendo a gravidade da doença que já atinge mais de 160 países e contagiou mais de 200 mil pessoas, Doria disse que gostaria que o país tivesse um presidente que liderasse o Brasil durante essa crise de saúde pública.

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