Presidente iemenita anuncia intenção de formar governo de união
Líder propõe a participação da oposição no novo Executivo a ser criado, mas quer que seu partido mantenha os principais ministérios
Da Redação
Publicado em 28 de fevereiro de 2011 às 10h49.
Sana - O presidente do Iêmen, Ali Saleh, garantiu nesta segunda-feira aos partidos da oposição que está disposto a formar um governo de união nacional "nas próximas horas", segundo a agência oficial de notícias "Saba".
Uma fonte da presidência citada pela agência explicou que o líder propôs a participação de setores da oposição neste novo Executivo e que seu partido mantenha os principais ministérios.
Saleh fez esta proposta ao "Encontro Partilhado", plataforma que agrupa os cinco principais partidos da oposição e é a principal instigadora da revolta popular contra o regime iemenita.
A fonte não esclareceu se o presidente recebeu uma resposta positiva desta coalizão, que inclui o partido Reforma Islâmica, o principal opositor.
Desde que começaram os protestos que pedem a renúncia de Saleh, em 27 de janeiro, o presidente rejeitou em várias ocasiões sua proposta de diálogo e de formação de um governo de união nacional.
Segundo a rede de televisão "Al Jazeera", Saleh disse ainda que se a oposição não decidir se unir ao governo em vigor, o presidente entrará em contato com personalidades independentes.
A situação é cada vez mais tensa e, no domingo, o líder pediu aos membros do bloco parlamentar de seu partido para que se unam com o objetivo de fazer frente às manifestações maciças, e insistiu na "importância da transferência pacífica do poder através das urnas".
Saleh fez este apelo um dia após um influente líder tribal, Hussein Abdullah al Ahmar, anunciar sua renúncia ao governante Partido do Congresso Geral Popular e pedir a outros dirigentes para que se unam para derrubar o regime.
O Iêmen é o país mais pobre do mundo árabe. Além disso, o regime de Saleh está exposto às ações contínuas da Al Qaeda - que tem bases em seu território -, a uma tentativa de secessão do sul e a uma rebelião xiita esporádica no norte.